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quinta-feira 28 novembro 2024
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Comilanças Históricas e Atuais – O iluminado e o sobrenatural

I – Stephen King
Todas as noções biográficas iniciam pela função exercida, ou seja, no caso de King trata-se de um escritor norte-americano nascido em Portland, no Estados Unidos, em 21 de setembro de 1947. Como centenas de famílias americanas, era filho de pais separados, e o diferencial em seu caso abre um espaço para entender a sua vida. A sua infância, faixa etária onde as marcas permanecem expostas à flor da pele, passou com a família do pai em Fort Wayne, Indiana, comendo bolos de chocolate. A partir dos sete anos, despertou-se para leitura, devorando livros de terror e fantasia, da biblioteca paterna. Em primeiro lugar, e creio que é bom citar, neste ponto do texto, o gênero fantasia é um dos organismos da ficção literária que, a grosso modo, envolve a aventura, o sobrenatural, as saídas mágicas para resolver os conflitos existentes em uma história.

No caso do terror especificamente, estamos tratando de narrativas que giram em torno do sobrenatural, dos fantasmas, monstros, vampiros, seres que abandonaram a vida para penetrar na cabeça das pessoas com seus odores da morte, ou dos mortos-vivos.

II – O fenômeno
Aos sete anos, fato em comum começa a produzir suas histórias, penetrando e desvendando o mundo que o acompanhou a partir de suas leituras; aos 11 anos foi morar com sua mãe em Durbam, estado do Maine, alterando o seu espaço vivencial e suas experiências. Aos 12 anos segundo o seu modus vivendi da arte, envia vários contos para um número enorme de revistas. Aos 13, ganha um concurso de redação patrocinado por um jornal de relevo na comunicação.

Como a maioria dos seres humanos, faz o curso médio na Lisboa Falls High School. Aluno médio, bom na área de humanas e redação. Nos anos de 1970 em meio à vida passageira, gradua-se em língua inglesa, pela Universidade de Maine, em Orano. No ano seguinte trabalha como professor, continua escrevendo e o seu coração passa a vibrar, quando encontra a professora e escritora Tabitha Sprice, nos corredores da escola. Casam-se em dia e noite de verão.

Em 1973 publica o romance “Carrie, a estranha”, lançado no ano seguinte. Nos próximos sete anos publica cinco romances usando o pseudônimo de Richard Bachman.

No ano de 1977, vivendo um período de grande comoção escreve “O Iluminado” passando por um espectro do alcoolismo, uso de drogas, procurando meios para escapar de uma grande depressão. De qualquer forma, pois a vida não revela a foto de ninguém, escreve mais de 50 romances, tornando-se o autor mais adaptado pelo cinema e televisão, no universo americano.

III – A narrativa e os acontecimentos – O Iluminado
O filho do casal Jack Torrance e Wendy Torrance, Danny, é um garoto que possui um poder muito especial. Ele tem visões de fatos que estão por acontecer. Pode e consegue ouvir os pensamentos, sentir as emoções que o rodeiam. O tempo se desfaz; o passado, o presente e o futuro de mãos dadas convivem trágica ou romanticamente, na alma de Danny. O caminho do menino, seus roteiros, arrastam todas as energias negativas para dentro do seu corpo; ele consegue alterar drasticamente o mundo, por esses motivos a trama montada por Stephen King parte do seguinte ponto: “Jack Torrance, pai de Danny é um alcoólatra, ele fora professor, sendo demitido por agressão a um de seus alunos; teve problema em inúmeros empregos; é um homem violento e descontrolado, chegando a quebrar o braço do próprio filho. Ele consegue arrumar um emprego de zelador no período de inverno, no Hotel Overlook que, pelo excesso de neve fica fechado durante o período de frio. Esse emprego para ele é a última chance de sua vida, além de possibilitar-lhe um dos seus sonhos, escrever uma peça de teatro. Há um comportamento literário muito comum em fabulação romanceada, em que o autor divide com a personagem seu horizonte de vida. Como Jack, King também fora alcoólatra, professor, deprimido, escritor, buscando sempre uma saída para poder viver. No caso de Jack, a saída encontrada consiste no emprego de zelador do hotel.

IV – A mulher
Windy Torrance sofreu muito com problemas conjugais. Para ela o emprego do marido poderá salvar o relacionamento entre eles. No entanto, a família Torrance é atormentada por espíritos malignos que habitam o Hotel Overlook. São espíritos que viveram histórias trágicas, e, para suportar a vida em outra dimensão sentem que precisam se apoiar em alguém como Danny, dotado de um sexto sentido e uma força espiritual profética. No entanto, não conseguindo dominar a alma do garoto, penetram no corpo de Jack, levando-o a loucura, justificada no livro pela solidão e efeitos do sobrenatural.

