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sábado 23 novembro 2024
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Coluna Espírita – Temperatura do forno para o pão

• Orson Peter Carrara – Matão/SP
A comparação é ótima: como transformar a massa moldável de farinha com fermento, entre outros ingredientes adicionados, no pão comestível, que alimenta, além do ótimo sabor especialmente se acompanhado de um bom cafezinho, como no hábito tão brasileiro?
Não é difícil responder. Claro, aquela massa terá que ir ao forno e sofrer a alta temperatura, para que então seja consumido em casa ou comercializado.
A comparação está na resposta dada por Jesus à sogra de Pedro, quando a senhora começou a perguntar ao Mestre como seria a vida no lar. Entre outras ponderações nas respostas, está a comparação do forno para que o saboroso alimento seja consumido. A preciosa narrativa está no capítulo 2 – A escola das Almas, constante do livro Jesus no Lar, de Neio Lúcio/Chico Xavier, edição FEB. A obra foi publicada em 1950.
É que Jesus compara o lar – onde se reúnem as almas – como o instrumento preparador que capacita as almas que surgirão ao longo da vida. Nesse preparo estão almas diferentes – no sentido das bagagens, experiências, tendências – que são colocadas juntas para aprenderem uns com os outros, mutuamente. E o que se transforma em aflição, sofrimento ou dificuldade (considere o leitor o volume imenso e variado de obstáculos e dificuldades enfrentadas por um núcleo familiar, desde os fatores materiais, aos morais, somados a muitos outros, em todas as fases da convivência familiar), na verdade são recursos espirituais em favor daquele núcleo, que sempre se reflete na vida social coletiva, além das paredes de uma família.
Pondera o autor que “(…) aí, de encontro uns com os outros, examinando aspirações, e tendências que não são nossas, observando defeitos alheios e suportando-os, aprendemos a desfazer as próprias imperfeições. Nunca notou a rapidez da existência de um homem? A vida carnal é idêntica à flor da erva. Pela manhã emite perfume, à noite, desaparece… O lar é um curso ligeiro para a fraternidade (…). Sofrimentos e conflitos naturais, em seu círculo, são lições (…)”.
E logo na primeira indagação da mulher, Jesus apresentou a importante lição, ao referir-se ao lar: “(…) Iniciamos a tarefa entre flores para encontrarmos depois pesada colheita de espinhos. No começo, é a promessa de paz e compreensão; entretanto, logo após, surgem pedras e dissabores (…). O lar é a escola das almas, o templo onde a sabedoria divina nos habilita, pouco a pouco, ao grande entendimento da Humanidade (…)”.
Mais adiante, indagado sobre aquelas pessoas que sofrem, lutam, rebelam-se, porém, e jamais aprendem, o Mestre responde que “(…) a alma rebelde às sugestões edificantes de um lar (…)”, em comparação com o preparo de lentilhas (que devem ser cozidas para serem servidas, já que as que permanecem endurecidas e não cederam à ação do fogo, são descartadas), “(…) os corações que não cederam ao calor santificante, mantendo-se na mesma dureza, (…) serão lançadas fora, a fim de permanecerem por tempo indeterminado, na condição de adubo, entre os detritos da Natureza.”
Agora é só meditarmos sobre essa referência “condição de adubo, entre os detritos da Natureza”, ou *lançadas fora*, como perda do direito não utilizado para sua nobre finalidade. Remeto o leitor à leitura do capítulo, na íntegra, que pode ser encontrado em PDF, virtualmente.