Search
terça-feira 24 dezembro 2024
  • :
  • :

Comilanças Históricas e Atuais – Rocky um lutador: a luta pela vida

I – As nações
As nações ocupam lugares específicos nos mapas geográficos ou nos globos que decoram residências, dormem nos laboratórios, frequentam salas de aula, servem como anéis, brincos, medalhões, pingentes… Na aproximação das noites, as nações disputam lugares nas feiras internacionais, prateleiras de shoppings elegantes, sofisticados; nesses lugares os países tentam se vender da maneira que podem, apresentam-se como um Éden do futuro, tornam-se lindos, espaços destinados aos grandes negócios, lucros depositados nos bancos das praças públicas, vida noturna alucinada no interior dos cabarés, cassinos, etc…

II – Os americanos do norte
A América do Norte foi colonizada pelos ingleses. Os pioneiros chegaram ao continente para construir um novo país. Trabalharam, lutaram, construíram povoados e cidades, mataram índios, abateram milhares de búfalos e, como a vida não é um quadro estático, proclamaram a independência do reino inglês; houve luta, sangue derramado, amor e ódio lutando no mesmo campo de batalha. Os americanos venceram, colheram a vitória dentro de lírios brancos, criando a terra onde todos os sonhos tornar-se-iam possíveis; onde as realizações pessoais estão plantadas nos desejos que contornam a força da alma.

III – A América e a hipnose coletiva
Aos poucos, lentamente, os americanos colocaram todos os Estados Unidos na condição de uma terra onde o ethos nacional apresenta uma enorme variedade de ideais, de liberdade e, por isso, o sucesso, a prosperidade, o jogo estabelecido pela mobilidade social para o trabalho duro, porém, sem obstáculos.
O mapa da vida, desenhada pelo poder dizia que o viver americano deveria estender-se pelos balcões, prédios, estrelas, casas, churrascos nos jardins, uma passagem pelo mundo com dinheiro, lazer, felicidade, e cada cidadão trabalhando na exploração de sua habilidade.

IV – Sylvestre Stallone
Era filho de um pai apoderado de uma violência sem explicação. Mas mesmo assim, encontrou uma mulher, namorou, casou, mentiu e tentou rodar os seus dias e as suas noites.
Eles viviam em Nova York, um mundo sonhado nas asas da história. Na gravidez de sua mãe, período de brigas entre o casal, desacordos irrisórios e obtusos. No nascimento de Stallone, os médicos perceberam que estavam diante de parto difícil. A equipe médica resolveu usar dois fórceps, que conseguiram cortar um nervo da face do recém-nascido. Esse incidente ocasionou problemas na fala, movimentos faciais durante o resto de sua vida.

V – A infância
Não contava com amigos, era um ser solitário. Vivia entre as brigas dos pais, as surras violentas que recebia. O seu irmão Frank também apanhava por qualquer coisa; surras que surgiam nas revoltas emocionais do casal. À noite, observando o estado de entorpecimento do pai roubava-lhe algum dinheiro para comprar coca cola no bar, quase em frente a sua casa, procurando com esse gesto, fazer alguns amigos.

Não podendo entrar em uma academia, levantava peso usando cabo de vassoura e blocos de cimento. Quando o pai não o surrava, levava bofetadas na boca sem nenhuma explicação plausível. As dificuldades em sua casa não se resumiam no relacionamento, mas também na situação financeira. Assim, enfrentou vários internatos, alguns lares de parentes. Nessa época, como milhares de cidadão da américa, estudou o que podia estudar, limpou jaulas de leões no Jardim Zoológico do Central Park, vendia ingresso para os teatros locais, engraxava sapatos, vendeu seu cachorro de estimação Butkus, conheceu o mundo dos que acordam e dormem nas ruas.

No desespero, chegou a fazer um filme pornográfico, “O Garanhão Italiano”, de 1970. Fez o filme para receber alguns dólares que lhe garantissem sua sobrevivência por um período determinado.

VI – A virada
A noite fora embalada por papeis especiais usados nas comemorações e grandes festas. As estrelas surgiram no céu antes do horário combinado. O povo americano, os que podiam, tomavam o caminho do Rochfield Coliseum, em Cliveland, Ohio. Era a noite da luta entre Muhammad Ali e Chuck Wepner.
O espetáculo esportivo daquela lua erguida acima da cabeça de todos ficaria na história. De um lado o extraordinário

Ali, o maior boxeador de todos os tempos; do outro, o considerado azarão Chuck Wepner conhecido como o “sangrento de Boyonne”. Somente um canal de televisão transmitiria a luta. Em frente a telinha da casa de um tio, Stallone parecia uma estátua, nem respirava.

