• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador – Londrina/PR
Supondo que eu perca um ente querido e ele reencarne após 5 anos, ao reencarnar não terá ele a aparência de quando era meu ente querido e sim terá uma nova aparência da matéria. Correto? Quando morremos, dizem que entes queridos estarão no outro lado para nos receber. Esses que já reencarnaram não estarão lá mais? E nunca mais teremos contato com eles com aquela aparência por nós conhecida?
Os seres que se amam jamais cortam suas relações mútuas. O período do sono serve, justamente, para que esses encontros se façam entre os que momentaneamente estejam em planos diferentes.
Na obra “Nosso Lar”, André Luiz refere o caso de Ricardo, esposo de Laura, já reencarnado, que aos 3 anos de idade, no período do sono, manifestou-se à esposa e aos filhos com a aparência anterior, de homem maduro, não como uma criancinha.
Digamos que a aparência exterior dos corpos material e espiritual, utilizados pelos Espíritos, funcione como mero disfarce. Sabemos que os Espíritos, quando desencarnados, preferem a forma na qual eles mais se aproximaram do Criador e de suas leis, forma essa que eles podem modificar a seu bel-prazer sempre que houver razões para isso. A necessidade de identificação seria uma dessas razões.
Ademais, ficou comprovado por cientistas europeus, já no final do século XIX, que a regressão da memória a um momento do passado faz com que se reproduza não só o estado psicológico, mas também o estado fisiológico da pessoa, do qual a aparência exterior é um dos componentes.
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Qual é a finalidade de nossa existência? Por que estamos aqui neste mundo tão confuso em que há tantas desigualdades, doenças, guerras e catástrofes?
Estas são perguntas comuns às pessoas e – importante é que se diga – interessaram também a Allan Kardec, constituindo um dos temas mais relevantes tratados na principal obra da Doutrina Espírita – “O Livro dos Espíritos”.
Diz a questão 132 da obra referida:
Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
Respondendo, assim, à pergunta inicial, podemos afirmar com segurança, apoiados no ensinamento espírita, que viemos ao globo para progredirmos e, progredindo, avançar um pouco mais no caminho que nos levará à perfeição. Mas nossa presença no planeta tem uma segunda finalidade, que é participarmos da obra da criação, fazendo a parte que nos cabe.
Verifica-se, desta forma, que a ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, no entanto, em sua sabedoria, quis que nessa mesma ação encontrassem eles um meio de progredir e de se aproximar dele.
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As homenagens prestadas às pessoas desencarnadas chegam a sensibilizá-las?
A resposta é sim.
Contrariamente ao que muitos pensam, os Espíritos são criaturas invisíveis aos nossos olhos, mas não se encontram ausentes e podem saber perfeitamente o que, a respeito deles, se diz ou se faz em nosso meio.
As informações contidas nas respostas dadas às questões 320 e seguintes de O Livro dos Espíritos não deixam dúvida: os Espíritos se sensibilizam com a lembrança que nós temos deles e, nesse sentido, as homenagens prestadas aos homens justos, encarnados ou desencarnados, não podem ser por nós censuradas.
O que se deve evitar em tais homenagens é o exagero, são os gastos supérfluos. Como em tudo na vida o meio termo é sempre o procedimento mais adequado, não é difícil entender que os gastos supérfluos e as pompas excessivas, que ocorrem às vezes nessas homenagens, não agradam aos Espíritos de maior elevação espiritual, que por certo apreciariam que os recursos nelas despendidos tivessem uma aplicação melhor, como por exemplo na ajuda aos socialmente mais carentes.
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Quando um Espírito desiste de reencarnar, pode outro ocupar seu lugar naquela gestação?
Na mesma gestação, não. Quando um Espírito desiste de reencarnar, outro Espírito pode ocupar seu lugar se a gestação ainda não se iniciou. Iniciada esta, o fato seria impossível.
Não é difícil entender o assunto, que é tratado com clareza nas obras de Allan Kardec e André Luiz.
É que a alma do reencarnante se une ao corpo a partir da concepção, conforme lemos na questão 344 d´O Livro dos Espíritos, adiante transcrita:
– Em que momento a alma se une ao corpo?
“A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus.”
Coluna Espírita – Reencarnação & Desencarnação
ago 14, 2020RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – Reencarnação & DesencarnaçãoLike
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