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terça-feira 24 dezembro 2024
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Comissão da Câmara analisa denúncia sobre os impactos do fechamento da Ford

O fechamento das fábricas da Ford no Brasil volta a ser discutido nesta quarta-feira, 3, na Câmara dos Deputados em Brasília. A Comissão de Direitos Humanos e Minorias irá analisar uma denúncia sobre os impactos do anúncio da montadora. A audiência virtual está marcada para 15h, com transmissão pelas redes sociais.

A audiência foi agendada após uma denúncia articulada por entidades como Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), IndustriALL do Brasil e Unisol Brasil. O diretor executivo do SMABC, Carlos Caramelo, esteve na assembleia com os trabalhadores na Ford Taubaté nesta segunda-feira, 1º, para explicar o processo.

“Articulamos uma denúncia contra a Ford por descumprimento a vários acordos. Esperamos que a Ford respeite o trabalho e os trabalhadores do Brasil e que possamos reaver os benefícios definidos nesses acordos”, disse Caramelo.
aA denúncia feita à comissão da Câmara destaca pontos como a falta de comunicação prévia da decisão da montadora aos governos federal e estaduais, assim como ausência de negociação com os representantes dos trabalhadores. Assinalou ainda que o fechamento das fábricas da Ford em Taubaté, Camaçari e Horizonte configura violação de princípios de direitos humanos e econômicos da Organização das Nações Unidas (ONU). Da mesma forma, afronta diretrizes da Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OCDE) para empresas multinacionais.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputado federal Helder Salomão (PT), convidou parlamentares, lideranças sindicais e representantes do Conselho Nacional dos Direitos Humanos para participar do encontro virtual.

Em ofício enviado aos participantes da audiência, Salomão lembra ainda os incentivos fiscais bilionários recebidos pela empresa e o efeito cascata da decisão da Ford. Segundo um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o fechamento da montadora no Brasil pode provocar um impacto de mais de 118 mil postos de trabalho, somando os empregos diretos, indiretos e induzidos.

O caso Ford também será tema da plenária Nacional do Conselho de Direitos Humanos, nesta quinta-feira, 4, às 11h. A sessão é realizada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos e reúne representantes do governo, judiciário, legislativo e sociedade.

Essas audiências integram um conjunto de ações do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), que tem como objetivo sensibilizar as forças políticas de Brasília em defesa dos empregos na Ford.

Na última quarta-feira, 27, o fechamento da Ford foi tema de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, conduzida pelo deputado federal Vicentinho (PT). No mesmo dia, o presidente do Sindmetau, Claudio Batista, o Claudião, se reuniu com o então presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM).

Frentes da luta

Durante a assembleia com os trabalhadores nesta segunda-feira, 1º, o presidente do Sindmetau explicou que as ações estão articuladas em quatro frentes: poderes públicos, judiciário, mesa de negociação e as mobilizações.

“É uma campanha em defesa do emprego. Por isso, hoje também foi dia de reafirmar o compromisso com todos os trabalhadores, fortalecendo a luta e o espírito de cada um nesta jornada”, afirmou o presidente do Sindmetau. Ele frisou a importância da unidade dos trabalhadores da Ford. “Temos que nos manter unidos e dispostos para o enfrentamento, pois só assim alcançaremos o nosso objetivo, que é a reversão da decisão da Ford.”