I – Páscoa
As flores nasceram movidas por uma necessidade inexplicável, uma força gerada no fundo do mar e da terra. O dicionário chamado “De Todos”, corria as ruas explicando o que é a Páscoa, festa vestida de pano de várias cores, desde a política, a religião, a legalidade, o amor, a fé estava chegando.
A Páscoa nasceu entre o povo judeu. A palavra vem de Passach, em português significa passagem, o direito de caminhar. A festa judaica é uma festa sem tamanho definido. Ela comemora a libertação da escravidão do povo no Egito; uma liberdade realizada por Deus sob o comando de Moisés. A Páscoa planta a liberdade na terra, combate a escravidão, vai de encontro a Deus e à justiça para, através dos sentimentos da lua, levar o homem em direção a paz individual e coletiva. Há 3 mil anos os Hebreus começaram a comemorar a Páscoa.
II – A Páscoa Cristã
A Páscoa dos cristãos nasceu no século IV d.C., depois que a estrela da manhã se apaixonou pela estrela da tarde. As mudanças ou transformações aconteceram nas andanças da história. A Páscoa do cristianismo se inicia na decisão de Jesus retornar a Jerusalém. Dias, noites, águas das fontes, pés pisando as pedras, calor, sol, e o objetivo traçado pelo Deus criador.
Na quinta-feira, céu vermelho de seriedade do tempo, Jesus participa da última ceia com seus apóstolos. Desse encontro, nascem as recomendações, orações, determinações, a busca do amor e do carinho representado num gesto bem simples: o lava pés.
Na sexta-feira, com a multidão na rua, as reuniões secretas nas salas do Império Romano, e a decisão da crucificação:
Os cravos, as mãos,
Bam! Bam! Bam!
Os cravos, os pés,
Bam! Bam! Bam!
As lágrimas de Maria!
O choro sentido de João!
E a morte chegando pela coroa de espinhos!
No sábado, além de todas as serras, os anjos desfilam as alturas e, de dentro do peito, cantam Aleluia. Há sombras e os astros dançam as canções dos tempos de Moisés.
No domingo de Páscoa, todas as crianças do mundo olham para dentro de si. A seguir, observam os cometas sobrevoando as ondas do mar e, sobre todas as coisas que formam a natureza; acontece A Ressureição, momento em que Jesus revive e abraça os sentimentos que envolvem os sonhos projetados pela humanidade.
A Páscoa cristã
É fruto do Concilio de Nicéia,
Acontecido em 325 d.C.
Livros escritos por diversos escritores, em várias partes do mundo, as pesquisas profundas na Bíblia, os estudos dos desenhos, quadros e documentos históricos procuram o mesmo caminho.
O projeto, o tempo, as soluções possíveis fizeram que o filho do ator Charlton Heston, de três meses, interpretasse o personagem Moisés, colocado num cesto nas águas do Nilo, no filme Os 10 Mandamentos. Em uma das noites, durante as filmagens, iluminadas por colunas de fogo, Cecil B. Dmille foi vítima de um ataque cardíaco, se ausentando dos trabalhos por duas semanas. A ousadia do diretor Cecil B Dmille para enfrentar os desafios de realizar o filme em referência, é um cruzamento da arte cinematográfica com os desejos de realização de uma produção que ultrapassasse os limites conhecidos, entre o desejo sonhado e a câmera na mão.
III – As dificuldades
O diretor usou mais de 15 mil figurantes; uns 15 mil animais disputavam lugares nos ângulos de filmagem; mais de 20 mil galões de água e gelatina foram usados na cena da abertura do mar; além disso, usou documentos históricos e questionou os espaços onde tudo aconteceu.
IV – O filme
Houve fome nas terras de Canaã. As ruas secaram e a chuva desaparecera da terra. O povo Hebreu, sem encontrar alternativa imediata de sobrevivência, iniciou um processo migratório à nação do Egito, infiltrando-se aos poucos.
O Faraó egípcio transformou a população Hebreia em escravos, em mão de obra usada para construção de palácios, mansões, pirâmides. O trabalho estendia-se da noite para o dia e do dia para a noite. Centenas de pessoas morreram pelo esgotamento causado pela desumanidade do excesso de trabalho.
