I – História do circo
No período da Pedra Polida, uma estrela se ergue até o sol, aquecendo a sua luz protetora de todos os contos infantis. Desse encontro, ninguém sabe o motivo, nasceu a China, a terra que possibilitou a formação das primeiras Vilas humanas; tendo como ponto referencial, o ano 5000 a.C. Na China, dona do tempo, pesquisadores e arqueólogos visualizaram, nas paredes de uma caverna, pinturas de acrobatas, contorcionistas, equilibristas, se apresentando ao povo e autoridades da época. Segundo os estudiosos, essas pinturas foram produzidas num passado gerado pelos homens da caverna, no princípio da nação dos chineses.
A palavra “circo” e sua origem, por outro lado, encaminham-nos em direção do Império Romano, local onde surgiu o famoso Circo de Máximos, por volta dos séculos III ou IV a. C, e, de certa forma, era uma arena circular, onde aconteciam os grandes espetáculos de luta, corrida e artes. Essas coisas estavam escritas e desenhadas nas palmas das mãos da denominada Roma Antiga. As horas corriam pelas ruas do mundo, os dias marcavam seus encontros com as noites misteriosas ou vestidas com as roupas da poesia; o circo sempre esteve presente nas pequenas e grandes Vilas, mostrando que, no seu interior, o impossível sempre acontece.
Assim, após percorremos algumas páginas da história, que não conseguiram adormecer, aproximamo-nos do Circo, das nossas paixões e encantos, isto é, do circo do nosso viver atual.
Ele nasceu na Inglaterra, em torno do ano de 1770. Segundo os estudiosos, havia na realidade do mundo um oficial de cavalaria chamado Philip Astley. Era audacioso, romântico, aventureiro e sonhador. Num momento determinado pela profecia vinda do coração, ele planejou e organizou um espetáculo equestre e mágico, numa arena coberta por panos grossos, iluminada por centenas e centenas de candeeiros. Essa apresentação introduziu a concepção Circense, no correr do século XVIII, um período com cheiro de modernidade.
II – Cecil B Demille
Todos os homens e mulheres que habitam o planeta terra nasceram com uma missão. No caso de Cecil B Demille, a sua chegada a esse mundo, movido por forças conhecidas ou desconhecidas, estava previamente compromissada com o cinema. O seu ego, sustentado pelas câmeras de filmagem, o levaram, com mais 35 profissionais, a fundar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. No período que vai de 1913 a 1956, produziu mais de 70 filmes entre mudos e sonoros. A sua visão artística, em certo instante, cruzou-se com a ideologia que impulsiona o mercado industrial. A sua união a outros produtores do universo artístico, que preenchem as telas dos cinemas internacionais, conduziram-nos a um trabalho fantástico, ou seja, a fundação da Indústria Cinematográfica de Hollywood.
Os seus trabalhos artísticos, citando apenas alguns, que extasiaram o coração mundial, estão na listagem a seguir: “O Rei dos Reis”; “Sansão e Dalila”; “Os Dez Mandamentos”; “Vendaval de Paixões”; “Cleópatra”; “Joana D’Arc”.
O seu penúltimo trabalho, “O Maior Espetáculo da Terra”, produzido em 1952, é um retorno à sua infância, marcada pela presença do Circo, que é, verdadeiramente, um pedaço de todos nós, coberto por uma lona. O espetáculo circense mistura e combina linguagens, enfrentando todas as faces das regras, tenta aproximar-se do impossível, brinca com os limites, com a poesia, com a coragem e desafia a política que não tem sabor, vontade e não é trapezista.
III – O filme
Na sua simplicidade consegue transformar-se num laboratório revelador, na medida que documenta a situação econômica do país que, como num jogo de dominó, afeta o mundo das artes.
O filme, na visão da crítica especializada, não consegue esconder o seu aspecto de duração temporal prolongada, o que significa que há um alongamento girando dentro da narrativa.
No lado oposto da moeda, quando pensamos num espetáculo circense, penetramos num sistema emocional banhado pela felicidade, alegria, infância, susto, admiração, beleza e surpresa,
Entretanto, no caso do maior espetáculo da terra, somos apresentados à dureza dos ensaios precedentes, das paixões, dos treinamentos específicos, dos ciúmes, da inveja, do risco da própria vida. Além do que, a montagem do circo, a força para levantar a lona, colocar o circo em sua aparência emocional, é uma batalha travada na busca da certeza do sucesso.
O momento focalizado no filme desvenda o que foi a era americano da pós- depressão, um fato econômico que afetou o mundo. Na cena em que Brad enfrenta os executivos do circo, tentando impor uma curta temporada e o gerente que comanda o espetáculo, defendendo uma longa temporada, pois contratara um trapezista de verdade, o às das alturas, chamado Sebastian, um artista que poderia levantar a economia do grande circo, ao mesmo tempo que defende a sobrevivência de 400 artistas.
