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quarta-feira 27 novembro 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – Bicholândia

E lá na bicholândia, o famoso reino animal, o Leão ganhou as eleições e derrubou a hiena que vinha comandando, roubando e destruindo o reino por diversos anos.

Mas, a vida do Rei Leão não estava sendo fácil. A hiena, muito esperta, havia comprado todo mundo, distribuído dinheiro para os bichos importantes como os morcegões (seres desprezíveis que atuavam na escuridão e infestavam o reino animal) responsáveis pela ordem no Reino, para os crocodilos que, com sua boca grande, divulgavam as notícias e, até, para os cães selvagens, traiçoeiros tanto quanto as hienas, que controlavam as ordens e leis políticas.

E era cada cachorrada, mas cada cachorrada e, para piorar, os cães se aliaram à um representante dos rios, o peixe traíra e, agora o Rei Leão, eleito democraticamente pela maioria dos bichos do reino animal, estava rodeado por morcegões velhos, decrépitos e safados, por hienas, crocodilos, cachorros e traíras. E era cada lambança.

Na época da hiena, os crocodilos gordos, vivendo na mordomia, se encheram de secretários e funcionários. Proclamavam seu poder e se arrastavam pelo reino, com a barriga cheia da grana que a hiena mandava, só para que não falassem mal do governo e, assim, gastavam muito, porque sabiam que ganhariam muito mais, a hiena garantia.

E tinha as cigarras, que cantavam felizes sem se preocupar com o inverno que se aproximava.
E a hiena foi tão esperta e safada que enganou os bichos simples, deu pão, circo e promessas vazias e que beleza, ninguém mais precisava trabalhar. Deixa os cavalos, burros de carga, formigas e outros, trabalharem para suprir a preguiça dos aliados da hiena.

Mas, havia papagaios e corujas, muito inteligentes, de olho naquilo tudo.
Ah, mas o Rei Leão acabou com a festa. Cortou as verbas dos cães e das traíras. Espernearam, espernearam e juraram que tirariam o Rei Leão de seu posto.

E, para conseguir seu propósito, correram se unir aos morcegões decrépitos.
Mas, a coisa complicou quando sumiu a verba dos grandes e gordos crocodilos que, com sua boca grande, abocanhavam tudo e anunciavam tudo. Então, desesperados, se uniram a tudo o que não prestava no reino e trataram de denegrir a imagem do Rei Leão, era cada notícia bizarra, mas cada absurdo que até os cordeiros, mais bobos e bonzinhos, começavam a olhar atravessado e desconfiado para os crocodilos e foram perdendo a confiança nos répteis.

Ainda mais desesperados, os crocodilianos tiveram que reduzir seus gastos, drasticamente, verdadeira dança das cadeiras e pulgas que viviam à sombra dos crocodilos dançaram e perderam sua boquinha. Ah, vai chupar sangue de outro pulga safada.

Ainda era verão e até as cigarras pararam de cantar, a coisa estava realmente muito feia.
E, assim como as pulgas, os carrapatos e outros chupins foram perdendo espaço, perdendo a mordomia, perdendo a grana e teve até alguns que propagaram para os quatro cantos do reino animal que estavam vivendo na miséria, tudo por culpa do Rei Leão.
Oh, Rei Leão. Que coisa feia!

E, irritado, com tanta sujeira, o Rei começou a briga com os poderosos morcegões. E, isolado de todos, deu munição para os animais inimigos, mas papagaios e corujas, estavam de olho. E não é que um papagaio falou demais? Tomou as dores do Rei e desafiou os morcegões. Mas, qual a chance de um papagaio contra morcegos poderosos?

Mas, que absurdo desafiar os deuses do reino animal e a ordem veio rápida e certeira.
Prendam o papagaio! Joguem no calabouço e coloquem amarras em suas patas e bico.

Ah, papagaio safado. Vai aprender e servir como exemplo, para aqueles que nos desafiam.
Ah, mas corujas, papagaios e formigas, as verdadeiras trabalhadoras e muito numerosas, deram o necessário sustentáculo para o Rei Leão.

E assim, a hiena foi expulsa para lá das terras do Rei e foi viver na escuridão.