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sexta-feira 15 novembro 2024
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Comilanças Históricas e Atuais – As cores que encantam

Um dado
O ano de 1965 produziu alguns filmes que imprintaram a história do cinema, como marcas produzidas por fogo e ferrete. O público sentou-se comodamente nas poltronas dos cinemas para assistir “Dr. Givago”, “Noviça Rebelde”, “A Maior História de Todos os Tempos”, ou “Agonia e Êxtase”, um roteiro adaptado por Philip Dunne, da obra do fantástico escritor Irving Stone.
O filme
O filme tem como tema a pintura do teto da Capela da Sistina, por Michelangelo Buonarrotti, sob o papado de Júlio II, no irrequieto Século XVI.
O enredo do filme é de uma simplicidade bem clássica e, por isso, possui uma profundidade imensa.

Júlio II deu um passeio pela cavalariça do Monte Vaticano, mesmo usando um murmúrio inaudível, conversou com seus cavalos de guerra, de combate. O seu pensamento, entretanto, voou por estradas onde o final não se encontra. As ideias, como num feixe de luz, imaginaram um mausoléu em sua memória que sem abuso, representasse os seus feitos, as suas conquistas, por esse motivo mandou chamar Michelangelo, artista cognominado de “divino” ou “terrível”, pela sua genialidade e talento. O habilidoso homem, gerado no embrião da arte, veio a Roma. Ouviu atentamente os sonhos do papa: um mausoléu estilo Babilônico, que registrasse toda a sua vida de êxito e triunfo. Michelangelo vasculha a morada interna da sensibilidade, o seu desejo: da criatividade, nas proximidades de seu coração e propõe-lhe a edificação de um túmulo de dimensões descomunais, contendo 80 esculturas. As lágrimas impregnaram os olhos do papa, olhos que estavam compondo o seu rosto. Acertaram os detalhes, o preço, a forma de pagamento, o local, contratação dos auxiliares.

Poucos dias, após esses acertos, Michelangelo partiu para Carrara par comprar e escolher os blocos de mármore destinados ao túmulo do pontífice. Permaneceu 8 meses nas pedreiras orientando os cortadores de pedras, definindo os cuidados e carinhos com o mármore, o mármore prendia dentro de si, uma figura humana. O artista libertava o prisioneiro acorrentado.

A chegada dos blocos a Roma despertou a curiosidade do povo, dos arquitetos, dos comerciantes. Ninguém vira blocos tão perfeitos, lindos, parecidos com gigantes deitados no chão.

À noite, num céu destinado à lua cheia das coisas do universo e do mundo, Bramante, arquiteto e homem de confiança de Júlio II, depois de horas de diálogos, consegue mudar o projeto do papa, o que significa abandonar todas as aspirações em relação ao túmulo, empregando os seus esforços na construção da Basílica de São Pedro, usando os mármores trazidos por Michelangelo.

O papa suspende a criação do túmulo, abortando, dessa forma, o contrato com Michelangelo. O artista deixa Roma, vagueia pelas ruas de Florença; visita tabernas, os museus, as igrejas. Na quinta-feira, enquanto conversava com o pintor Damaso Fiori, recebe ordens para retornar à Cidade Santa.

O papa o recebe solenemente, não disfarçando o brilho no olhar, nem afastando a sensação de uma intuição profética. Falam de arte, de filosofia, de combates e por isso o papa pede e exige do artista um trabalho extraordinário, gigantesco; a pintura do teto da Capela Sistina, uma superfície de mais de seiscentos metros quadrados. Michelangelo percebe a dimensão do projeto, as dificuldades, a criatividade, o tempo, os andaimes, os pinceis desvairados soltos no espaço; em contrapartida, estava diante de um ato de fé. Tenta esquivar-se, apresenta uma série de evasivas, mas o desejo do papa é decisão tomada.

Michelangelo, a contragosto, inicia a pintura do teto, usando a técnica do afresco, ou melhor, coloca reboco fresco na parede e pinta sobre a parte reboqueada. A sua arte ia bem, os desenhos dos seus profetas embelezavam o azulado das paredes. De repente, o surto emocional penetrou em suas mãos e, o artista tomado pela alucinação, destrói todas as imagens pintadas, fugindo em seguida, levado por passos desatinados. A sua fuga encerrava um destino traçado em seu interior; instala-se nas montanhas de Carrara, cortando pedras. Os guardas papais caçam-no dia e noite, rodam pelos antros humanos, tavernas, bordéis, ateliês, escolas de pintura. Por fim, prenderam-no em Carrara e o levaram ao Vaticano, colocaram-no diante de Júlio II. A tensão dominou os olhares, modularam a temperatura das vozes, o poder do papa e a magia da arte. O confronto terminou, a paz retornou sem grandes exigências, contudo Michelangelo obteve o direito de criar a liberdade de andejar pelas emoções do gênesis, do mundo de um ser chamado Adão, ouvir as força viva ansiada por Eva. A partir desse ponto, o filme explora os embates, os conflitos, as discordâncias, os choques entre o poder papal e o fluxo de consciência criativa que movimenta o artista.

