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sábado 23 novembro 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – Chega de racismo

Vimos, mais uma vez, um escandaloso e estúpido caso de racismo e, novamente, com o jogador do Real Madrid, Vinicius Júnior. Um horroroso caso que fez o mundo parar e se questionar sobre o que está acontecendo e como evitar.

E, a pergunta que fica é: Até quando?
São vários casos contra esse jogador e o problema não para nele. Por toda Europa, na verdade mundo inteiro, vem acontecendo recorrentes casos de racismo com diversos jogadores de futebol. O caso com Vini Junior comoveu o mundo, tomou proporções inesperadas e até surpreendentes, talvez por ser um dos principais jogadores em atividade e, principalmente, por se tratar de uma voz atuante contra essa prática horrível.

O caso foi, mais uma vez, em um estádio de futebol, mas a meu ver o problema não se restringe ao futebol, é muito maior, abrange tudo. O racismo não está inserido no torcedor de futebol e sim no ser humano com moral questionável, está nas pessoas materialistas, egoístas e que se acham superiores por causa da cor da pele. Ainda nos dias de hoje…

Nos casos de racismo que atacaram Vini Junior, o problema está inserido em parte da população espanhola, não em toda a população, claro. Sem ser xenófobo, que, aliás, nada mais é que outro tipo de racismo, mas a Espanha vem “sofrendo” com o racismo implícito, como em tantos outros países da Europa e de outros continentes.

Sabemos que o problema não ocorre somente em estádios de futebol e, sim, em ginásios de outros esportes, ocorre nas escolas e faculdades, ocorre nas ruas, em supermercados, em cinemas, restaurantes, em todos os lugares, só que não é divulgado, não ficamos sabendo, prova disso é o que vive acontecendo no Brasil onde somente alguns poucos casos são divulgados.

O racismo está inserido na população e está mais que na hora de dar um basta. A luta contra essa prática, não pode se restringir a grupos de torcedores de futebol e sim em algo mais amplo, na população como um todo. Já passou da hora da Espanha (assim como outros países da Europa e do mundo) fazer um trabalho de base, com a criançada, desde o começo incutindo na cabeça dos pequenos a igualdade entre as raças. Ensinando a importância do respeito a quem quer que seja, sem importar sua origem, status, posição social, cor da pele, escolha sexual, religião, política, enfim, é necessário colocar para os pequenos que todo e qualquer tipo de racismo, preconceito e etc…, é errado e tem que ser extirpado da vida das pessoas.

E, junto com esse trabalho de base, um agressivo e massivo programa de reeducação de jovens e adultos. Utilizando mídias diversas, pessoas famosas, programas de televisão, cinemas, jornais, internet, enfim, tudo. Essas pessoas que ainda tem o racismo como forma de vida, tem que entender que isso passou, ficou lá atrás, em um passado triste e desprezível.

Esse inferno acabou, não cabe mais nesse mundo em que vivemos.
E junto com os programas de reeducação, a justiça tem que colocar atrás das grades, com prisões exemplares, os animais identificados. É necessário dar o exemplo para que não se repita.

Citei várias vezes a Espanha, mas casos de racismo acontecem no mundo inteiro. Diversos jogadores (e pessoas anônimas) na Itália, Alemanha, Portugal, Estados Unidos, Brasil e etc…, já sofreram agressões racistas, muitas vezes até com agressões físicas.

A impressão que fica é que autoridades fecham os olhos, fingem não ver, não perceber, ou fingem agir, apenas fingem, e assim o racismo segue assombrando a todos. Aí você pega o jogo de futebol, onde emoções afloram, nervos exaltados e pessoas com sérios problemas mentais deixam fluir seus sentimentos de ódio, preconceito, superioridade, deixam fluir seu lado obscuro que, às vezes, escondem. São pessoas vis, que não merecem o convívio com a sociedade.

E voltando ao futebol, a organização do futebol espanhol (e de outros, inclusive Brasil) tem que se posicionar, tem que agir, dar um basta nisso, punir os clubes cujos torcedores não sabem se comportar como civilizados, como seres humanos. Ao começar a punir os clubes, a própria torcida não vai aceitar que meia dúzia de imbecis prejudiquem o time. Já é um caminho.

E, lembrando…,
“Não basta não ser racista, tem que ser antirracista”!