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segunda-feira 23 dezembro 2024
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Comilanças Históricas e Atuais – Quando o cinema aprendeu a falar

Eu não sei explicar a causa, mas nem tudo nesta vida tem explicação necessária e correta. Ontem, à noite, por volta das 10 horas, a chuva lavava as ruas, o telhado da Igreja de São Francisco; as árvores da Praça Don Epaminondas dançavam um ritmo desconhecido, tocada pelos ventos.

O meu pensamento navegou lá pelos anos de 1927, nos cinemas dos Estados Unidos, as salas de exibição estavam lotadas, o cheiro de pipoca acompanhava o movimento do filme. Nessa época, de tanta criatividade, no tempo do chamado cinema mudo, a história era contada pelo olhar, gestos, expressões faciais dos atores e das atrizes. A câmera registrava todos os detalhes e a natureza participava como tapeçaria de fundo.

Carlitos chorava porque era o momento de chorar; o Gordo esperava o Magro na esquina de uma rua sem placa e sem nome; as carruagens enfrentavam o infinito e os índios surgiam no alto das montanhas, mas tudo era silencioso, só o coração batia ao ritmo de uma aventura que habitava a cabeça de todos nós.

Nesse ano de 1927, dentro desse pacote silencioso a Waner Bros, estúdio de cinema resolveu contar uma história, enterrando o silêncio em cova vaga. Contratou o cantor Al Jonson, artista dedicado ao jazz, e, através dele, contou a história de um moço judeu chamado Jakie Rabinowitz, que entra em conflito com as tradições religiosas e culturais da família, foge de casa, e torna-se um cantor de jazz nas casas de diversões, nos bailinhos presos dentro dos clubes, nos cabarés pobres e sofisticados. O sucesso não demora, o jovem cantor rompe todas as barreiras, chegando ao cinema.

Al Jonson pinta o seu rosto de negro, representando as etnias americanas e matando o público de susto, o filme é falado; o jazz sai de seu corpo, da sua garganta, da expressão do seu rosto impactando um público pasmado diante daquele acontecimento; todos entenderam o que estava acontecendo na sombra da alma de cada um, no fundo dos seus olhos houve gritos, lágrimas, aplausos, e o feto do cinema falado pulou para o palco em direção a uma nova existência.

Há um filme lindo, clássico, escrito com poesia, música, dança, choro, amor, desespero que procura documentar esse instante histórico, registrar as emoções, encantos e desencantos, estamos falando de “Cantando na Chuva”.

Cantando na chuva se passa nos anos 20, na época da transição do cinema mudo e do cinema falado, contando a história do astro dos filmes mudos, Don Lockwood ( Jene Kelly ). Tudo em sua vida parece maravilhoso aos olhos do público, isto é, sua alegria, o seus momentos com a noiva Lina, uma mulher colante na pele e na arrogância, dona de uma voz irritante, torturante, que tenta dominar de todas as maneiras concretas, pois tem pouquíssima inteligência.

Nos estúdios conhece Kathy Selden, uma aspirante a atriz que o desafia, encanta, amarrando todos os seus sonhos e a arte do bem representar. Don e Lina são escalados para fazer um filme falado, esse convite objetiva colocar os dois astros do cinema mudo considerando que, no cinema falado, seria um estouro de bilheteria.

Enquanto tenta filmar nas exigências das novas técnicas, o amor de Don por Kathy transborda nos bastidores, sob a luz da lua, nas andanças dos astros. Para salvar o filme realizado pelos dois astros, Kathy dubla a voz a espinhenta Lina. No termino do filme, na verificação do copião e dos resultados da película verificou-se que a voz de Lina prejudicara a qualidade de todas as cenas onde sua participação foi necessária. A saída imediata foi contratar Kathy para dublar a voz de Lina, fato inédito na história do cinema. Na primeira projeção os atores se apresentaram ao vivo, cada um representando uma fala do filme. Coube a Lina cantar a música tema do filme, diante de um público esperançoso. Essa apresentação, como era de se esperar, Kathy canta atrás da cortina e Lina imita o movimento do canto num processo de dublagem.

O público estava meio desconfiado, pois a voz real de Lina não batia com a suavidade da música que eles estavam ouvindo. Por outro lado o coração de Don batia ao som da sua emoção, do seu amor, e da certeza que a novidade não podia se basear numa farsa, numa injustiça. O seu instinto, cheio de sentimento, manda abrir a cortina, e, enquanto a cortina sobe, surge, ao fundo, a imagem de Kathy fazendo a dublagem da canção. As vaias, os risos, a raiva, a revolta do público fazem o velório e o enterro do cinema mudo e ao mesmo tempo a consagração do amor de Don por Kathy, e o romantismo coloca uma tarja preta da boca do cinema que não tinha voz.