V – Do livro para o cinema
A leitura feita por Kubrick e a transposição do material lido, para a arte das imagens em movimento, é uma verdadeira convulsão no enredo do livro. O roteiro cinematográfico procura demonstrar a tênue linha que separa a razão da loucura, costurando o assunto à barbárie humana, a guerra, a paz, a repressão e a liberdade. No filme, o desenvolvimento e a ampliação da solidão do hotel, colaboram diretamente para a loucura de Jack. A presença do sobrenatural fortalece o avanço gradativo da loucura do personagem. O único momento em que a narrativa fantástica atua visivelmente na história, está na cena em que Jack, preso na despensa, percebe que as portas se abriram sozinhas.

O que Kubrick pretende apresentar como arte cinematográfica, sintetiza a ação dos fatos considerados sobrenaturais como voos da imaginação de um Jack transtornado pelo isolamento.

VI – A abertura temática
A cena em que Jack tenta escrever a sua peça de teatro, no salão do hotel, a máquina de datilografia usada é uma Adler alemã, o que nos remete a 2ª Guerra Mundial; o uso fílmico do número 42 leva o telespectador ao ano do holocausto e a onda de sangue que explode das portas dos elevadores, representam as violências dos campos de concentração.

O número do quarto 237, sempre fechado e transmitindo uma sensação de mistério. No momento que o personagem abre a porta, há uma mulher na banheira, passando por uma metamorfose da beleza ao horror, fato que está ligado a aterrisagem na lua pela Apolo I; o suspense, o belo, e o feio do solo lunar unem-se num só olhar da máquina de filmagem. Danny, usando o seu triciclo e brincando com o seu caminhão de plástico, leva na carroceria a miniatura do foguete. O seu dedo indicador, a mudança de sua voz, conversam entre si dizendo “redrum”, a inversão gráfica de “murder” significando assassinato. Neste instante surgem as irmãs mortas no hotel e no blusão azul que o menino usa há a imagem da nave Apolo, refundindo o passado, o presente e o futuro na loucura de Jack.

VII – Índios e a lenda do Minotauro
A machadinha na mão de Jack; a perseguição a família, a morte do cozinheiro negro; a história que narra a construção do hotel sobre um cemitério indígena, levam a narrativa ao extermínio e massacre dos índios norte-americanos. No livro de Stephen King, não existe o labirinto de ciprestes, imaginado por Kubrick. Danny, fugindo de seu pai Jack penetra no labirinto, caminhos entrecruzados para ocultar a saída; Danny inverte a linearidade de seu caminhar, alterando a posição dos sapatos; os gritos de Jack pronunciados pela loucura; Kubrick consegue, dessa forma, com sua genialidade levar os espectadores ao labirinto mitológico da lenda do Minotauro.

O som do motor para rodar sobre a neve.
A mãe tentando salvar o filho.
A busca da liberdade pelo menino Danny.
O motor ligado, o movimento, a imagem partindo no meio da neve.
O rosto de Jack endurecido e coberto pela neve
O frio congelou e matou a loucura de Jack.
Esse é o cinema de Kubrick!

Receita
Bolo Mousse de Chocolate

Ingredientes:
Massa:1 pacote de Biscoito Maizena triturado; 2 colheres (sopa) de Chocolate em Pó; 100 g de manteiga em temperatura ambiente; 2 colheres (sopa) de Leite
Recheio: 200 g de Cobertura de Chocolate Meio Amargo picado; 1 lata de Creme de Leite; 1 colher (chá) de gelatina em pó sem sabor; 2 colheres (sopa) de água; 3 claras; meia xícara (chá) de açúcar
Finalização: 100 g de Gotas de Chocolate Meio Amargo

Modo de Preparo

Massa: Em um recipiente, misture todos os ingredientes até obter uma massa homogênea. Forre a o fundo de uma forma de aro removível (20 cm de diâmetro), pressionando bem. Leve para assar em forno médio (180°C), preaquecido, por cerca de 20 minutos. Deixe esfriar e reserve.

Recheio: Em um recipiente, coloque o Chocolate Meio Amargo e leve ao micro-ondas, em potência média, por 3 minutos para derreter. Acrescente o Creme de Leite e a gelatina sem sabor dissolvida na água e misture bem. Reserve.
Em uma panela, misture as claras e o açúcar e leve ao fogo baixo, mexendo vigorosamente sem parar, por cerca de 3 minutos, tirando a panela do fogo por alguns instantes a cada minuto, continuando a mexer, para não cozinhar. Transfira para uma batedeira e bata até dobrar de volume. Misture delicadamente ao creme de chocolate reservado e coloque na forma reservada. Leve à geladeira por cerca de 4 horas para firmar.
Finalização: Desenforme a torta e decore com as Gotas de Chocolate Meio Amargo. Sirva.

Por Adriana Padoan