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quinta-feira 28 novembro 2024
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Comilanças Históricas e Atuais – Ponte para Terabitia: em busca do mundo perdido

I – Criança prenúncio dos adultos
O filme “Ponte para Terabitia” é um filme que fala de criança em primeiro plano. Num segundo plano, tem como referência a vida dos adultos que, no interior de uma visão psico-pedagógica, circunda o universo infantil. A emoção é água que transparece na superfície do filme; a escola, com seu exterior e interior, ronda a formação humana, não deixando de ser um mistério ainda não definido. A família, processo que se desenvolveu há milênios, tenta se mostrar de corpo inteiro, ocultando, evidentemente, as atitudes sociais, as etiquetas padronizadas, a educação com cheiro de feijão com arroz.

A família, por outro lado, anda apoiada numa muleta de uma madeira chamada economia, costumes, egos, superegos, vaidades, caráter, modus vivendi, ou seja, a família mora dentro de uma panela de pressão.

II – Um momento de dor e poesia
O filme “Ponte para Terabitia” parte de uma identificação psicológica iluminada, ou seja, a corporificação da sublimação. O enredo é baseado no livro de Katherine Peterson, publicado no ano de 1977. Katherine tinha um filho chamado David. David tinha uma amiga de todas as horas, momentos e, quando a noite penetrava nos jardins a amiguinha Lisa tornava-se sua confidente, motivo justificável para suas dores serem lavadas. Eles tinham oito anos de idade. Um dia as nuvens se movimentaram no céu, raios iluminaram riscos tremidos, sem linearidade. Lisa estava indo para a casa de David:

Ruído estranho
Cores indefinidas
Estrondos violentos
Um raio matou a menina
Lisa. O mundo de David
Escureceu.

O livro de Katherine tentou ajudar o seu filho digerir o luto. Portanto, com toda a fantasia que envolve o livro, ele parte de um acontecimento real, uma sublimação. Isso, por si só é lindo e belo.

III – O filme – escola – casa
O primeiro personagem apresentado é o menino Jesse Aarons. A primeira cena nos leva a entender os dramas tecidos pela estrutura social. A sua mãe jogara os seus tênis velhos, gastos, encardidos, rasgados. Deu-lhe, no lugar do tênis inutilizado, pelo olhar da mãe, os tênis menos velhos, de sua irmã. Ele mão tem escolha, o seu coração de menino dói; ele pega uma caneta para pintar as partes rosas do tênis da irmã. Chorando ele tenta disfarçar o histórico tênis.

Os seus olhos choram lágrimas escorridas na vivência real da família, as dificuldades financeiras que atingiram a sua casa, porém, é a realidade de muitas residências naquela região rural da américa.

As primeiras cenas na escola nos levam a um universo de reflexões, pois Jesse é atormentado por “valentões, meninos que em verdade são covardes, adoram judiar, humilhar, agredir, ironizar roupas, tênis, um espetáculo de bullyng. Esse termo bullyng surgiu numa manhã de tempestade cinza na Noruega, na década de 80. É interessante, mas a palavra surge do termo inglês Bully, significando “valentão”, ameaçador, agressor, intimidador. A expressão, segundo dizem, foi usada pela primeira vez pelo professor Dan Alweis, ao observar o horror nos olhos de uma criança. O filme explora muito bem esse tormento que faz parte da vida escolar.

Jesse, não podendo ou temendo os valentões, treina corrida de longa distância, tentando vingar dos meninos valentões. Numa corrida para meninos, terreno em que Jesse pretende vingar-se, a vencedora é uma menina que acaba de chegar à escola, Leslie Burke.

Ela é uma menina esquisita, o que a faz entender-se bem com Jesse. Ela mora perto da casa do menino do tênis velho. A família de Jesse passa por dificuldades financeiras, ele não recebe atenção do pai. Jesse, para fugir do mundo opressivo, passa horas desenhando em seu caderno. O pai olha os seus desenhos com agonia no rosto, as suas duas irmãs mais velhas vivem em disputa entre si; a irmã menor, May Bell frequenta a mesma escola. A mãe de Jesse não tem tempo para ele, embora o menino faça o trabalho pesado da casa.

