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domingo 24 novembro 2024
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Coluna Espírita – Pode não ser má sorte?

• Ricardo Baesso de Oliveira – Juiz de Fora/MG
Tratava-se de um restaurante novo, estabelecido no centro comercial da cidade, que tinha como especialidade Galeto com catupiry. Alguns amigos indicaram, e fomos, minha esposa e eu.
Atendidos, gentilmente, fizemos o pedido, aguardando a iguaria solicitada. Quando chegou o galetinho, e partimos o primeiro pedaço, não vimos o menor sinal de queijo. O prato era frango com catupiry, portanto o queijo, obrigatoriamente, deveria ser localizado. Chamei o garçom. Ele olhou, de forma suspeitosa, para o prato e, na dúvida, levou de volta à cozinha. Retornou, em menos de um minuto, dizendo.
– O cozinheiro disse que o queijo está aí.
Voltei a olhar. Tinha bons olhos à época; sequer usava óculos. E minha esposa estava comigo. Ela também não viu o queijo.
Como não fica bem para um casal espírita arrumar confusão por um pedaço de queijo, decidimos comê-lo assim mesmo. Pagamos a conta, mas nunca mais voltamos.
Em menos de seis meses o restaurante estava fechado.
Muitos se queixam de má sorte na vida, quando deveriam queixar-se de sua própria inabilidade. Despreparo, descuido, irresponsabilidade, falta de empenho ou de seriedade são causas de muitos insucessos na vida profissional.
Allan Kardec tratou desse assunto com muita propriedade no livro O Evangelho segundo o Espiritismo. Segundo ele, a maior parte dos desgostos da vida têm sua causa na vida presente, nas atitudes, escolhas e no comportamento dos envolvidos. Lembra Kardec que, se remontarmos à fonte dos males terrenos, vamos reconhecer que muitos são a consequência natural do caráter e da conduta daqueles que os sofrem.
Escreveu:
Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de perseverança, por mau comportamento ou por não terem limitado os seus desejos!
E propõe que, diante das aflições da vida, façamos uma reflexão sincera:
Que todos os que têm o coração ferido pelos desgostos e pelas decepções da vida, interroguem friamente a própria consciência. Que remontem passo a passo à fonte dos males que os afligem, e verão se, na maioria das vezes, não podem dizer: “Se eu tivesse ou não tivesse feito tal coisa não estaria nesta situação”.
E concluiu:
O homem evitará esses males quando trabalhar para o seu adiantamento moral e intelectual.