I – Nascimento
A madrugada tomava banho na cachoeira, quando o menino John Ronald Reuel Tolkien entrou no mundo e na vida dos homens. Esses fatos aconteceram em 03/01/1892, na República do Estado Livre de Orange, na África do Sul.
Viveu uns tempos em Orange, respirando o ar que vagava pelos campos povoados por nobres animais, natureza distanciada dos olhares normais, águas carregadas por peixes estranhos, mas de beleza aguda.
Ainda na infância retornou à Inglaterra com a família, estabelecendo-se no meio de um cenário industrial, porém, atravessado por paisagens de tirar o fôlego, de acelerar o brilho dos olhos; bosques coloridos como a tinturaria dos mistérios; montanhas acompanhadas pela movimentação das nuvens mais baixas.
II – A guerra
Na Primeira Guerra Mundial, lutou na Região do Rio Somme, na França. Essa batalha foi uma das mais sangrentas da história. Entre as batalhas, passando bem ao lado da vida e da morte, Tolkien começou a compor anotações daquilo que via, sentia, emocionando-se dentro de cada segundo. Os tiroteios, os combates, os incêndios, a explosão das bombas, os corpos voando pelo espaço, num mundo sem asas e sem lógica. Nesse momento, um bárbaro instante pendurado a qualquer existência, Tolkien foi entrando no universo da literatura fantástica; o seu corpo deu início à construção da paternidade desse gênero literário, com a marca da modernidade, estamos afirmando que Tolkien elaborou os caminhos da literatura fantástica moderna. A violência da guerra, pelos padrões da lógica, parecia uma força gerada pelo sobrenatural, tanta violência, tanto ódio não podiam ser gerados por consequências naturais.
III – “O Hobbit”, “O Senhor dos Anéis”, O arquitetado “Silmarillion”
Os rascunhos feitos na guerra o levaram a projetar o espaço Yarda, um mundo entre a verdade simples e a verdade complexa, terra fertilizada para acontecer a vida e as histórias de O Hobbit, O Senhor dos Aneis e o elaborado “O Silmarillion”.
O Hobbit é um ser pequeno, menor que muitos anões; todos adoram jardinagem, encaram os problemas existenciais com atrevimento, comem mais de dez vezes por dia, a comida bem feita é uma de suas grandes paixões, os cabelos são cacheados, todo o seu charme localiza-se nos cabelos.
IV – O texto fantástico
No texto fantástico, os mortos caminham tranquilamente pelas ruas, praças e outros ambientes dos vivos.
As árvores, as pedras, os animais dialogam com a natureza e com os humanos. A literatura fantástica considera que os fenômenos podem nascer por causas naturais ou efeitos sobrenaturais transformando, assim, a dúvida em sua matéria prima.
O Senhor dos Aneis é uma jornada na Terra-Média. Sauson, o senhor do escuro, desperta-se e ergue as suas forças para realizar os seus desejos. Sauson está em busca de seu objeto de poder, um simples anel, pequeno, inofensivo, mas pode interferir no curso da guerra e da vida. O anel, centro das atenções, está com um Hobbit, um ser complexo, mas frágil. A trilogia do O Senhor dos Aneis ganhou as telas do cinema mundial, em 2001, recebendo 17 Oscars, fato que testemunhou o valor de sua obra fantástica.
V – Cartas do Papai Noel
O Natal, os festejos, as comemorações em torno do nascimento de um Deus, corriam pelo corpo de Tolkien. O mundo transformava-se num grande oceano de amor, paz, alegria, fé, caridade. A sensação palpável parecia um imenso espelho colocado dentro da Via Láctea refletindo as feições da humanidade; sorrisos cruzando as margens de todos os astros.
A família de Tolkien, dentro e sua casa, montava o presépio criado pelo coração do Frade Francisco de Assis; momentos depois, as crianças e sua esposa iniciaram a decoração da árvore de Natal. Os galhos mais altos receberam dezenas de bonequinhos de Papai Noel.
VI – As cartas de Papai Noel
Tolkien observava os movimentos da família, as palavras, a alegria, a chegada da esperança, a anunciação do nascimento de Jesus. Primeiramente, uma espécie de delírio saudável, dançou sobre o seu coração. O calor em forma de combustão da alma acelerou os movimentos do seu corpo. Tolkien andou até o seu escritório; imaginou e desenhou um selo do Polo Norte; rabiscou a imagem de Papai Noel e, imitando as mãos trêmulas de um homem de idade, congeladas pelo frio, escreveu uma carta a seu filho mais velho como se fosse o verdadeiro bom velhinho. A literatura fantástica continuou a sua caminhada; um verdadeiro Papai Noel, a partir daquele momento, vestiu a sua roupa vermelha, recheada de vida, correspondendo com os filhos de Tolkien por mais de 23 anos.
Como a literatura fantástica explora os mundos das possibilidades plausíveis, Tolkien criou o bondoso e confuso Urso Polar do Norte, ajudante direto do Papai Noel; deu vida a Paksu e Valkotukka, sobrinhos do Urso Polar, seres participantes na distribuição de presentes.
O homem da neve
Não deixa de colaborar
A Aura Bora Real
Cruza-se de vermelho, verde, amarelo, azul…
A Ursa Maior abandona
O seu cargo de constelação
Para ser a prima do Urso Polar do Norte
Tantos anos depois, em 1976, as cartas do Papai Noel foram reunidas em livros, e como não poderia deixar de acontecer, Tolkien passou a fazer parte dos natais do mundo inteiro.
Salada de Bacalhau
Ingredientes:
7 batatas graúdas; 1 pimentão verde; 1 pimentão vermelho; 1 pimentão amarelo; 300 g de lascas de bacalhau dessalgado; Pimenta do reino branca a gosto; 1 lata de milho e ervilha; 100 g de azeitonas verdes sem caroço; 100 g de azeitonas pretas sem caroço; 1 cebola média; 1 envelope de tempero para salada; azeite a gosto; 3 dentes de alho.
Modo de fazer
Cozinhe as batatas e reserve. Pique os pimentões, refogue o bacalhau já dessalgado com o alho, cebola e azeite. Coloque em uma travessa todos os ingredientes e misture com a batata picada grosseiramente e sirva com arroz branco ou como quiser.
Por Adriana Padoan