• Altamirando Carneiro – São Paulo/SP
No Livro III – As Leis Morais, em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, encontramos no item II do capítulo III – Lei do Trabalho – interessantes considerações a respeito do assunto.
O trabalho é uma necessidade. E, por trabalho, devemos entender toda ocupação útil. Sem o trabalho, seríamos todos beócios, ainda estaríamos na nossa infância intelectual. Tudo trabalha na Natureza, até os animais. “Sério?” – perguntarão alguns. Sim, só que o trabalho dos animais é limitado aos cuidados da conservação. Mas, enquanto se entregam a prover as suas necessidades materiais, são agentes que colaboram com os desígnios do Criador.
Se o trabalho dos animais não conduz ao progresso, o do homem, sim. O trabalho, aí, tem duplo objetivo: a conservação do corpo e o desenvolvimento do pensamento, que o eleva acima de si mesmo.
Numa nota de rodapé deste capítulo de O Livro dos Espíritos, na tradução de J. Herculano Pires, ele explica que o Espiritismo considera o trabalho como uma necessidade da evolução humana e da evolução terrena. Trabalhar é progredir, desenvolver-se, conquistar a felicidade.
O trabalho proporciona a evolução espiritual do homem.
O item 2 do capítulo XXV de O Evangelho segundo o Espiritismo diz que a afirmação Buscai e Achareis é semelhante a: Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará. “É o princípio da lei do trabalho e, por conseguinte, da lei do progresso, porquanto o progresso é filho do trabalho, visto que este põe em ação as forças da inteligência.
No poema O Trabalho, Olavo Bilac diz:
Tal como a chuva caída
Fecunda a terra, no estio,
Para fecundar a vida
O trabalho se inventou.
Feliz de quem pode, orgulhoso,
Dizer: “Nunca fui vadio:
E, se hoje sou venturoso,
Devo ao trabalho o que sou!”
É preciso, desde a infância,
Ir preparando o futuro;
Para chegar à abundância,
É preciso trabalhar.
Não nasce a planta perfeita,
Não nasce o fruto maduro;
E, para se ter a colheita,
É preciso trabalhar.
Lemos e guardamos, sem, no entanto, termos anotado de quem se trata a frase, que “viver é a arte de preencher espaços vazios”. Esses espaços são aqueles em que achamos que não temos nada para fazer.
Esses momentos ociosos podem ser preenchidos de várias maneiras, como, por exemplo, a leitura de um livro, de um jornal, de um boletim, de uma mensagem etc…
Costuma-se dizer que mente vazia é oficina do diabo. Consideremos o diabo como o Espírito inferior, o obsessor, e veremos que a mente vazia é, realmente, um campo fértil para esses Espíritos nos influenciarem, com as suas ideias.