O último Imperador é um filme que nos arrasta para o interior de um mundo distante dos nossos olhos, das nossas paixões, da suavidade com que observamos o movimento da natureza. O diretor Bernardo Bertolucci consegue, através do cinema, mostrar-nos a história da China, com pedaços do universo mergulhado num modo de vida onde a realidade funde-se com o mistério, com o fantástico, rompendo todos os limites da imaginação, das possibilidades palpáveis, do universo existencial, da linha que demarca os passos normais da humanidade.
O filme relata os bastidores da Dinastia Ching, do nascimento a sua morte; penetra na movimentação social e política que produz o retrato da República Popular da China, um sistema administrativo que nasce como um parto realizado na escuridão de uma noite arranhada pelas incertezas, pelo medo, nadando nas águas das perseguições individuais e coletivas.
O enredo, costurado ponto a ponto, chega a Segunda Guerra Mundial e a explosão interna de um país que perdera o seu rumo, a sua estrada, o seu porto de chegada, e o conflito que envolve uma nação sem a mínima certeza da existência de um futuro.
O filme de Bertolucci gira em torno do personagem Pu Ye, nomeado imperador aos 3 anos de idade, uma criança que é afastada da mãe, da família, da sua aldeia e levada a viver na Cidade Proibida, sede do poder real e imaginário, situada no centro de Pequim. A educação que recebe o aproxima do mito, da divindade, do ser intocável, que detém um poder que não existe. Ele não brinca, não vive a sua infância, não sonha, não sente a passagem dos dias e das noites; o seu caminho é cercado por milhares de adultos que o veneram, respeitam, mas não o amam; a sua imagem é simbólica, a sua presença significa a grandiosidade de um país elaborado no calor e no tempero da lenda, da nebulosidade, da mentira, do sonambulismo político, falso e distante.
O silêncio e a rotina são quebrados pelo peso de uma nova ideologia. O povo toma conta das ruas, as greves sacodem o país, os comunistas espalham uma nova leitura da vida, da sociedade, da política e do poder. Na Cidade Proibida, espaço mitológico que sustentava a sociedade chinesa, Pu Ye vive a sua adolescência sem conflitos, sem traumas psicológicos, sem ter sentido a própria vida.
Os comunistas conquistam o poder político, invadem a Cidade Proibida, depondo o último imperador da China, e Pu Ye é retirado da cidade que, politicamente nunca existiu. Ele caminha pelas ruas dos homens que vivem a realidade, que sofrem, lutam, sentem a dor causada pelos desajustes sociais; pela ganância, pela ignorância e injustiça humana.
O imperador tenta sobreviver no mundo dos homens comuns, tem um casamento fracassado, vive a vida com uma amante, mas não encontra motivos para sorrir, para ser feliz.
Os momentos mais significativos da historia da China são colocados na transitoriedade da vida do seu último imperador. Pu Ye conhece a prisão, a perseguição política, a vida na indústria e no processo de modernização, a velhice desamparada, o abandono social, o esquecimento e o trabalho de jardinagem na Cidade Proibida, local onde passara a sua infância, a solidão de todos os dias, o sonho que não foi sonhado, o riso que não chegou ao seu rosto, e o desencanto de sua existência.
Receita
ROLINHO PRIMAVERA – HARUMAKI
Ingredientes
Recheio: 12 folhas de massa de rolinho primavera; 3 colheres (sopa) de óleo de milho; 1 xícara (chá) de file mignon em tiras; 1 xícara (chá) de cebola; 1 xícara (chá) de broto de feijão; 1 xícara (chá) de cenoura em tiras; 1 xícara (chá) de acelga fatiada; 1 xícara (chá) de repolho fatiado; 1 xícara (chá) de repolho roxo fatiado; 1 xícara (chá) de pimentões coloridos fatiados; ½ xícara (chá) de cebolinha picada; Sal à gosto; Óleo para fritar
Molho: 1 xícara (chá) de suco de abacaxi ou laranja; 4 colheres (sopa) de vinagre branco; 4 colheres (sopa) de catchup; 1 pitada de sal; 1 colher (sopa) de molho de soja; 3 colheres (sopa) de açúcar; ½ colher (sopa) de amido de milho
Modo de Preparo
Recheio: em uma panela, coloque o óleo e doure o filé mignon. Coloque os legumes e deixe tudo murchar. Coloque a cebolinha e o sal. Deixe esfriar e reserve.
Molho: em outra panela, coloque o suco, o vinagre, o catchup, o sal, molho de soja e o açúcar. Deixe ferver.
Em um copo, coloque o amido, um pouco de água para misturar e acrescente ao molho mexendo sempre até engrossar.
Montagem: pegue uma folha de massa de rolinho, coloque o recheio frio e enrole, dobre as pontas e acabe de enrolar. Frite em óleo quente ou leve ao forno médio, 180ºC, para assar Sirva acompanhado do molho agridoce.
Por Adriana Padoan