• Waldenir A. Cuin – Votuporanga/SP
“Guardai-vos, não façais as vossas boas obras diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis a recompensa da mão de vosso Pai, que está no céu.” (Jesus – Mateus, 6:1)
O verdadeiro sentido da caridade, conforme entende Jesus, segundo “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec, é a benevolência para com todos, indulgência para com as faltas alheias e o perdão das ofensas.
O bem em qualquer circunstância sempre produzirá valorosos e oportunos resultados, não importando de que forma e maneira seja feito, mas revestido de humildade e desprendimento, e renderá ao benfeitor benefícios incalculáveis.
É um engano acreditar que ao fazer o bem estejamos apenas socorrendo quem o recebe, pois que aquele que acende uma luz é, sem dúvida, o primeiro a receber a claridade dela. Um gesto de solidariedade – uma ação fraterna – tem o poder de iluminar intensamente o coração generoso, irradiando seus raios na direção daquele que se pretende ajudar.
Como uma usina geradora de energia, quem já tem a consciência de fazer o bem está sempre repleto de força e vigor, vivendo de forma muito mais saudável e dignificante.
As formas de exercer a bondade são as mais variadas possíveis.
No lar, onde a doença pertinaz se instalou em algum familiar, fazer o bem é socorrê-lo com o máximo esforço, recorrendo a todos os recursos médicos possíveis, sem esquecer a paciência e a resignação diante dos desígnios divinos.
Na família em que se verifica a existência de filhos seguindo pelas estradas sombrias das viciações tóxicas, fazer o bem é insistir em fazê-los enxergar o abismo que se lhes escancara aos pés, com persistência e determinação, lembrando que eles são livres para escolher a vida que desejam viver.
Na comunidade que nos acolhe, fazer o bem é desenvolver ações sociais que possam criar oportunidades para que todos encontrem possibilidades de prosperidade e progresso. Amparar a criança carente, socorrer pais desempregados, oferecer amparo aos idosos sem recursos e se aproximar daqueles que perderam a razão de viver são atitudes de extremo valor.
Nas nossas horas de folga, fazer o bem é destinar um pouco de tempo para prestar serviços voluntários em instituições de filantropia e de promoção humana, sem desânimo. Tais instituições, com frequência, vivem com extrema carência de recursos financeiros e de material humano para o desenvolvimento de seus imprescindíveis programas de trabalho em favor de inúmeros necessitados.
Obviamente, as sugestões apontadas são pequenos lembretes diante da imensidão dos problemas sociais que nos circundam, onde seres humanos estão a desejar uma vida de paz, de conforto e de serenidade.
A esperança de viver uma vida melhor é anseio de todas as criaturas. Quando nos propomos a ajudar aqueles que seguem ao nosso lado, buscando, ao máximo, a concretização dos seus sonhos, sem dúvida, pela lei de causa e efeito, de ação e reação, estaremos criando condições e possibilidades para que os nossos sonhos também sejam realizados. “É dando que se recebe”, conforme nos ensinou Francisco de Assis.
Quando alguém consegue vislumbrar as dificuldades dos irmãos de caminhada e se propõe a minorá-las, de acordo com as suas forças e disponibilidades, sem perceber cria um canal de ligação com a Providência Divina, que identifica as necessidades, dando a ele muito mais do que oferece, pois quem dá o bem é o primeiro beneficiado.
Se já despertamos nossa consciência para os reais e imprescindíveis valores da vida, a estrada a seguir é a do bem, somente a do bem…