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quinta-feira 21 novembro 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – E acabou a festa profana!

Sim, terminou a festa profana! Ah, que pena. Sim, uma pena, pelo menos para mim.
Sei que muitos não gostam, que muitos odeiam e que muitos outros tem verdadeira ojeriza pelo carnaval. Respeito todas as opiniões, claro, e sei também que tem os que amam o carnaval, amam o divertimento, a alegria, o samba e a brincadeira. Na verdade, esse ano, e os últimos anos, pouco curti o carnaval. Antigamente sim, na boa época da juventude, saía em escola de samba, na Mocidade Alegre da Vila das Graças, e lá estava eu nas quatro noites de baile na Associação, quando era possível conciliar com o dia e horário de desfile na avenida, e ia até mesmo nas matinês da criançada, também na associação. Até cheguei a pegar, quando criança, algumas matinês no antigo clube da C.T.I.

Oh, saudade, oh, melancolia, oh, nostalgia…, eu simplesmente adorava! Ah, sempre gostei de acompanhar as apurações das notas dos carnavais de São Paulo e Rio de Janeiro e, além de tudo isso, semanas antes do carnaval, já começava a ouvir os antigos e belos sambas de enredo e as doces marchinhas da época dos grandes bailes de salão, carnavais de máscaras, confetes e serpentinas, carnavais de palhaços, odaliscas, arlequins e colombinas. Agora, creio que o que sobrou são apenas os pobres palhaços (e me incluo neles).

Infelizmente se deturpou demais o carnaval. Hoje o que vemos são shows de horrores com violências gratuitas, muita droga, bebida e sexo desvairado. Cadê o meu carnaval?

Exatamente por causa dessas tantas adversidades que diminuiu em muito minha participação no carnaval. Não dá! A família não tem mais espaço na brincadeira. Agora o espaço é garantido para os brigões, vândalos, bêbados, drogados, traficantes, ladrões e os que usam o carnaval para colocar para fora a sua podridão interna. Usam o carnaval para descarregar seu lixo interior.

E a bandidagem rola solta. Celulares são os principais alvos, mas tudo bem, afinal, deve ser apenas para uma “cervejinha” ou quem sabe um pino ou uma pedra. Né???
Mas, isso é apenas o reflexo de um país que banaliza a violência, o roubo, o furto, o assalto e até mesmo o latrocínio. Pois é, assim seguimos sem poder brincar o carnaval.

Mas, veja, quem está preso nos dias de hoje? O cidadão de bem, o trabalhador, o estudante, sim, esses estão presos em suas casas e a bandidagem solta nas ruas. Mas, vamos demonizar a polícia, não foi isso que uma escola de samba fez? A polícia não presta, escória da sociedade. Verdadeira inversão de valores. E, detalhe, esses que criticam a polícia, quando precisam, pedem socorro a quem? Cadê a nossa justiça? Cadê os nossos homens de preto? Baluartes do que é certo e errado. Eles existem ou são apenas fantasias de bailes de carnaval?
Cadê leis mais severas que realmente punem, leis que dão sustentabilidade e legalidade à ação policial? Não estou dizendo que toda ação policial está correta, não estou dizendo que todo policial é correto.

Assim como existem maus advogados, maus engenheiros, médicos, pedreiros, dentistas e etc.., existem também, claro, os maus policiais e esses devem ser punidos com o máximo rigor da lei. Aliás, até acho que se um policial é flagrado não só com abusos de autoridade, mas também quando envolvidos com coisas erradas, como roubos, assaltos, sequestros, assassinatos, execuções devem ser punidos com um rigor ainda maior do que a própria população, afinal, estão lá para cumprirem a lei, dar o exemplo.

Enfim…, se for falar da minha revolta e insatisfação com tudo o que vemos por aí, dá pra escrever um livro e sei que não adianta falar, reclamar, nada vai mudar. Os poderosos não permitem mudanças, não permitem reclamações, não permitem que se coloque o ponto de vista e posso até ser preso se for falar o que gostaria. Não é fácil viver em uma ditadura!

Bom, voltando ao carnaval que amo e que pouco aproveitei, mas que, ainda assim, sinto uma pontada de tristeza com o fim da festa profana. Meu carnaval iniciou seu fim com a apuração das notas das escolas de São Paulo e, infelizmente, a Dragões da Real, mais uma vez, bateu na trave. Uma hora vai ser campeã. E, mais triste ainda, foi o rebaixamento da Independente Tricolor. Pelo menos, Gaviões e Mancha Verde também nada ganharam…rsrsrsrs.

Hoje, dia que escrevo a coluna, quarta-feira, 14/02/24, ainda falta a apuração das escolas do Rio e, quem sabe, a Portela nos dá uma grande alegria.

Ah, que pena, acabou a festa profana. Agora, é esperar 2025.