Todos os alunos vivem a pré-adolescência, marcada pelo início de intensas transformações físicas, psicológicas, levando a criança aos caminhos da vida adulta. A briga, nessa fase, é ser aceito no grupo, sentir que é diferente dos outros, a rejeição ronda as atitudes. No silêncio do quarto as crianças sentem o nascimento de pelos no corpo, sinais da primeira menstruação, as vozes se alteram.

Jesse é muito introvertido, tímido, uma emoção que afeta a forma de sentir os outros, há um sentimento de desconfortabilidade, de insegurança e vergonha.
Nesse sentido, o filme explora lindamente a amizade entre Jesse e Leslie Burke. Os dois buscam um lugar no mundo, o sonho que parece tão distante aproxima-se dos dois amigos.

IV – Memoria real
Os personagens centrais são perseguidos pelos valentões do colégio, meninos revoltados consigo mesmo e com a família, como é o caso de Janice que cobra dos pequenos para usar o banheiro. Essa sua raiva do mundo tem sua origem na perseguição e maus tratos causados pelos pais. O ônibus amarelo que levam as crianças à escola, um padrão que existe há oito décadas, tornando-se um lugar de prática de bullyng e brincadeiras ridículas.

V – A aproximação
Leslie dá de presente a Jesse um kit de pintura. Ele dá a ela um cachorrinho Terrien. Os pais de Leslie são escritores, vivem em mundos distantes, claros ou nebulosos e, nesse lugar vão gerando gente, histórias, amor, conflitos, sonhos realizados ou não. Por esse motivo, pela profissão dos pais, Leslie se sente abandonada, vivendo num segundo plano.

IV – A descoberta
Andando nos arredores da casa, todos os dias depois da aula, eles descobrem uma velha corda, amarrada numa árvore, sobre um riacho. O fantástico começa a surgir na cabeça das crianças, a descoberta de uma realidade que foge a lógica; a existência de um espaço irreal, meio onírico, marcado pela existência de seres inexplicáveis, absurdos em relação ao mundo palpável.

Leslie observa a corda, seus olhos veem as nuvens passando apressadas, para ela a sensação é de que estão voando. Os dois usam a corda para leva-los de um lugar ao outro, o riacho que corre em silêncio é o limite de um reino frio a outro encantado. Para ela e, depois para Jesse, a corda é encantada, cada coisa existente nesse mundo descoberto é um personagem aliado ou inimigo. Descobrem um antigo carro abandonado, morada de seres extraordinários, uma casinha na árvore, casa velha, caindo aos pedaços, é necessário refazê-la. O lugar possibilita viver aventuras, fugir, analisar as suas famílias, seus problemas, a escola, os alunos, seus medos. Esse novo mundo maravilhado recebe o nome de “Terabitia”; nessa paragem, quando ele pede ajuda dos guerreiros terabitianos, o vento responde repetidas vezes.

A mente de Leslie tem uma enorme facilidade para criar, moldar, projetar sensação trabalhada pela imaginação. As histórias nascem em sua mente como as flores surgem nos galhos das árvores. O reino encantado surge do seu coração, as batidas de sua alma entrelaçam-se na ideia de que a velha corda, na beira do rio, era mágica. O antigo carro era a morada de seres estranhos e desconhecidos. A velha casinha no tronco da árvore era um refúgio seguro, dali se projetavam aventuras maravilhosas. Naquele pequeno espaço, a relação entre eles se intensifica, se fortalece

Todos os dias, depois da aula, os dois visitavam o reino encantado. A amizade cresce no rosto de Jesse; o espirito de Leslie dispara no meio das centenárias árvores. A transformação de Jesse, causada pela magia, é demonstrada nas aulas de música. Antes, por timidez, ficava quieto em sua mesa, sozinho com suas próprias ideias. Depois da amizade com Leslie e de um tempo vivido em Terabitia, ele sorri, toca instrumento, canta junto com o grupo. A felicidade encontrada na escola, contrasta-se com as broncas que o pai lhe dá. Ele se fecha, mergulha num mundo repressivo, sem luz, sem calor. Na escola, ele e Leslie aprontam um acontecimento para desmontar a aluna Janice, que atormenta as alunas menores, cobrando de cada uma, um dólar para usar o banheiro.

