• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista O Consolador – Londrina/PR
Gostaria de saber um pouco mais, principalmente sobre o medo de altura. Digo o porquê: sinto desde que me conheço por gente um medo muito grande de altura, e gostaria de poder saber um pouco mais sobre isso. Um exemplo disso é que uma vez trabalhei em um prédio onde o apartamento era no sexto andar eu não conseguia chegar nem perto da varanda, para olhar a cidade.
Eu gostaria muito saber como lidar com isso. Muitas vezes tenho visões, é como se alguém me empurrasse ou me jogasse de lugar bem alto como se fosse um penhasco, mas isso é raro de acontecer.
Só quero aprender a entender melhor e lidar com isso da forma mais racional possível.
Na segunda parte do artigo Vencendo nossos medos (O Consolador, edição nº 380), dissemos que os medos, em geral, para serem vencidos necessitam que inicialmente sejam autoanalisados, isto é, precisam ser diagnosticados e feito um projeto para domá-los.
No artigo foram consignadas sugestões para afastar qualquer medo, bem como a visão espírita desse terrível flagelo. Agora, acrescentamos mais algumas.
Do artigo não constaram algumas fobias relativas à altura, que agora citamos, como um dos meios para a missivista poder melhor identificar seu medo:
Acrofobia: o mesmo que “larofobia”, é o medo irracional de lugares altos. Pessoas que sofrem de acrofobia podem se habituar com determinados lugares altos em particular, isto é, perder o medo desses lugares, mas a sensação de medo voltará quando o indivíduo for a algum outro lugar alto. Uma quantidade surpreendente de alpinistas têm acessos intermitentes de acrofobia.
Abissofobia: é um medo incomum que o indivíduo tem de abismos, de precipícios.
Aeroacrofobia: é uma fobia em que a pessoa que a possui tem medo de ficar em lugares altos e abertos, ao ar livre.
Batofobia: medo de alturas ou de ficar fechado em edifícios altos.
Hipsifobia: medo de altura.
Ilingofobia: medo de vertigem ou sentir vertigem quando olha para baixo.
Como se vê, a altura é um espaço gerador de vários medos.
Seja qual for a situação — imaginária ou realmente vivenciada — em que o medo de altura se apresenta, para erradicá-lo ou dominá-lo, de início, sugerimos:
1. Autoanálise meticulosa, buscando na memória (desde a tenra infância, se possível, até a idade atual) qualquer ato ou fato em lugares altos que o justifiquem: ameaças, brincadeiras, quedas, escorregões, enfim, qualquer lembrança que no caso se transformou em trauma. Encontrada alguma pista, não será difícil dali em diante afastá-lo ante qualquer aproximação. Caso contrário, a lógica da reencarnação remete a origem a existências passadas.
2. De forma consciente, corajosa, mas segura, enfrentar o medo, sabendo que ele é algo abstrato, incapacitante e que requer o poder da vontade para vencê-lo.
3. Surgindo qualquer prenúncio de medo ante atividade futura a se desenrolar em lugar alto, afastá-la energicamente e mentalizar segurança na ação, na qual todas as normas de segurança serão cumpridas, inclusive sob sua observação.
4. Como todos os medos situam-se no campo mental-emocional, eles devem ser considerados como algo indutor a grande desconforto e que enfraquecem o moral, minando as forças da alma, carreando influenciações inferiores e não raro mal-estar físico — no caso do medo de altura, até desequilíbrio… Aí, em todos os medos, o incomparável meio de inibi-los, sanando tais anormalidades, será a fé e o poder da oração.
5. Pela prece fervorosa daquele que se encontra em qualquer tipo de dificuldade — física ou mental —, o auxílio do Mais Alto invariavelmente o socorrerá. Isso porque aquele que assim ora, abre pela fé as portas do seu Espírito às bênçãos permanentes que fluem da Espiritualidade.
6. No livro Nosso Lar, escrito por André Luiz, psicografia de Chico Xavier, no capítulo 42, como foi citado na Parte 1 do artigo Vencendo nossos medos, o Espírito da enfermeira Narcisa, em diálogo com André, recomenda exercícios adequados contra o medo. Segundo ali se lê, é elevada a porcentagem de existências humanas estranguladas simplesmente pelas vibrações destrutivas do terror, que é tão contagioso como qualquer moléstia de perigosa propagação. Por isso, a Governadoria da colônia Nosso Lar coloca o treinamento contra o medo muito acima das próprias lições de enfermagem, visto que a calma é garantia do êxito.