Na semana passada, a minha coluna no Jornal Diário de Taubaté falava sobre um sonho que retratava um Brasil de desejos, bem utópico. E alguém comentou comigo, em tom de brincadeira, qual seria a Taubaté dos meus sonhos, pensei sobre isso e, oh meu Deus, tem tanta coisa para melhorar nessa minha tão querida cidade. São tantas coisas que fica difícil encaixar tudo no espaço da coluna, mas coloquei algumas coisas. Certamente, esqueci de um monte de coisas importantes, cada um vai lembrar ou pensar em algo. Mas, vamos lá…
Queria muito ver mais educação nas ruas, ver o povo jogando seu lixo no lixo, reciclando e colocando seu reciclável no lugar certo. Sonho com o dia em que possa andar pelas ruas sem ver lixo espalhado pelos cantos, sem ver bueiros entupidos, sem ver pichações e praças imundas e mal cuidadas. Sonho que, um dia, o povo entenda que os saquinhos plásticos dos deliciosos lanches de “carrinho”, devem ser descartados nas latas de lixo e não nas ruas e praças e nessa Taubaté dos desejos, não haverá pichação e nem depredações. Haverá respeito com o patrimônio público (que é patrimônio do povo) e com o privado. Cuidaremos de plantas, árvores e animais e, por exemplo, sonho com o dia em que os pobres cavalos não serão obrigados a transportar pesadas cargas de entulho, mudanças e outras coisas.
Detesto ver os pobres animais, muitas vezes mal alimentados, mal cuidados, enfermos, carregando uma carroça pesadíssima, ruas e morros acima. É cruel demais.
Na Taubaté dos meus sonhos, teremos transporte público de qualidade, adequado às necessidades da população e à um preço acessível, teremos mais hospitais à disposição do povo e contingentes de enfermeiros e médicos em número suficiente para atender a população de uma maneira mais digna. Nessa minha Taubaté, não haverá filas e demoras para consultas, exames e cirurgias, haverá mais segurança, não sentiremos medo de sair às ruas.
Como sempre digo, lugar de bandido é na cadeia. Ou será que estou errado?
Nessa minha cidade utópica, teremos, finalmente, um anel viário para desafogar o terrível transito do centro da cidade. E sonho com o dia em que o Taubateano vai aprender a sinalizar suas curvas ou o tradicional e popular “dar seta”. É tão difícil assim?
Sonho com uma cidade mais desenvolvida, com mais centros tecnológicos, mais faculdades, mais fábricas, mais empregos, mais comércio, mais turismo cultural, mais turismo tradicional, mais negócios, mais dinheiro circulando pela cidade, ah e nessa minha cidade utópica, não teremos mais quedas de energia elétrica e os cachorrinhos poderão fazer xixi nos postes tranquilamente, sem provocar estouros de transformador. Oh, meu Deus do céu.
Ah, olha só, nessa minha cidade maravilhosa, nem falta de água vai ter. Será possível? Sei não, acho que nessa nem a velhinha de Taubaté (aquela personagem do Luiz Fernando Veríssimo, a única ainda a acreditar em governos) vai acreditar e, lógico, sonho com políticos que trabalham para o povo, competentes e que queiram fazer acontecer, políticos à altura da grandiosidade de nossa cidade e que não aparecem somente no período de eleições.
E que tal mais salas de cinema? Estamos precisando, as atuais lotam aos finais de semana.
Precisamos de teatro, não só o profissional, mas o amador também.
Sonho com shows musicais, de rock, música popular, sertanejos e todos os gêneros decentes da música. Observe que disse “decentes”.
Na Taubaté dos meus sonhos o esporte amador terá apoio não só do poder público, mas da iniciativa privada também. E sonho com meu Burrão, o time do Taubaté, na primeira divisão.
Nessa minha cidade futurística e utópica, haverá mais cultura, mais livros, mais leitores, mais escritores, mais livrarias, mais editoras, mais artes e mais eventos literários.
E por falar em eventos literários, a Taubaté dos meus sonhos terá uma grande Bienal.
Ops, mas essa já temos…já transformamos esse sonho em realidade.
Aliás, a próxima será em Abril/2022.