Seis das nove atividades pesquisadas exibiram crescimento em relação a 2022, das quais quatro registraram a maior receita da série histórica iniciada em 2008
As vendas do comércio varejista na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral atingiram R$ 59,8 bilhões em 2023, crescimento de 7,1% em relação ao ano anterior. É o maior faturamento da série histórica iniciada em 2008. No ano passado, seis das nove atividades pesquisadas exibiram crescimento no comparativo anual, quatro delas atingiram a maior receita – autopeças e acessórios; farmácias e perfumarias; lojas de vestuário, tecidos e calçados e supermercados.
A análise é do Sincovat (Sindicato do Comércio Varejista de Taubaté e Região), feita com base nos dados da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) a partir de informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (SEFAZ-SP).
Em dezembro, mês do Natal, o faturamento mensal do varejo da região também foi o maior da história, ultrapassando pela primeira vez a marca dos R$ 6 bilhões e representando um aumento de 5,8% em relação a dezembro de 2022. Sete das nove atividades pesquisadas registraram crescimento em relação a dezembro de 2022, com destaque para as lojas de vestuário, tecidos e calçados, cujo faturamento avançou 27,0% em relação ao mesmo período de 2022, exercendo a maior contribuição positiva para o resultado geral, de 2,6 p.p.
Mais duas atividades apresentaram taxas de crescimento de dois dígitos, com destaque para as concessionárias de veículos (24,8%) que contribuíram com 1,7 p.p. para o desempenho geral. Nesse caso, é importante mencionar que houve uma antecipação das compras de carros elétricos, por conta do aumento do imposto de importação a partir de janeiro, além da estratégia de mercado com descontos mais agressivos para competir com os veículos chineses que movimentaram o mercado.
“Foi um resultado muito bom. Além do recorde histórico, o comércio da região cresceu sobre uma forte base de comparação – já havia crescido 10,0% em 2021 e 9,7% em 2022. Isso refletiu diretamente nos empregos que, na contramão do Estado, fechou o ano com alta e 2.428 novos vínculos com carteira assinada”, explicou o presidente do Sincovat e vice-presidente da FecomercioSP, Dan Guinsburg.
Para 2024, o presidente do Sincovat acredita que o cenário será desafiador, considerando a forte base de comparação, o fato de a inadimplência das famílias ainda estar em um patamar historicamente elevado e a trajetória da inflação que pode fazer com que o ciclo de redução da taxa Selic seja encerrado mais cedo e em um patamar mais elevado do que o esperado, afetando o humor dos consumidores e o custo do crédito. “É desafiador, porém otimista de um bom ano. Entretanto, nesse contexto, é importante que os empresários do comércio adotem uma certa dose de cautela na formação dos estoques e na realização de investimentos”, comenta Dan.