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sexta-feira 27 dezembro 2024
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Como desenvolver o tato magnético de forma que as percepções possam ser confiáveis?

• Jacob Melo
O tato magnético tem sido um dos pontos de maior interesse dos magnetizadores; sejam iniciantes ou experientes. Um dos motivos para isso é a falta de uma bibliografia apropriada, posto que não há escritos que atendam a esse requisito.
Na obra de Kardec, o tato magnético está incluído no que ele chama de dupla ou segunda vista; sua abordagem, entretanto, não é suficiente para que se assimile exatamente o que deveríamos ter como base no desenvolvimento dessa faculdade. Todavia, algo de muito concreto nós podemos considerar.
O primeiro ponto é que se faz necessário um conhecimento relativo de anatomia e fisiologia, pois fica difícil se falar de órgãos e sistemas, partes ou elementos orgânicos sem que tenhamos, pelo menos, uma linguagem com terminologia adequada para definir o que e onde se esteja percebendo algo que possa indicar ou sugerir uma necessidade de atuação magnética.
O segundo requisito é que se desenvolva, através de um foco muito firme e objetivo, o autoconhecimento energético, pois o começo do desenvolvimento de um tato magnético passa pela identidade das próprias energias, as quais transitarão pelo organismo do paciente e estas deverão ser, no mínimo, percebidas.
Depois é urgente que os magnetizadores distingam em si mesmos que ou quais centros vitais estão usinando energias e em quais momentos, a fim de contribuir com mais eficiência nas consequências e, o que é de suma importância, poder acompanhar, à medida em que se desenvolve a ação magnética, que tipo de energética é a ideal para o procedimento sob suas mãos.
Lembrar sempre que a atenção requerida dos magnetizadores, às menores variações de sensações, quais sejam: atrações, repulsões, choques, calor, frio, tremores, arrepios localizados, formigamentos, e muitas outras, é extremamente relevante, pois esses pequenos e quase imperceptíveis sinais, registrados quando se está numa fase inicial do desenvolvimento do tato magnético, serão fundamentais para a decifração de outros mais ricos num futuro próximo.
Por fim, tomemos duas questões propostas por Kardec aos Espíritos e que constam de O Livro dos Espíritos.
447. O fenômeno a que se dá a designação de dupla vista tem alguma relação com o sonho e o sonambulismo?
“Tudo isso é uma só coisa. O que se chama dupla vista é ainda resultado da libertação do Espírito, sem que o corpo seja adormecido. A dupla vista ou segunda vista é a vista da alma”.
Dessa questão podemos inferir que o tato magnético aí se encontra, pois atende a tudo o que foi dito. Assim, vejamos a questão seguinte, com sua sub pergunta incluída.
450. A dupla vista é suscetível de desenvolver-se pelo exercício?
“Sim, do trabalho sempre resulta o progresso e a dissipação do véu que encobre as coisas”.
Aí fica estabelecido que o estudo objetivo e seu exercício têm potencial para fazer desenvolver esse “instrumento”, o qual nos dá condições de tratarmos com mais segurança nossos pacientes.
a) – Esta faculdade tem qualquer ligação com a organização física?
“Incontestavelmente, o organismo influi para a sua existência. Há organismos que lhe são refratários”.
Sendo assim, facilmente se percebe que a parte anímica do tato magnético é preponderante e, como tal, precisa igualmente ser bem dirigida para se chegar aos melhores diagnósticos.
Podemos concluir que o interesse pessoal no desenvolvimento desse potencial deve estar associado à busca de saberes apropriados e de uma postura de “foco”, a fim de que sejam bem percebidas e bem avaliadas todas as possibilidades de crescimento nesse tão relevante quesito das terapias magnéticas.