À tarde, em Terabitia, Leslie abre o período de caça aos trolls gigantes. O troll é uma criatura antropomórfica do folclore escandinavo, é um gigante horrendo, como ogros, vivem em cavernas e grutas subterrâneas.

A cena da igreja é muito significativa, Leslie vai com Jesse e a família. Ela dá uma explicação sobre Deus as crianças, dizendo que Deus anda ocupado em tomar conta do universo; ele não tem tempo de ficar mandando pessoas ao inferno.

As aventuras em Terabitia fortalecem a amizade entre Jesse e Leslie, na medida em que lutam com árvores que andam, com animais estranhos, com seres que habitam a imaginação. Um passa a depender do outro, numa projeção dentro de um universo guiado pelo fantástico.

A professora de música, numa manhã, convida Jesse a visitar o Museu de Arte com ela, depois de ver seus desenhos no caderno. Ele pede autorização a mãe, olha para a casa de Leslie, pensando em convidá-la ou não. Em um lapso movido por um segundo, resolve não convidá-la. Jesse vive o passeio ao museu sozinho. Ele quer ver tudo, observar cada detalhe, pois nunca estivera num museu antes. A professora dá-lhe explicações, comenta desenhos e obra de arte, contando que as obras de arte possam ampliar o seu talento.

O seu retorno para casa se dá através de infinitas reflexões. Ao chegar em casa, a sua família está angustiada. O pai conta-lhe que a sua amiga Leslie está morta. Ao tentar atravessar o riacho a “corda velha” arrebentou. Ela caiu, batendo a cabeça numa pedra, sendo levada pelas águas. Jesse volta a se fechar nas aulas, dorme abraçado ao seu caderno de desenho, onde havia desenhado Leslie. Após o velório de Leslie, Jesse retorna ao lado de lá do riacho, olha à natureza, observa os pássaros, o vazio sem um pingo de imaginação.

Ele chora e as lágrimas são quentes.
A dor percorre o seu corpo.
As águas do riacho passam,
Correm, abraçam as margens.
Jesse ouve um canto,
Uma vos conhecida chamando o seu nome.
O espírito de Leslie, sorrindo,
Voa sobre Terabitia.

Receita

BOLO DE CHOCOLATE PARA ANIVERSÁRIO
Ingredientes
Massa: 2 xícaras chá de farinha de Trigo; 1 e ½ xícaras chá de açúcar; 1 colher sopa de fermento em pó químico; ½ xícara chá de óleo de milho; 2 unidades de ovos; 1 xícara chá de chocolate em pó 70% cacau; 1 xícara chá de leite fervente.

Recheio e cobertura: 400 g de chocolate meio amargo picado; 1 caixa de creme de Leite (200 g); 1 colher sopa de manteiga (15 g); 1 colher café de aroma avelã; 1 pacote de confeito choc bola; 1 pacote de confeito choc bolinha; doces de festa brigadeiro; 1 pacote de confeito pepita.

Modo de preparo
Massa: Em um recipiente, misture a farinha, o açúcar e o fermento em pó químico; faça uma cavidade e junte o óleo, os ovos e mexa; aos poucos, adicione o leite previamente misturado com o chocolate em pó 70% cacau; coloque em uma forma de 20cm untada com manteiga e polvilhada com farinha de trigo; leve ao forno, preaquecido na temperatura média (180ºC), por cerca de 40 minutos.

Recheio, cobertura e montagem: – Leve o chocolate meio amargo ao microondas para derreter por 30 segundos; mexa e volte ao microondas por mais 30 segundos. Junte a manteiga, o creme de leite e misture; acrescente o aroma avelã e mexa bem; mantenha em temperatura ambiente por no mínimo 2 horas antes de utilizar no bolo; depois de frio, corte o bolo em 4 camadas. Umedeça com leite misturado com Chocolate em pó 70% e espalhe 2 colheres (sopa) cheias do recheio; cubra todo o bolo com a cobertura. Para decorar, faça os brigadeiros e enrole no granulado e decore da maneira que desejar.

Por Adriana Padoan