• José Passini – Juiz de Fora/MG
O passe, ou imposição de mãos é outra atividade que o Espiritismo resgatou dos tempos apostólicos. Jesus praticava suas curas geralmente impondo as mãos sobre os enfermos:
E, ao por do sol, todos os que tinham enfermos de várias doenças lhos traziam; e, pondo a mão sobre cada um deles, os curava. (Lc, 4: 40).
Era conhecida a sua maneira de curar pela imposição de mãos, conforme se vê:
E, eis que chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e, vendo-o, prostrou-se a seus pés, e rogava-lhe muito dizendo: minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare, e viva. (Mc, 5: 22 e 23).
Claro é que Jairo não iria dizer a Jesus como deveria proceder para curar sua filha, mas se assim falou é porque sabia que Jesus habitualmente impunha as mãos para beneficiar alguém. Entretanto, sabe-se que o Mestre não necessitava da postura física para restituir a harmonia física ou espiritual a quem o procurasse. Se o fazia, era para ensinar-nos, pois que nós ainda necessitamos da postura física. Isso fica provado pela cura do servo do centurião, que lhe disse:
Senhor, meu criado jaz em casa paralítico e violentamente atormentado. E Jesus lhe disse: Eu irei e lhe darei saúde. E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado sarará. (Mt, 8: 6 a 8)
O Mestre maravilhou-se com a sua fé.
Então disse Jesus ao centurião: vai, e como creste te seja feito. E naquela mesma hora o seu criado sarou. (Mt, 8:13).
Note-se que Jesus não precisou fazer gesto algum, nem ao menos voltar-se para a direção da casa do centurião.
Jesus não só curou pela imposição de mãos, como também recomendou sua prática:
(…) e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão. (Mac, 16: 18).
Paulo, ainda Saulo, depois da visão que teve de Jesus na estrada de Damasco, ficou cego. Entrara na cidade e fora deixado por um dos seus acompanhantes numa hospedaria.
Ananias, aquele que seria preso por Saulo, recebeu, diretamente de Jesus, a incumbência de curá-lo:
E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando. (At, 9: 11).
Paulo estava cego, mas sua visão espiritual não se apagara, pois, como estava orando, pôde ver Ananias entrando:
E numa visão ele viu que entrava um homem chamado Ananias, e punha sobre ele a mão, para que tornasse a ver. (At, 9: 12).
Ananias, ao curar Saulo, explica-lhe por que o fazia:
E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. (At, 9: 17).
Pelas citações acima, vê-se, claramente, que o Espiritismo não criou a imposição de mãos. Resgatou-a das práticas dos tempos apostólicos, dando-lhe o nome de passe.
As curas, amorosamente praticadas por Jesus e pelos cristãos dos primeiros tempos, foram esquecidas no âmbito das religiões cristãs, restando apenas a prática do exorcismo, pelo qual se pretendia a expulsão do Demônio.
A prática da imposição de mãos foi resgatada pelo Espiritismo e vulgarizou-se com o nome de passe.
Coluna Espírita – Passe
ago 19, 2020RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – PasseLike
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