I – A escritora
A escritora J. K. Rowling estava num trem que, seguindo o destino determinado, ia de Manchester para Londres. O seu coração observava as paisagens que passavam correndo, em alta velocidade, pelas janelas do vagão de passageiros: pessoas paradas e outras em movimento; casas pintadas de cores fortes; prédios buscando a respiração nas alturas; carros, caminhões, ônibus; as vidas desfilando seus mistérios, sobre as ruas que tinham sonhos de aproximarem-se do longínquo infinito.
II – Experiencia de vida
A sua cabeça, saindo dos trilhos profeticamente planejados, gerou a ideia de escrever uma série de livros, contando a história de um menino dotado da capacidade de operar mágicas nascidas na alma da bruxaria.
Esse menino receberia o nome de Harry Potter, um estudante de uma escola de magia. A experiência que a autora tivera em sua infância, vivendo os minutos e as horas, numa família agitada pela violência doméstica, maus tratos e humilhações, conduziram-na a elaborar personagens dementadores, criaturas que tem forma de humanos, cobertos por mantos escuros, alimentando-se da felicidade humana, colocando no interior dos homens e mulheres a depressão, desespero, e um desgaste da alma trancada em um beco sem saída.
III – O nascimento do livro
No final do ano de 1993, ano em que a venda de computadores superou a de carros, estando em Londres, para acompanhar o processo jurídico do seu divórcio, foi morar na casa de sua irmã, em Edemburgo.
A sua existência, internada em sua alma, a levou a uma depressão que acompanhava os passos da solidão. Andou pelas ruas estreitas de Londres à procura de uma babá, para a sua filha e não a encontrou; enfrentou as dores de várias mortes em sua família e a noite deu de nascer sem a presença da lua.
Resolveu, num ato inexplicável, frequentar o café de seu cunhado. Numa das mesas, perdidas nos fundos do cheiro de café, redigiu o livro “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. O título da obra, literariamente falando, retira do fundo do baú dos sonhos medievais, a magia, a bruxaria, a alquimia, a Pedra Filosofal, o espelho, a morte e o cheiro de um conto de fadas.
Após a conclusão do trabalho, no ano de 1996, o digitou em várias cópias e partiu em busca de um agente literário. O livro foi enviado a mais de 14 editoras que, folharam o manuscrito, leram alguns capítulos e, friamente o rejeitaram.
IV – A aceitação do livro
O esgotamento, o cansaço, a fé em seu trabalho, levaram-na em busca de alguém que entendesse as propostas contidas no “Harry Potter e a Pedra Filosofal”.
Numa tarde carregando a esperança, levada por uma brisa apaixonada por jardins, Rowling encontrou-se com Barry Cunninghan pesquisador de uma pequena editora londrina chamada Gloomsbury Publishing que ficou encantado com o despertar de conteúdos que vinham do princípio do mundo no menino Harry Potter.
V – O livro Harry Potter e a Pedra Filosofal
O senhor Christopher Little organizou um leilão, com o pensamento de levar Harry Potter para os Estados Unidos. O responsável pela Scholastic Corporation, Arthur Levine, leu o livro durante um voo turístico e ordenou a compra dos direitos de publicação, para o mercado americano. Mais de seiscentos milhões de cópias foram vendidas no chamado Planeta Terra,
VI – O filme Harry Potter e a Pedra Filosofal
Percebendo o impacto no mundo literário, a Warnen Bros adaptou os livros para o cinema. Os filmes realizaram um trabalho heroico, conseguiram compor a lista de filmes que produziram uma das maiores bilheterias da história cinematográfica.
VII – Alquimia
O tema do filme que envolve a pedra filosofal, aprofunda-se na lenda que apresenta uma substância alquímica, dona de um poder mágico que, abaixo dos brilhos dos astros, transformava metais comuns em ouro ou pedras preciosas; além de, quem a possuísse poderia beber o elixir da longa vida, alcançando a imortalidade.
No entrelaçamento das palavras que estruturam o texto, o vocábulo alquimia, representa o desejo de caminhar em direção a perfeição, a iluminação da alma e a bem-aventurança celestial e a capacidade de transformar uma matéria em outra, dá impulso às ações de Harry Potter. A alquimia, um produtor de filtros mágicos, a manutenção da juventude, a beleza eternizada e a conquista de costumes que estão além de todos os aléns, participa do mundo de pequeno bruxo.
