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quinta-feira 14 novembro 2024
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Coluna Espírita – Possessão, Obsessão e Zoantropia

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador – Londrina/PR
Allan Kardec, quando da publicação de O Livro dos Médiuns, apresenta três graus de obsessões: obsessão simples, fascinação e subjugação, descartando a hipótese de possessão. Ocorre que, no livro A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, cap. XIV, o Codificador voltou ao assunto, agora utilizando o termo possessão não somente para a atuação malfazeja, mas também podendo se dar quando um bom Espírito queira se comunicar. Diante disso, pergunta-se: Há possessão? Como interpretar os dois textos (Livros dos Médiuns x A Gênese)? No caso de um bom Espírito, poderíamos dizer que se trata da chamada incorporação mencionada por Léon Denis na obra No Invisível?
Quem estuda o Espiritismo sabe que Kardec mudou de ideia em relação à “possessão”, que ele rejeitou até O Livro dos Médiuns e depois admitiu claramente em A Gênese.
Quando produzida por um mau Espírito – diz o Codificador – a possessão tem todos os característicos da subjugação, mas, diferentemente da subjugação, a possessão pode ser produzida por um bom Espírito e, neste caso, pode se aplicar ao fenômeno o nome de incorporação mencionado por Léon Denis e, décadas mais tarde, por André Luiz.
A mudança de pensamento do Codificador deu-se por força dos fatos. Demorou algum tempo para que ele conhecesse o fenômeno da incorporação, hoje tão conhecido dos que trabalham na área da mediunidade. Na Revista Espírita ele alude ao episódio, que muito o impressionou na ocasião.
Sugerimos que o leitor leia, sobre a razão que levou Kardec a mudar de opinião, o texto publicado nesta revista na seção Estudando as obras de Kardec, disponível em http://www.oconsolador.com.br/ano3/111/estudandoasobrasdekardec.html
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Em que obras podemos encontrar a orientação espírita para o tratamento da obsessão?
O tratamento espírita da obsessão é objeto de inúmeras obras espíritas, como O Livro dos Médiuns e O Evangelho segundo o Espiritismo, ambas de Allan Kardec.
Evidentemente, no tocante ao tema obsessão e a muitos outros temas, não podemos restringir-nos ao que Kardec ensinou, mas todos os autores, encarnados e desencarnados, que trataram até hoje do assunto confirmam o que o Codificador propôs, ou seja: 1.) a necessidade do tratamento magnético; 2.) a importância da chamada doutrinação do agente causador da obsessão; 3.) a renovação de suas atitudes por parte do enfermo.
Muitas são as obras que podemos consultar a respeito disso. Desobsessão, de André Luiz, e Obsessão/Desobsessão, de Suely Caldas Schubert, são duas delas. Há, ainda, os estudos de Hermínio C. Miranda e Manoel Philomeno de Miranda. Este último entende que o melhor médico, em se tratando do tratamento da obsessão, será sempre o enfermo, como Suely Caldas Schubert mostra em sua obra, acima citada, da qual extraímos os seguintes apontamentos:
1.) Esclarecer o paciente é fazê-lo sentir quanto é essencial sua participação no tratamento; é orientá-lo, dando-lhe uma visão gradativa, cuidadosa, do que representa em sua existência aquele que é considerado o obsessor; é levantar-lhe as esperanças, se estiver deprimido; é transmitir-lhe a certeza de que existem dentro dele recursos imensos que precisam ser acionados pela vontade firme, para que venham a eclodir, revelando-lhe facetas da própria personalidade até então desconhecidas dele mesmo. É, enfim, ir aos poucos conscientizando-o das responsabilidades assumidas no passado e que agora são cobradas através do irmão infeliz que se erigiu em juiz, cobrador ou vingador. (Obsessão/Desobsessão, segunda parte, cap. 9, p. 114.)
2.) O obsidiado só se libertará quando ele mesmo se dispuser a promover a auto desobsessão. O Espiritismo não pode fazer por ele o que ele não fizer por si mesmo. Muito menos ainda os médiuns, ou alguém que lhe queira operar a cura. É preciso compreender que o tratamento da obsessão não consiste na expulsão do obsessor: alcançado isso, se fosse possível, ele depois voltaria, com forças redobradas, à obra interrompida. A terapia tem em vista a reconciliação; trata-se de uma conversão a ser feita, tarefa que requer do obsidiado uma ampla cooperação, grandes esforços e boa vontade. (Obra citada, segunda parte, cap. 2.)
3.) A renovação moral é, como já foi dito, fator essencial ao tratamento desobsessivo. Yvonne A. Pereira, em seu livro Recordações da Mediunidade, é incisiva a tal respeito: “O obsidiado, se não procurar renovar-se diariamente, num trabalho perseverante de autodomínio ou autoeducação, progredindo em moral e edificação espiritual, jamais deixará de se sentir obsidiado, ainda que o seu primitivo obsessor se regenere. Sua renovação moral, portanto, será a principal terapêutica, nos casos em que ele possa agir”. (Obra citada, segunda parte, cap. 2.)
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O que é zoantropia e quais obras espíritas tratam do assunto?
Define-se zoantropia [do latim zo(o)- + antrop(o) + -ia] como sendo uma perturbação mental em que o enfermo se acredita convertido em um animal, sendo também aplicável o termo à metamorfose perispirítica, por meio do processo de indução hipnótica, em que o Espírito desencarnado, ainda inferiorizado, ganha a forma animalesca.
Licantropia [do grego lykanthropía] é uma das formas de zoantropia, na qual o enfermo se julga transformado em lobo ou a metamorfose perispirítica levou-o a essa forma animal.
O assunto é tratado nas seguintes obras espíritas: Nos Domínios da Mediunidade, cap. 23, e Libertação, cap. V, ambas de André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier; Nos Bastidores da Obsessão, cap. 3 e 6; Nas Fronteiras da Loucura, cap. 27 e 28; Painéis da Obsessão, cap. 18, e Loucura e Obsessão, cap. 8, todas estas de Manoel Philomeno de Miranda, psicografadas por Divaldo Franco.
Nesta revista o assunto já foi tratado na edição 89, cujo texto pode ser acessado clicando-se no seguinte link: http://www.oconsolador.com.br/ano2/89/esde.html