• Ricardo Orestes Forni – Tupã/SP
Não sei se você já ouviu alguém dizer que, ao desencarnar, não quer mais voltar a este mundo! Que já está cheio de viver na Terra… ou coisas com significados semelhantes. Eu já ouvi e creio que você não é exceção nesse aspecto. Pois bem. No dia em que escrevo esse artigo, um dos canais de televisão mostrou um andarilho do sexo feminino, que dormia sobre o chão frio de uma das ruas de uma grande cidade, ser acordada com um balde de água atirado sobre o seu corpo para que se retirasse daquele local. Ressalve-se que não havia nenhuma atividade perto do lugar que a pobre mulher viesse a importunar com a sua presença. Lembrei-me de Jesus quando afirmou que teve fome e Lhe deram o que comer. Teve frio e O agasalharam. Estava nu e O vestiram. E tudo mais que já conhecemos, mas não praticamos senão em sentido oposto. E ainda temos a ousadia de não querer voltar para a escola da Terra!
Lembremos que na dimensão espiritual também existem Espíritos que, tendo atingido uma situação remediada, não desejam mais retornar à carne. Julgam estar bem daquela maneira. Entendem que não precisam conquistar mais nenhuma melhoria. Acomodam-se com a maneira como as coisas estão.
Façamos o seguinte raciocínio: suponha que um pai ou mãe tenha um filho com grande potencial para ser um prestigioso advogado ou um excelente professor. Que tenha qualidades para ser um grande técnico em computação ou um engenheiro competente. Se esse filho terminar a oitava série e não quiser mais estudar, os pais, com certeza, irão incentivá-lo para que continue, devido às qualidades que possui para serem desenvolvidas. Vão procurar motivá-lo procurando mostrar-lhe toda a sua capacidade para continuar seus estudos.
Ora, se nós como pais imperfeitos como somos procuramos incentivar o filho a continuar para desenvolver as potencialidades de que é possuidor, quanto mais não fará o Pai perfeito que é Deus, sabendo das nossas possibilidades, já que foi Ele mesmo quem nos dotou delas. “Vós sois deuses!”, lemos no Evangelho. Nem sequer imaginamos do que somos capazes! Por isso mesmo a possibilidade de estacionarmos em nossa jornada evolutiva de forma definitiva não existe. Se for necessário retornarmos à Terra ou a planetas semelhantes, teremos que cumprir essa empreitada e tantas outras mais que surgirão à frente proporcionando-nos atingir a perfeição possível de ser conquistada. O desejo de não voltar à nossa escola atual está fora de cogitação.
O Pai que sabe das potencialidades dos seus filhos vai-nos convencer de que não podemos parar. A resposta para a pergunta do título desse artigo é um sonoro NÃO! Não tem jeito. Temos que voltar para onde existirem as condições de continuarmos nossos estudos em busca do aprimoramento intelecto-moral.
Do livro Na Luz da Vitória, de autoria do doutor José Carlos de Lucca, retiramos o seguinte trecho para arrematar nosso raciocínio: “Não vamos mais ceder aos impulsos da revolta porque a vida não tem sido do jeito que gostaríamos! A vida nunca pode estar contra nós, porque nós também somos a vida! Portanto, o que nos parece problema é apenas um meio de que a vida se vale para extrair de nós o melhor que ainda não soubemos oferecer. Esse é o fluxo da evolução. Quando entramos nele, a luz da vitória nos aguarda”.
O período de transição do planeta Terra conduzirá aqueles que tiverem o mérito – de continuar reencarnando nele – para um mundo melhor, onde o amor sobrepujará o ódio; a justiça será vitoriosa sobre a impunidade; a paz será mais robusta, e a guerra, lato sensu, estará enfraquecida.
Não, não tem jeito de não retornarmos à escola da Terra. Ou melhor, jeito tem. É só não aproveitarmos as inúmeras oportunidades para nossa melhoria íntima que seremos sérios candidatos a ser remanejados para planetas inferiores quando a nossa escola passar de planeta de provas e expiação para um planeta de regeneração. Passagem de ida sem volta. Enganei-me de novo! Volta tem sim, mas muito mais dolorosa do que está sendo nossa romagem atual, sem dúvida nenhuma!