VIII – Magia e bruxaria
A magia, um conjunto de letras que vem da Pérsia; o magus e o magi, com sentido significativo de sábio, despertada no século VI a. C. e por fome de saber, correu em direção a cultura grega antiga, multiplicando o seu universo: sentidos – conselheiro sábio, sacerdote, interpretador de sonhos; engravidou-se do real representativo – produção do sobrenatural.
A sustentação do livro Harry Potter está nos braços estendidos das palavras bruxo, bruxa e bruxaria. A bruxaria não nasceu na longa fermentação da língua latina; a sua aparição aconteceu entre os sumérios e babilônicos vivendo apavorados com a presença de Aradat ou Lilitut, um espírito feminino frio e estéril, dotado de asas, com pés e mãos afilados por garras, sempre seguido por corujas. Movia velozmente durante e a partir da chegada das noites, soltando uivos, seduzindo homens adormecidos e carregado por seus sonhos; ou lhes bebendo o sangue.
IX – A morte
Inicialmente, a origem da trama é a viagem iniciática de Harry Potter a Hogwarts e a luta pela busca do autoconhecimento, que o protagonista atravessa posteriormente, tornando-a o encontro da Padra Filosofal, o eixo que leva a narrativa para todos os lados da vida.
No interior desses movimentos da ação, o tema veste a moda desenhada pela morte, ela é o grande personagem do livro e do filme.
X – Inocência infantil
Como uma estrela tombada, a autora inicia a história anunciando a morte da família dos Potter. Nesse ponto da obra, Potter deve enfrentar a sua unicidade, lutar e estar só, ao lado da fatalidade que sonda a sua existência.
A formação de um círculo em torno da Pedra Filosofal, nascida pela ganância de Valdemort que sonha, dia e noite, em tornar-se imortal. O auto sacrifício, motivado pelo amor é a força que pode deter o poder do mal que habita o mundo dos adultos.
Lord Valdemort é um bruxo.
Os seus passos aterrorizaram o mundo,
Principalmente o universo da magia,
Na década de 70 onde aconteceu, sem
a presença do coração, a Primeira Guerra,
O bruxo levando o sangue e a maldade
Funcionaram como canhões.
O corpo de Voldemort foi destruído
Ao lançar uma maldição contra
Harry Potter, que foi bloqueada
Pela mãe do bebê.
A relação entre crianças e adultos, com base na “inocência infantil”, característica derivada do Iluminismo, leva a lenda a navegar nas ondas o mar da emoção.
XI – Harry Potter
Harry Potter, quando era bebê, fora deixado na porta da casa de seus tios maternos Petúnia Dursley (irmã mais velha de Lilian) e Valter Dursley.
Harry cresceu na casa dos tios.
Esses tios, esconderam os segredos
Sobre sua família.
Ao completar 11 anos, o garoto começa a receber cartas de um remetente desconhecido, mas com um cheiro de mistério. Os tios, preocupados com a origem da família de Harry e seus feitos, destroem todas as correspondências.
Quando Harry consegue ler uma das cartas, descobre que possui poderes mágicos, como seus pais, e que foi aceito na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Logo após esse contato, Potter fica sabendo que seus pais não morreram num acidente de carro, como lhe contaram, mas foram assassinados por Lord Voldemort, um bruxo saído do Cadeirão das trevas. Voldemort matou James e Lilian Potter, no entanto, ao tentar matar Harry, perdeu a sua forma física, deixando uma cicatriz em forma de raio na cabeça do bebê.
XII – Rúbeo Hagrid
Os tios tentam impedi-lo que vá para Hogwarts, até que a autora cria o gigante Rúbeo Hagrid, o guardião das chaves e dos terrenos da escola. Ele surge na narrativa para levar Harry ao mundo do conhecimento mágico.
No Beco do Diagonal, eles compram todo o material que será usado na escola. Harry embarca no trem que leva até Hogwarts.
XIII – Os três amigos: Harry, Ron e Hermione
Ao embarcar ele conhece Ronald Weasley, um menino ruivo filho de bruxos, e Hermione Granger, uma filha de muggus, que são pessoas afastadas da sociedade dos bruxos. Os três tornam-se amigos e, mais tarde, envolvem-se em uma série de acontecimentos relacionados a um objeto escondido na parte mais profunda do castelo: a Pedra Filosofal, um símbolo mágico capaz de transformar em ouro, de produzir o elixir que oferece a vida eterna.