As cenas que despertaram curiosidade e conhecimento cinematográfico.

1ª cena: o diretor, o elenco, as câmeras corriam de um lado para o outro do estúdio. De repente, usando a intuição, o sonoplasta coloca um microfone na blusa de Lina, para que a suas falas atingissem um grau de suavidade nunca vista em um filme. No número de dança que faria logo depois o público conseguiu ouvir as batidas de seu coração, apresentando a emoção da atriz movendo-se no palco. Para o público tudo fazia parte do cinema novo, da nova técnica, isto é, sentir o artista por fora e por dentro, unindo arte e emoção.

2ª cena: a rua fora isolada e as câmeras posicionadas. A água, caindo em forma de enxurrada, fora misturada com leite para causar os efeitos visuais da cinematografia. Kelly inicia a dança, abre o guarda-chuva e canta a música “Singin in the Rain”, seus passos seguem o ritmo da canção. A chuva artificial, a iluminação, a aguaceira, o azulado da noite, e o autor representando e dançando com 39 graus de febre. O terno lindo, mas o pano marcadamente ordinário. Por esse motivo, por três vezes, o terno encolhera e tiveram que trocá-lo; tudo em homenagem ao cinema perfeito e falado. Essa cena é considerada pela maioria dos críticos cinematográficos como o momento mais lindo do cinema. Por esse motivo, como falamos no início desse artigo, resolvemos visitar o início do cinema falado e o filme

“Cantando na Chuva” que documenta de forma magnífica a passagem de uma evolução que aprofunda o universo da sétima arte.

Receita
BROWNIE COM MOUSSE
INGREDIENTES

Ingredientes para o Brownie: 1 xícara de chá de farinha de trigo; 1 xícara de castanha, amêndoas ou amendoim picados; 1 pitada(s) de sal; 3/4 xícara de açúcar mascavo; 1 xícara de açúcar refinado; 1 xícara de manteiga sem sal; 150 gramas de chocolate meio amargo; 5 ovos; 1 colher de sopa de cacau em pó.
Ingredientes para o mousse de chocolate branco: 1 xícara(s) de chá de chantilly; 50 ml de água para hidratar; 1 pacote de gelatina incolor; 3/4 xícara de chá de creme de leite; 300 gramas de chocolate branco
Ingredientes do doce de leite: 1 xícara de chá de amêndoas torradas; 1 lata de leite condensado cozida
Ingredientes da cobertura: 375 gramas de chocolate branco; 1/2 xícara de chá de óleo de canola

PREPARO
Modo de Preparo do Brownie:
Derreta o chocolate com a manteiga e reserve. Com o auxílio de um fouet, bata os dois açúcares com os ovos, apenas para dissolver. Junte a mistura de chocolate com os ovos e misture até ficar homogêneo. Adicione a farinha de trigo, o cacau em pó e o sal peneirados. Por fim, adicione as castanhas. Coloque em uma forma, ou aro quadrado ou retangular, já untado com manteiga e enfarinha. Leve para assar em forno preaquecido a 180°C.
Modo de Preparo do Mousse:
Hidrate a gelatina na água fria e reserve. Aqueça o creme de leite e misture com o chocolate branco. Misture bem até que esteja totalmente derretido. Derreta a gelatina no micro-ondas e adicione na mistura de chocolate. Quando esta mistura estiver em temperatura ambiente, agregue o creme batido em ponto de chantilly em movimentos leves. Tem que adicionar em cima do brownie já frio.
Modo de Preparo do Doce de Leite:
Em uma panela de pressão coloque a lata de leite condensado. Quando começar a pegar pressão, deixe cozinhar por 50 minutos. Retire a pressão, abra e retire a lata. Deixe esfriar bem antes de abrir.
Modo de Preparo da Cobertura:
Derreta o chocolate branco. Então, adicione o óleo, mexa bem até ficar uma mistura homogênea. Quando essa mistura estiver em temperatura ambiente. Cubra todas as mousses.
Montagem:
Disponha a mousse sob o brownie e leve para o freezer. Quando estiver firme, desenforme e, então, com o auxílio de um saco de confeitar, adicione o doce de leite e as amêndoas torradas. Coloque sobre uma grade e cubra toda com a cobertura de chocolate.

Por Adriana Padoan