Para você entender o filme

O papa Júlio II estudou ciências, filosofia, teologia. Realizou o Concílio de Latrão, que discutiu profundamente a imortalidade da alma, entre outros temas. Não pensou duas vezes para admitir o Tratado de Tordesilhas; comandou inúmeras batalhas tendo por objetivo aumentar os territórios pertencentes à Igreja. Movido por uma força poética, colocou a primeira pedra sobre uma florzinha chamada devaneio, mas que na sua essência, significava o princípio da Basílica de São Pedro. Autorizou a venda de cargos eclesiásticos para perpetuar a arte, deixando para o mundo, o sinal que concretizou o cristianismo.

Michelangelo Buonarroti nasceu em 1475, em Caprese, perto de Florença. Foi pintor, escultor, poeta, arquiteto, homem, amante, engenheiro, devotado pela beleza. Era de estatura mediana, mas despertava atenções, ombros largos, semelhantes a blocos de mármore, braços fortes de desbastador de pedras, os cabelos escuros combinavam com seu todo, olhos pequenos e castanhos, lanternas observadoras do mundo.

No tempo dos vinhedos, suado e suando, esculpiu “Baco”, com peso nas pálpebras, modelou na pedra fria o “Escravo Morrendo”; nos gritos do coração, retirou do mármore branco, a “Pietá´”, perdendo o controle entre o real e o irreal, deu vida a “Moises”, escultura que revoluciona o espírito de quem a vê. Os historiadores esqueceram de registrar, o momento exato em que Michelangelo começou a tirar “Davi” de um bloco de mármore de cinco metros de altura. Os olhos de Davi desenha a inocência audaciosa, o semblante parece embebido na perplexidade bíblica, a visibilidade contida na imagem, nos remete a Hércules; é um Davi sem medo, sem traumas, preparado para a luta.

Para pintar o teto da Capela Sistina, sua parte central, Michelangelo selecionou nove histórias do Gênesis, divididas em três grupos temáticos. No primeiro grupo, mergulhando na claridade da vila e da fé, pinta a separação da luz e das trevas, a criação do sol e da lua, a separação das águas e da terra e o mundo começou a se organizar, a se compor; no segundo, retirando inspiração da alma, pintou a criação de Adão, a criação de Eva, o pecado original, e o enredo de todas as histórias humanas ganhou vida, na terceira, usando traços umedecidos em sangue, pinta O Sacrifício de Noé, O dilúvio, A Embriaguez de Noé.

Dizem, que certa noite, enquanto Michelangelo pintava, pelos vãos de uma cortina, o papa guerreiro Júlio II, atentou para o olhar de Noé, e, simplesmente, chorou.

Bom filme a todos
Em homenagem a obra de Michelangelo, com tonalidade de cores que nos faz imaginar a beleza da vida, segue a receita.

Gelatina cristalina de frutas
Ingredientes:
2 sachês de gelatina incolor (140 gramas cada); 4 xícaras de água quente; 2 xícaras de suco de laranja puro; 3 colheres de sopa de açúcar; 1 xícara de morangos cortados pela metade; 1 xícara de amora cortada pela metade; 1 xícara de pêssego em cubos; 1 xícara de framboesa; 1 xícara de uvas costadas ao meio, 1 xícara de amora; ½ xícara de abacaxi em cubos; 1 xícara de pêssegos em calda cortados em lâmina; hortelã frescas.

Modo de preparo:

Em uma tigela dissolva a gelatina incolor com a água quente, misture o suco de laranja adoçado com o açúcar e reserve. Em seguida, em uma forma revestida com papel filme, adicionar os morangos cortados ao meio e amoras cotadas ao meio, cobrir com a gelatina cristalina e ponha na geladeira para gelar. Então, retire a forma da geladeira a adicione os pêssegos e cubra com a gelatina cristalina novamente, e ponha para gelar até tomar forma. Em seguida complete com um tipo de fruta e gelatina até acabar as frutas. Por fim desenforme a gelatina e coloque um pouco mais de cada fruta que você usou anteriormente no meio. Você pode por pêssego em calda no meio e a hortelã fresca. Então, é só servir e aproveitar.