Vários fatos ocorrem no interior do castelo. Esses estranhos traços psicológicos, levam os três meninos a desconfiarem que o professor Severo Snape tentava roubar a pedra filosofal e entrega-la a Voldemort.
Os corredores do castelo parecem estradas escuras sem princípios e sem fim. Há cômodos que, pela profundidade e proporção, guardam histórias da origem da bruxaria. Os três meninos sabem que o espírito de Voldemort ronda o castelo e que a pedra corre um risco incalculável. Harry, Ron e Hermione colocam as suas desconfianças para os professores, mas eles não acreditaram e a pedra está protegida por várias armadilhas e vigiada por uma câmera subterrânea.
XIV – A Pedra Filosofal
As três crianças, por ordem do destino e pelas mãos da autora, tomam a decisão de proteger a pedra sozinhos: atravessam um alçapão guardado por um cérbero, uma figura que vem da mitologia grega, é um cão com três cabeças; e ultrapassam os obstáculos plantados no corpo da lenda. No anoitecer, um momento significativo, pois a luz arruma as suas malas e parte para o outro lado da terra, Harry descobre que o professor Quirino Quirrel era quem tentava roubar a pedra, pretendendo entregá-la ao bruxo das trevas (que sem corpo, transformou-se num parasita habitando na nuca do professor).
Harry consegue pegar a pedra,
Estava em seu bolso,
Quirrel tentava eliminá-lo.
Mas é derrotado,
Através de um toque de Harry.
Após a morte de Quirrel,
O bruxo das trevas abandona o seu corpo.
XV – Sua verdadeira casa
Quando Harry se levanta, após ter caído, formas espirituais de Voldemort passam por Harry, deixando-o inconsciente antes de fugir.
Harry acorda na enfermaria da escola. O professor Dumbledore explica-lhe que a pedra foi destruída e que seus amigos estavam seguros.
No final do ano letivo, Harry percebe que, enquanto todos os outros estudantes estão indo para casa, Hogwarts é a sua verdadeira e única casa.
XVI – Críticas
O livro e o filme “Harry Potter e a Pedra Filosofal, ao lado de toda a série, tem provocado conflitos intensos em diferentes grupos religiosos, sob acusações de que a série se mantém através de textos satânicos e, em sua organização, promovem a aproximação da juventude nos estudos sobre a bruxaria. Por outro lado, não podemos esquecer, a chamada Inquisição, que matou entre quarenta e sessenta mil pessoas, consideradas praticantes de bruxaria.
O Cardeal Joseph Ratzinger, futuro papa Bento XVI, disse “que os romances formam a série Harry Potter, são uma influência potencialmente prejudicial para as crianças pois, os livros e o herói, apresentam seduções sutis, que agem despercebidas e que dessa forma distorcem profundamente o cristianismo na alma antes de poder se desenvolver corretamente”.
Taylor cita a “cena devastadora na qual Harry encontra um espelho que revela o mais verdadeiro desejo do coração e, olhando para ele, vê a si próprio feliz e sorrindo com os pais que ele nunca conheceu, uma visão que dura somente enquanto ele olha para o espelho, é uma metáfora de quão passageiros são os nossos momentos de verdadeira felicidade”. (Escrito pelo crítico Christopher Taylor – Revista Salon).
RECEITA
BRIGADEIRO DE ABOBORA
Ingredientes: 1 lata de leite condensado; 1 lata de creme de leite, 400 g de abóbora de pescoço cozida e amassada; 15 g de manteiga sem sal; 10 gotas de corante laranja; açúcar cristal.
Modo de fazer: Misture o leite condensado, a abóbora, a manteiga, o creme de leite e o corante em uma panela média. Leve ao fogo médio. Mexa bem com uma espátula.
Continue mexendo por 10 minutos até começar a ferver. A massa tem que ficar bem cremosa, até engrossar e se desgrudar do fundo da panela. Transfira o brigadeiro para um prato fundo. Deixe esfriar completamente em temperatura ambiente. Preencha um prato fundo com açúcar cristal. Unte as mãos com um pouco de manteiga.
Retire uma porção da massa com a ajuda de uma colher. Enrole em bolinhas. Transfira para o prato com açúcar. Passe os brigadeiros pelo açúcar para cobrir toda a superfície. Coloque nas forminhas. Achate um pouquinho para dar o formato de abóbora. Desenhe algumas marquinhas para ficar ainda mais realista. Finalize com o cabinho de cravo ou um pedaço bem pequeno de chocolate.
por Adriana Padoan