A luta, a dança de Muhammad,
um bailado que conquistara o mundo.
O sorriso no rosto, as frases ditas
entre os dentes, zombaria desafiadora.
Wepner, grandalhão, apanhando,
recebendo cruzados,
sangue quente perto do nariz.
No 9º round, um cansado, humilhado
Wepner, parte para cima de Muhammed.
Acerta-lhe um cruzado de esquerda,
outro de direita no pescoço,
mais um na região hepática,
Muhammed como obelisco,
tomba no chão, câmera lenta.
Muhammed levanta-se, tonto, mas
reconquista o bailado, segundos depois.
Seus assaltos depois da queda,
do lutador invencível, como o público esperava,
Chuck Wepner não resistiu a sucessão de golpes do campeão.
Chuck tombou. A luta terminara no 15º round.

VII – A voz da América
A luta impactara os pensamentos de Stallone, a garra, a persistência e a determinação de Chuck Wepner encantaram o perdido Sylvestre. Em três dias e uma noite, escrevendo como um aluado produziu o roteiro para um filme “Rocky Um Lutador”.

Com o roteiro embaixo do braço, correu os estúdios cinematográficos, muitos comprariam o roteiro, mas queriam que os astros da época, os quais seriam uma garantia de bilheteria, interpretassem Rocky – entre esses grandes atores estavam Robert Redfor, Ryan O’neal, Burt Reynolds e James Caan. Stallone bateu o pé, enfrentou os magnatas da sétima arte, apresentou justificativas que vinham do seu interior, segundo os caminhos propostos para se alcançar o sonho americano, e venceu.

VIII – O filme “Rocky Um Lutador”
Rocky é um desconhecido boxeador das ruas e ringues de baixa categoria da Filadélfia. A sua meta, nesse tempo não era lutar mais receber o valor estipulado para enfrentar lutadores desconhecidos. Completava o seu salário perseguindo devedores a um agiota, um trabalho que o torturava. Na cidade, para a alegria de todos, ocorreria uma luta entre o campeão Appolo Credi e um desafiante. A luta tinha um objetivo que ultrapassava o ringue, a comemoração da Declaração da Independência dos Estados Unidos. O inesperado porém aconteceu. O desafiante se machucara seriamente.

A escolha de um novo desafiante recaiu em Rocky Balboa, a luta aconteceria para cumprimento de contratos, apostas, e o marketing envolvido.

O preparo da luta realizado por Rocky exemplifica os caminhos necessários para a realização do sonho americano. Levantava de madrugada, engolia uma dúzia de ovos crus; treinava num frigorífico socando as carcaças de carne penduradas por gancho de ferro, subia as escadarias do Museu de Arte de Filadélfia, corria pelas ruas geladas habitada por moradores desconhecidos.

IX – A luta
A luta durou 15 rounds, cada lutador sofrendo grandes golpes, deformando-se num ringue que, de repente, se transforma no microcosmo da nação americana. O filme recebeu, por parte da crítica, um comentário que o aproxima da fenômelogia que só poderia acontecer na sétima arte, a simplicidade produzindo uma história que estava dentro de todos. Milhares de livros de autoajuda, baseados na mensagem do filme, preencheram as estantes das livrarias americanas.

X – O caminho do filme
O filme parte de um ponto consagrado pela pedagogia americana, ou seja, a história de um homem vagando pela cidade pensando nas possibilidades de atravessar as barreiras sociais e os obstáculos espalhados pelo destino. No desenrolar do enredo, as lições de como vencer na vida vão mostrando os seus perfis, e a ideia de apresentar que os Estados Unidos formam uma nação preparada para oferecer oportunidades à aqueles que se esforçam, tomando Rocky como um Mito, um paradigma, um protótipo consagrado e perfeito.

RECEITA
OVOS AO FORNO COM BACON

Ingredientes: 4 ovos; 4 colheres de sopa de leite ou de creme de leite; 6 fatias de bacon; 1 colher de chá de molho inglês; 2 colheres de sopa de parmesão ralado; Sal à gosto; Pimenta do reino à gosto.

Modo de preparo: O primeiro passo será fritar o bacon. Você deverá fritar o bacon até que o mesmo fique dourado. Feito isso, você deverá escorrer e remover o excesso de gordura liberado pelo bacon. O segundo passo é picar grosseiramente o bacon e distribuir o mesmo em quatro tigelas individuais. Você deverá regar de forma sutil cada tigela individual com um pouco de molho inglês e adicionar de forma cuidadosa em cada tigela um ovo. Com o ovo e o bacon distribuídos em cada tigela, você deverá salpicar o sal e a pimenta do reino em cada recipiente, logo após, cubra cada tigela com uma colher de creme de leite ou somente leite e polvilhe o parmesão. Feito isso, você deverá levar tudo ao forno e deixar assar por pelo menos 12 minutos ou até que o ovo atinja um ponto de sua preferência. Você pode servir a receita com pão italiano ou torradas.

Por Adriana Padoan