IV – O espetáculo e a vida
O filme, como proposto temático, é apresentar um espetáculo que marque os olhos das plateias do mundo. O diretor se preocupou com a beleza, com os figurinos, com a dança e o canto. O número usando animais assume uma característica das produções de Walt Disney, não resta dúvida, a quem assiste só o filme, sentir o calor de um dos maiores espetáculos da Terra. No entanto, além da visualização, o cinema necessita contar uma história, um drama, uma tragédia ou um fato do nosso cotidiano.
V – O processo narrativo
O diretor do circo Brad, tem várias vidas, além, é claro, da sua própria existência, O circo como presença real, representa mais uma vida e exige dele, lutar com e contra todos os problemas que a arte exige.
Os artistas, semente que gera movimentos belos e sensíveis, são filhos enquanto dão a vida para que o sonho aconteça.
Porém, no centro de suas preocupações está a trapezista Holly, dona absoluta do picadeiro central e dos seus sentimentos; os dois se amam de acordo com a realidade profissional de cada um.
Quando Brad contrata Sebastian, um trapezista com a fama espalhada pelo mundo, o diretor está pensando em vencer a crise econômica e salvar o circo, além de trazer para dentro do espaço dos espetáculos, um concorrente.
A sua capacidade como o suporte humano do espetáculo é colocada à prova. De acordo com a sua atitude profissional, retira Holly, sua paixão, do picadeiro central, entregando-o a Sebastian, a estrela mundial; com esse gesto, consegue abalar o ego de Holly, criando um triângulo amoroso.
O personagem Beltyer, domador de elefantes, é um homem cruel, sádico, e especialmente ciumento.
VI – O desfecho do filme
Jamais imaginamos, por parte do ciúme de Lyle Betger, que o leva a provocar um acidente no trem que transporta o circo de uma cidade a outra. A cena do acidente é perfeita, digna dos trabalhos e da técnica cinematográfica de Cecil B Demille.
No contexto da narrativa surge diante do ator James Stuart representando um palhaço que, em momento algum abandona sua pintura de palhaço, negando-se a ser um homem comum. Como palhaço permanente, incorpora a origem da história de sua arte nascida na figura do Bobo da Corte e do Bufão, cuja função principal era fazer o rei e seus súditos rirem, mostrando a pureza do personagem, o protótipo da alegria. Assim, como o palhaço em todos os minutos, esconde o homem que matou sua mulher por amor.
O Maior Espetáculo da Terra
Está dentro do sonho
Do balanço do trapézio
No bailado dos cavalos
No movimento dos elefantes
E na existência do amor
Que apaga as luzes
E silencia o espetáculo
Sob as lonas!
RECEITA
AMENDOIM CARAMELIZADO
Ingredientes: 2 xícaras (das de chá) de água; 4 xícaras (das de chá, 500 g) de amendoim com a casca vermelha; 2 xícaras (das de chá) de açúcar; canela em pó a gosto; 3 colheres (das de sopa) de chocolate em pó; 1 colher (das de café) de bicarbonato de sódio.
Modo de Fazer: Em uma panela, misture a água, o açúcar, o chocolate e a canela. Acrescente o amendoim e leve ao fogo. Deixe ferver e começar a secar.
Começando a secar, comece a mexer sem parar, porque é este movimento que vai fazer a calda açucarar e aderir ao amendoim. Quando a calda tiver secado quase totalmente (repare que fica uma calda muito grossa), acrescente o bicarbonato e continue a mexer até que todo líquido seque e se forme uma capinha em volta dos amendoins. Retire do fogo e espalhe em uma assadeira untada com margarina.
COQUINHO CARAMELIZADO
Ingredientes: 4 xícaras (chá) de coco, (o fruto seco), 2 xícaras (chá) de açúcar,1/2 xícara (chá) de água.
Modo de fazer: Fure o coco e escorra a água.
Leve o coco na chama do fogão até queimar todas as fibras. Segure o coco com um pano, bata com um martelo para abrir. Com a faca retire a pele mais escura e corte em tiras e depois em quadradinhos de 1 cm x 1 cm. Numa panela média, coloque todos os ingredientes e leve ao fogo alto, mexendo sempre no mesmo sentido para cozinhar o coco e secar a calda. Abaixe o fogo, continue mexendo no mesmo sentido até o açúcar caramelizar em todos os pedaços de coco. Retire do fogo e espalhe numa forma. Deixe esfriar. Separe os pedaços que grudarem.
por Adriana Padoan