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sexta-feira 29 novembro 2024
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Comunicação 360 – Como ter um nome de valor no meio jurídico?

Não existe uma receita única e infalível para o desenvolvimento e gerenciamento de uma marca pessoal de sucesso. No entanto, há três ingredientes imprescindíveis, sem os quais a massa certamente vai desandar. São eles: credibilidade, emoção e lógica.

Independentemente do posicionamento de marca que um advogado resolva ter, seu discurso precisa estar imbuído destes ingredientes. A quantidade deles e a forma como serão utilizados dependerá dos objetivos e estratégias adotadas.

Conforme afirmam os experts Peter Montoya e Tim Vandehey, autores do livro “A Marca Chamada Você” (DVS Editora), o Personal Branding (gerenciamento de marca pessoal) é sobre assumir o controle das percepções que as outras pessoas têm de você.

Agora, você me diz: “ok, mas qual é exatamente a relação do Personal Branding com credibilidade, emoção e lógica?”
É o seguinte: para ter (e manter) o controle do que o seu público pensa sobre você, é preciso que você os convença, continuamente, daquilo que você deseja. É necessário persuadi-los, utilizando estes três elementos. E quem diz isso não sou eu, mas o famoso filósofo Aristóteles, que nos deixou um grande legado sobre retórica (faça uma busca na internet pelos termos “ethos, pathos e logos” para saber mais sobre o assunto).

Não importa qual lugar você queira ocupar no coração e na mente das pessoas, precisará batalhar por este espaço. E isso dependerá diretamente do manejo que você terá com os ingredientes credibilidade, emoção e lógica. Afinal, clientes fecham negócios com advogados em quem acreditam, com quem possuem conexão e cujo discurso faça sentido.

Você quer que o público te perceba como um advogado expert em sua área de atuação, que oferece um serviço premium, cuja agenda é disputada por clientes?

Ou prefere que o público te enxergue como o advogado do povo, que luta pelos direitos sociais, conversa com todo mundo nos corredores das universidades em que dá aula e que odeia que o chamem de doutor?

A depender da sua escolha (que pode, inclusive, não ter nada a ver com os exemplos acima), você deverá se comunicar de uma forma X ou Y.

Um advogado que se posiciona para um público premium, provavelmente adotará um vocabulário mais polido e terá um visual mais sofisticado. Estes elementos contribuirão para que ele fortaleça a sua credibilidade. A mesma estratégia pode não servir para o advogado do povão, que poderia parecer muito inacessível por falar difícil e andar todo engomadinho para cima e para baixo.

Na hora de fortalecer sua conexão com as pessoas, o advogado premium falará sobre assuntos que despertem as emoções de um público Classe A, que tem dinheiro para pagar seus honorários. Assuntos estes que não fariam o menor sentido para a Classe C, que é o público alvo do advogado do povão.

O mesmo ocorre com a lógica. Públicos com perfis diferentes possuem diferentes bagagens de vida, e diferentes percepções de lógica. O que é óbvio para um, pode não entrar na cabeça do outro com tanta facilidade.

No livro Comunicação Cinco Estrelas, Carmine Gallo afirma que “se você souber persuadir, inspirar e despertar a imaginação das pessoas, você será irrefreável, irresistível e insubstituível”.

Na obra, o autor destaca a importância da emoção como ingrediente persuasivo em tempos de tanta revolução tecnológica. Ele mostra, na verdade, o quanto despertar a emoção no outro é uma habilidade importantíssima diante do rápido desenvolvimento da inteligência artificial.

“‘Devido à maneira como são projetadas, as máquinas são muito boas em aprender coisas que já foram feitas antes e repeti-las vez após vez’, Goldbloom explicou. ‘Mas para tocar o coração das pessoas, é preciso surpreender. As máquinas progrediram muito pouco em lidar com situações novas. Elas são incapazes de lidar com coisas que não viram muitas vezes antes’”, escreve ele.

E conclui: “A boa notícia é que usar a persuasão para se destacar requer desenvolver empatia para com seus ouvintes, uma habilidade que a inteligência artificial não tem como substituir. As máquinas não tem coração; Os contadores de histórias tem”.

O Personal Branding está aí para que todos sejam capazes de contar suas próprias histórias de maneira autêntica, que gerem valor para o próprio indivíduo e também para o mundo.

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por Cris Veronez, diretora executiva da Verô Comunicação, consultora e assessora de comunicação para advogados. contatoverocomunicacao@gmail.com