Por outro lado, mesmo dilacerados, os Hebreus se amavam nas profundidades do luar e, como não poderia deixar de ser, multiplicaram-se como formigas, construindo os gigantescos locais para vida e as aglomerações.
Os Egípcios, percebendo a explosão demográfica realizada pelo povo Hebreu, ordenou às parteiras que, na hora do parto da mulher hebreia, caso desse à luz a um menino, o exterminasse imediatamente, após o trabalho de parto.
A mãe de Moisés, menino forte e bonito, que acabara de nascer, fora colocado em um cesto de junco, calafetado, e solto nas águas do Nilo. O cesto navegou sem destino, enroscou-se várias vezes na vegetação que cobria as águas do grande rio. Aos poucos, sem presa, mas dirigido por profecias escritas por Deus, parou no lago onde a irmã do faraó tomava o seu banho. Ela abriu o cesto, encantando-se com a criança. A paixão materna induzida pela força da vida a levou a amar um ser que nunca vira. Como era solteira e sem filhos, a criança foi adotada pela mulher que amava o poder e os silêncios.
O hebreu, agarrado pela fatalidade, transformou-se num nobre participante da Corte Egípcia. Estudou, caminhou pelas costas dos tratados filosóficos, conquistou nações pela força das espadas. No entanto, em nome do desespero do irmão gêmeo, que já vivia no palácio, cuidado pela mesma mulher, teve a sua verdadeira nacionalidade revelada.
Moisés foi preso e destituído das honrarias. Por decisão dos políticos e sacerdotes foi abandonado no deserto, para morrer distante do palácio onde fizera parte do poder. Moisés enfrentou o sol e o frio da noite, a solidão e o medo, o abandono e o desespero. Por fim, encontrou um grupo de pastores. Com eles, aprendeu a técnica do trabalho do pastoreio, conheceu famílias e casou-se com a filha de um pastor proprietário de um rebanho, vivendo a existência humana na simplicidade do calor que dá e tira a vida.
No dia do sol que ilumina os picos das montanhas mais altas, a mão de Deus tocou a história que habitava no coração de Moisés, solicitando-lhe que retornasse ao Egito e libertasse os escravos hebreus.
V – A libertação
A noite tentava segurar a lua. De repente, um ponto verde surgiu no céu. O seu caminho foi se ampliando e descendo para a terra do faraó Ramsés, tomando conta de todos os espaços. Era o espírito de Deus que viera buscar a vida dos primogênitos, entrando em todas as casas, causando a ausência daqueles que primeiro pisaram nesse chão. Não havia outra saída para o senhor dono do Egito se não obedecer a Deus através de seu representante Moisés. O faraó abaixou a cabeça, pensou no poder e na sobrevivência, resolvendo libertar todos os escravos hebreus, permitindo-lhes a passagem para a liberdade e a sua Páscoa.
Assim, em todos os caminhos espalhados pelos dedos da terra, por onde Moisés passar física ou espiritualmente, estará unido a história da Páscoa, tudo é uma questão de aceitação e fé.
RECEITA
RECEITA DE BACALHAU COM CROSTA DE PANKO E CASTANHA DO PARÁ
Ingredientes: 1kg de bacalhau em postas dessalgado; 12 Castanhas do Pará; ½ xícara de Farinha Panko; 3 dentes de Alho; 6 mini Cebolas; Tomate; Vagem; Azeite de Oliva; Sal e Pimenta do Reino; Salsinha a gosto
Modo de Preparo: Em um processador ou liquidificador, triture as castanhas, 1 dente de alho e a salsinha. Acrescente, à mistura moída, a farinha Panko, sal e pimenta do reino a gosto e misture. Cubra as postas do bacalhau com a farofinha, pressionando para que grude e faça uma capinha, e coloque-as em uma travessa que vá ao forno. Cubra o fundo da travessa com muito azeite de oliva, coloque as cebolas cortadas ao meio e os outros dentes de alho e leve ao forno preaquecido a 200°C por 20 minutos, mais 5 min. na função grill. Enquanto isso, corte os tomates ao meio e grelhe apenas do lado oposto à casca em panela bem quente, até que fiquem macios e suculentos. Para a vagem, basta cozinhar em água fervente e depois fazer um choque de temperatura em água com gelo. Retire o bacalhau do forno e sirva com os acompanhamentos.
por Adriana Padoan