• Waldenir Aparecido Cuin – Votuporanga/SP
“- Que pensar dos homens que vivem em reclusão absoluta para fugirem ao contato pernicioso do mundo? R.: Duplo egoísmo.”
(Questão 770, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.)
Comete gritante equívoco a criatura que se isola do meio social a pretexto de não se contaminar com os erros do mundo. Imprescindível ao homem mergulhar no seio do povo para ajudar no progresso humano, sem se misturar com a indignidade.
Jesus, o Mestre dos Mestres, bem poderia enviar, se quisesse, seus mensageiros para orientar a humanidade, no entanto, preferiu Ele mesmo vir até nós trazendo pessoalmente a “Boa Nova”, ou seja, o Evangelho, sofrendo, naturalmente, as agruras consequentes de um ambiente hostil, formado pela natureza inferior do planeta.
Não delegou poderes, não transferiu responsabilidade, não se isolou em Seu reino de luz, viveu junto ao povo o tempo que entendeu necessário para deixar Suas inesquecíveis lições, que soam até hoje como uma fulgurante bússola que aponta o caminho da paz e da felicidade. Se ainda não logramos encontrar tais conquistas, a culpa é exclusivamente nossa, que preferimos os atalhos da indiferença ou os trilhos fantasiosos das ilusões.
A virtude não está em fugir dos males do mundo, mas em viver no meio deles procurando extingui-los, obviamente sem se mesclar com a lama que expelem.
Se o homem bom, justo, fraterno e correto se afastar daquele que ainda não conhece tais virtudes, como poderá ele aprender a ciência da dignidade, sem um modelo que lhe acene com novas e seguras opções de vida?
E, se as grandes personalidades terrenas, aquelas que implantaram o progresso em todos os segmentos sociais, alegando medo de contágio com o mal, seguissem adiante, sem atentarem para as nossas dificuldades e carências, como estaríamos no momento?
O que seria da nossa vida sem os notórios exemplos de Francisco de Assis, Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, Apóstolo Paulo, Santos Dumont, Sabin, Thomaz Edson, Francisco Cândido Xavier e tantas outras celebridades do avanço humano?
É claro que não temos o potencial desses baluartes do progresso, mas podemos algo oferecer, de nossa parte, para também contribuirmos, visando fazer um mundo melhor.
O simples cumprimento dos nossos deveres básicos já seria uma expressiva e notável participação no desenvolvimento social da Terra. Honrar compromissos financeiros, zelar por familiar doente, usar as horas de folga para servir em instituição de caridade, gastar somente o que ganhamos, não ser um problema dentro da família, como empregado render o máximo que podemos, como patrão considerar o lado humano dos empregados, usar de fidelidade no relacionamento conjugal, cultivar otimismo, alegria, carregar no âmago um ideal, possuir força de vontade para vencer as dificuldades e tanto mais.
Se realmente somos cristãos, o nosso Mestre é Jesus Cristo, então, para identificarmos como devemos seguir nossos passos pela vida não teremos qualquer dificuldade, pois basta tão somente que sigamos o modelo que elegemos e saiamos a fazer tudo aquilo que Ele nos ensinou.
Viver isolado do contexto social, pensando sem sublimar nossos sentimentos e fazer realçar as nossas virtudes será o mesmo que correr da escola para não suportar as exigências do professor.
Copiemos o lírio que, embora esteja com as raízes fincadas na lama da Terra, produz flores que encantam o mundo.
Coluna Espírita – Participação social
dez 01, 2020RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – Participação socialLike
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