Estamos acostumados (e cansados) a pagar impostos no País. Sejam tributos municipais, estaduais ou federais, o que mais se faz em solo Brasileiro é pagar impostos. E, pior, dinheiro que, normalmente, não é usado em sua totalidade para o bem-estar do povo. Sabemos disso!
Mas, fazer o que, né? Para nós, só resta pagar, pagar e pagar.
Agora…, pagar imposto para fazer cultura??? Ah, pelo amor de Deus, aí já é demais.
No ano de 2019, o grupo “Escritores de Taubaté”, trouxe para nossa cidade a 1° Bienal Literária que foi um sucesso total, um verdadeiro divisor de águas para a cultura de nossa cidade. Foi um grande incentivo, não somente à leitura, mas também as artes como um todo, já que a Bienal deu oportunidades para praticantes de outras áreas da cultura, como artistas plásticos, atores de teatro, músicos, cantores, dançarinos e etc…
Aí alguém pergunta: “ — Mas o poder público municipal ajudou, né?”
Nada! Absolutamente nada! O grupo “Escritores de Taubaté” teve que “rebolar”, se esforçar muito, usar de muita imaginação, para conseguir grana, patrocínio, para realizar a Bienal.
E a Bienal movimentou o comércio do shopping onde foi realizada e, praticamente, toda a cidade. Trouxe muita gente de fora para expor livros, trouxe editoras e muitos e muitos consumidores de Literatura, que também consumiram em restaurantes, dormiram em hotéis e pousadas, usaram transportes e gastaram em lojas diversas. Dinheiro para a cidade de Taubaté.
Ou seja, além do imenso fomento à cultura e, principalmente, da literatura, a Bienal trouxe dinheiro para a cidade de Taubaté.
Sabia disso, Vossa Excelência, o prefeito???
Como o próprio nome diz, a Bienal seria realizada a cada dois anos, então, em 2021 teríamos a segunda edição da festa literária, porém, por causa da COVID, teve que ser adiada e sua segunda edição ocorreu no ano de 2022.
Novamente o grupo “Escritores de Taubaté” organizou, sozinho, a Bienal.
Sabe quanto de ajuda o grupo teve do poder público municipal???
Advinha? Nada, absolutamente nada, mais uma vez.
E, novamente, produzimos cultura, incentivamos a leitura e o amor à arte de escrever. Presenciamos muitos adolescentes ficarem fascinados pela arte da escrita e dizendo querer se tornar escritores.
Será que podemos dizer que a literatura tem o poder de tirar jovens da marginalidade?
Será que no âmbito de uma Bienal não se descobrem e se desenvolvem escritores?
Mais uma vez, a Bienal fomentou culturas diversas, trouxe incentivo à leitura (algo que nosso povo precisa muito), incentivo à escrita e movimentou dinheiro, muito dinheiro.
Novamente trouxe muita gente de fora, como escritores e consumidores de literatura e artes em geral. Gente que também consumiu em bares, lanchonetes e restaurantes. Em hotéis e pousadas, no transporte e em lojas diversas. Movimentou o comercio da cidade e trouxe dinheiro.
Sabia disso prefeito???
E, apesar de tudo isso que o grupo “Escritores de Taubaté” fez pela cultura e economia da cidade, foi surpreendido pela inacreditável cobrança de taxas por terem realizado a Bienal.
Cobranças provenientes de impostos da 1° Bienal Literária de Taubaté, da 2° Bienal Literária de Taubaté e de alvarás de funcionamento. E, detalhe, teremos que pagar essas (com todo o respeito ao leitor) malditas taxas todo ano. Obrigado prefeito.
Além de não ajudar, não fazer o que é de obrigação do poder público, que é incentivo à cultura, ainda vem nos cobrar por ter feito o que o poder público deveria fazer??? Por ter feito cultura? Por incentivar a leitura de livros? Por incentivar a escrita de livros? Por incentivar cidadãos a consumirem cultura? Ah, pelo amor de Deus!
E o valor não é pequeno não, o montante, entre impostos das duas Bienais e taxas de alvará, chega a mais de R$ 360,00. Para um grupo que se vira sozinho, sem qualquer apoio, é muito.
Pagamos para fazer cultura? É isso mesmo? Obrigado Prefeito.
Ah, pelo amor de Deus! Só espero que essa coluna chegue à sua Excelência.