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terça-feira 26 novembro 2024
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Coluna Espírita – Você está vivo ou morto?

• Ricardo Orestes Forni – Tupã/SP
“Os verdadeiros mortos estão sepultados na carne terrestre.” – Emmanuel.
Não, não estou indagando se você está encarnado ou desencarnado. O sentido está contido bem claramente na frase de Emmanuel em epígrafe.
O honorável benfeitor de todos nós lança uma advertência muito séria, principalmente para aqueles que julgam que usufruindo de um corpo é estar mergulhado na vida.
Todos os nossos semelhantes que se encontram mergulhados nos mais diferentes tipos de droga possuem um corpo, mas estão mortos.
Aqueles outros envolvidos nos mais diferentes tipos de crimes, embora estejam na posse de um corpo material, também estão mortos.
Os corruptos e corruptores podem gozar da mais perfeita saúde, mas estão da mesma forma, mortos.
Os pais que abandonam filhos recém-nascidos ou filhos que arquitetam e consumam a morte dos próprios genitores só aparentam estar vivos porque, em realidade, estão mortos.
Aqueles que praticam o aborto atrás do dinheiro que comprometerá sua existência atual e as futuras, também não possuem vida. Estão mortos.
Doutor José Carlos de Lucca em seu livro na Luz da Vitória, reflexiona que aqueles mergulhados na ociosidade, na ausência de vontade, na inexistência de sentido de vida, na indiferença, na preguiça, no vitimismo, na falta de esforço, na descrença generalizada podem estar sepultados ainda na experiência física.
Diz ele: “Os verdadeiros mortos estão biologicamente vivos, embora espiritualmente enterrados no túmulo do imobilismo”.
Será que foi por isso que Chico Xavier, Madre Teresa de Calcutá, irmã Dulce, Albert Schweitzer e tantos outros optaram viver em plenitude trabalhando incansavelmente pelos sofredores?
Quando Jesus curava um enfermo de qualquer doença que atormentava-lhe o corpo físico ele não queria desenterrar o Espírito imortal? É evidente que sim. Todos os corpos curados, sem nenhuma exceção, conheceram o fenômeno da morte! Claro que o primeiro choque provocado pela sua intervenção de devolver a saúde por algum tempo era o chamariz para uma realidade mais profunda, mas a intenção era a de evitar a morte do Espírito em trânsito pela Terra. E quando é que um Espírito morre? Quando ele perde as oportunidades proporcionadas pela reencarnação de trabalhar no campo do bem, razão maior pela qual ele tomou posse de um novo corpo físico.
No episódio da morte de Lázaro, Jesus não teve pressa de trazer o amigo para fora da sepultura onde se encontrava porque sabia perfeitamente que Lázaro estava vivo no corpo, mas talvez estivesse apenas biologicamente vivo.
Como estamos nós? Numa análise profunda e corajosa da nossa verdadeira realidade, estamos sepultados em um corpo excelentemente saudável que frequenta uma academia para os devidos exercícios aeróbicos ou estamos vivos por fora e também por dentro como um Espírito que aproveita as oportunidades de crescimento moral? O que revelam as nossas atitudes, as nossas escolhas, o nosso modo de pensar e agir?
Cuidamos rigorosamente do corpo físico, atitude essa correta porque é nosso instrumento de trabalho, mas o que estamos fazendo além do biologicamente correto? Podemos nos considerar vivos em um corpo saudável ou estaremos sepultados numa organização física que esbanja saúde?
Dosamos a alimentação, nos abstemos do uso de nicotina e do álcool, dormimos as horas necessárias para o descanso devido, mas o que fazemos depois com esse instrumento de trabalho tão rigorosamente cuidado?
Adianta adquirir uma Mercedes ou uma Ferrari e ficá-los lavando e polindo sem tirá-los da garagem para que não sofram nem um mínimo arranhão ou sobre eles se assente o microscópico grão de areia?
E então, meu amigo e minha amiga? Como está sendo utilizada essa Mercedes ou Ferrari do seu corpo aqui na Terra? Tem você saído com eles da garagem rumando em direção ao objetivo maior por que retornamos a uma nova reencarnação? O motorista que é você com total liberdade de ir para onde desejar, para onde está direcionando o carro da sua existência? O proprietário temporário desse corpo tem encontrado tempo para algumas mínimas ações no campo do bem?
Estamos bem vivos no corpo físico ou sepultados nele? Como está nossa bagagem preparada para o retorno à pátria espiritual?
Vamos encerrar com uma citação do mesmo autor do livro antes mencionado e de autoria do poeta Emílio Moura: “Viver não dói, o que dói é a vida que se não vive. Tanto mais bela sonhada, tanto mais triste perdida”.
Tem você sentido dores ou tristezas?