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quarta-feira 27 novembro 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – Balas soft e os doces antigos

Na minha infância, havia uma bala colorida, deliciosa e muito, muito perigosa. Era tão perigosa que acabou sendo conhecida como a bala “assassina”, porque muitas crianças, inclusive eu, se engasgaram com a danada e, segundo as lendas, algumas chegaram a óbito.
Verdade? Mito? Fantasia? Lenda urbana? Sei lá.
Fato é que era muito lisa e escorregava com facilidade para a garganta e seu formato redondo, tampava completamente a passagem do ar.
Me lembro bem, vinham embaladas em plástico transparente o que até realçava a beleza da bala que vinha em diversas cores como amarelo, vermelho, verde, azul, roxinha na cor vinho e sei lá mais quantas cores.

E essa bala chamada de “assassina”, era acompanhada de diversas lendas urbanas, e boa parte delas eram até lendas reais. E me lembro que havia também algumas teorias divertidas e absurdas sobre a bala como, por exemplo, que havia sido criada pelos nazistas ou que era um experimento para eliminar crianças do planeta para trazer o anticristo. Santo Deus!

Por volta dos anos 90, a bala foi proibida para o comércio por ser muito perigosa. Reapareceu alguns anos depois no formato quadrado, mas não pegou.
Se não me engano, me perdoe se eu estiver equivocado, houve uma época em que as balas soft (ou algum similar delas) apareceu no mercado com um furo no meio e algumas pessoas diziam que o furo era para a criança respirar, caso se engasgasse, até chegar ajuda. Sei lá se isso é verdade. Só sei que cheguei a ver as balas com o furo no meio.

E como comentei lá em cima, quando eu tinha por volta de nove, dez anos, me engasguei feio com a danada da bala. Foi um perereco (sério que existe essa palavra?) enorme. Gritaria, correria, desespero, minha mãe enfiou o dedo na minha garganta, um irmão me deu um soco nas costas tão forte, que, aliás, me dói até hoje. Eita.

Enfim, se o que me salvou foi o dedo na garganta ou a porrada nas costas não sei. Só sei que conseguiram me desengasgar, graças a Deus, né? Estou aqui.
E nunca mais cheguei perto de uma bala daquelas.

Ah, mas eu sinto muitas saudades dos doces antigos, tinha um suspiro colorido, cheio de pontinhas que…sei lá… lembravam pingos…ah, tudo de bom.
Lembro do pirulito do zorro, da maria mole branca e marrom, da teta de nega, canudinho, drops de caramelo, pé de moleque, paçoquinha, bala de morango e etc…

Nossa, quanta coisa boa, tinha o cigarrinho de chocolate (bem inadequado nos dias de hoje). E tinha um que era chique, o chocolate “surpresa” que vinha com um cartão informativo sobre algum animal, sucesso entre a criançada,
Ah, tinha um que eu não gostava, era o doce de abóbora. Podia ser no formato coração ou na casquinha, não gostava de nenhum…doce de abóbora é muito sem graça, até hoje não gosto.

Hummm, mas o doce de batata doce eu adorava, bom demaaaaaisss.

Mas, me lembro dos meus doces preferidos, eram dois. Eu sempre comprava quando ia a casa da minha saudosa avó. Ela sempre me dava uns trocados, algumas moedinhas, e lá ia eu correndo comprar meus doces preferidos. O primeiro era um doce de bananada cheio de cristais de açúcar, formato triangulo e no palito. O outro, era uma maria mole no meio de duas bolachas, ah, como eu gostava.

Por volta dos meus onze ou doze anos, perto da casa da minha mãe, tinha um bar que era o meu preferido para comprar doces, só porque as filhas dos donos eram muito bonitas. Era apaixonado por uma delas, mas nunca tive coragem de me declarar. O bar fechou, elas foram embora e nunca mais as vi.

Enfim, de vez em quando, ainda encontro esses doces maravilhosos, sabor infância, por aí.
Bom demais, oh, saudades.