E chegou o natal, o mais estranho de todos os tempos. O natal das máscaras, do álcool gel e do distanciamento social. O natal em que não se pode beijar, abraçar, cumprimentar, enfim…tudo muito esquisito.
Fico pensando nas crianças. O que passa em suas inocentes cabecinhas?
Não pode abraçar e beijar os avós, bisavós, tios e etc, mas sempre foram orientadas a ser carinhosas com os parentes próximos, e agora não pode?
Um Natal anormal, onde parece faltar alguma coisa e, talvez, a maior falta que enfrentaremos seja a do calor humano.
E a anormalidade desse Natal não para aí.
Presentes? Ops! Não esqueça de higienizar antes.
Reuniões familiares na noite de natal? Não esqueça do álcool gel quando cada um chegar, ah, e a máscara e o distanciamento também, mas e na hora da ceia? O que fazer? Todo mundo tirando as máscaras?
É um Natal de muitas perdas, de limitações, de sentimentos diferentes aos que estamos acostumados nesse período. Um Natal muito diferente, muito triste, perigoso e preocupante e, também, um Natal de expectativas, ansiedades e esperanças com a chegada da vacina.
Mas, apesar de todas essas anormalidades e preocupações, olhando ruas e lojas cheias de pessoas sem máscara, se encostando, se espremendo, lutando por espaços, também podemos dizer que é o Natal da irresponsabilidade, da ignorância, do egoísmo e falta de amor ao próximo e isso em pleno natal. Exatamente quando mais deveríamos nos preocupar e respeitar os outros. Enfim, cadê a máscara?
Não se preocupar com a própria saúde já é um absurdo, mas o que dizer de não se preocupar com a saúde dos outros? E, pior, todo mundo tem contato com idosos, com pessoas portadoras de comorbidades e por aí vai.
Já vimos ou ouvimos falar, infelizmente, de pessoas que morreram, com o vírus maldito, infectados por assintomáticos.
É justo o idoso não sair de casa, não ter contato com o mundo exterior, ficar dentro de uma “bolha” para se proteger e ser infectado por um assintomático irresponsável? Pense nisso!
Que menino Jesus nos proteja da quantidade de pessoas que, egoisticamente, andam pelas ruas e comércios da cidade sem máscara, se expondo ao risco e se candidatando a ser o veículo que vai levar o vírus pra dentro das casas.
Talvez, apenas talvez, seja o momento de esquecer um pouco do lado comercial do Natal e voltar para o seu verdadeiro significado que, aliás, parece que muitos se esqueceram.
Talvez, seja o momento de revisar nossas vidas, nossos sentimentos, palavras e atitudes.
Talvez, seja o momento de substituir o ódio por amor. O egoísmo pelo desejo de ajudar.
Talvez, seja o momento de lembrar que o dinheiro não é tudo, esquecer um pouco o consumismo exacerbado, tomar consciência que bens materiais não definem moral e que estamos aqui de passagem, apenas para nos melhorar e evoluir.
Porque não nos voltarmos um pouco para dentro de nossos corações e sentir o quanto é bom respeitar e ajudar o próximo.
Aliás, esse é apenas um dos muitos ensinamentos de Jesus.
A pandemia está aí e, no meio de tantas tragédias e dificuldades que ela traz, não deixa de ser uma grande oportunidade para nos melhorarmos, ter mais respeito e colocar amor no coração. Então, aproveite essa oportunidade e respeite o próximo, respeite o seu idoso, suas crianças e lembre-se que basta um único contato para levar a desgraça a outrem.
O vírus não dá avisos, simplesmente chega, contamina e, em grande parte dos casos, traz sofrimento, dores, sequelas e óbitos.
Comemore o nascimento de Jesus, com cuidado, máscara, álcool gel e distanciamento social.
Feliz Natal!