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sábado 28 dezembro 2024
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Coluna Espírita – Para entender o Apocalipse

• Altamirando Carneiro – São Paulo/SP
No Dicionário da Bíblia de Almeida, de Werner Kaschel e Rudi Zimmer, edição da Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, encontramos no verbete Apocalipse: “Tipo de forma encontrada no judaísmo entre os anos 200 a.C. e 200 d.C. Nos livros apocalípticos trata-se da história daquele tempo e do futuro, utilizando-se símbolos e visões. Assim os perseguidores não entendiam a mensagem e os leitores não corriam o perigo de serem presos. Alguns desses livros eram PSEUDEPÍGRAFOS (Enoque, Assunção de Moisés, 4 Esdras e muitos outros). O livro de Daniel (7-12) e o Apocalipse são apocalipses bíblicos”.

Sobre o livro de Apocalipse: “Livro escrito por João, que estava preso na ilha de Patmos (1.9), ‘Apocalipse’ quer dizer ‘revelação’. (…) O livro foi escrito durante um tempo em que as autoridades romanas estavam perseguindo os cristãos porque eles não prestavam os cultos ao imperador romano que chamava a si mesmo de ‘Senhor’ e ‘Deus’. O livro foi enviado a sete igrejas da PROVÍNCIA romana da ÁSIA (1.4,11) a fim de animá-las a continuarem fiéis a Jesus Cristo em tempos de perseguição e sofrimento”. (…)

Na obra O Apocalipse – Edições Feesp, José de Souza e Almeida registra que “o livro deve ter surgido no ano de 95 d.C. (ano de nossa era). Na ocasião, o César romano, senhor do mundo, era o imperador Domiciano, que moveu a segunda grande e cruel perseguição aos cristãos. (A primeira foi a do imperador Nero, de 64 a 68 d.C..)”
Souza e Almeida explica que João “Apresenta como futuro o que já pertence ao passado”; (…) “(ao ano do martírio de Jesus) e a partir dele vai descrevendo o futuro.

Além disso, baseia-se muito no Antigo Testamento, o qual era conhecido dos primitivos cristãos; mas o faz de tal maneira que o passado não passou, isto é, é presente. Assim, transforma as lembranças em esperanças”.

O que faz previsões é dotado da faculdade da presciência, ou da precognição, ou do pré-conhecimento, isto é, o saber antes, o conhecimento de um fato antes que ele aconteça. E como é possível ter conhecimento do que ainda não ocorreu? Compreendamos que quanto mais elevado for o Espírito, mais ele abarca, numa só visão, o espaço e o tempo. Para Deus, não existe passado nem futuro. Para ele tudo é, não há o “foi” nem o “será”.

Imaginemos um observador, colocado no ponto mais alto de uma estrada. Para o viajante, não há como saber as surpresas que o aguardam e todos os acidentes e acontecimentos da viagem serão “o futuro”, “o vir a ser”. Para o observador, tudo é presente. Se o observador sair do local onde está, for ao encontro do viajante e contar-lhe as surpresas que o aguardam, ele será, para o viajante, um adivinho, um profeta.

A presciência pode ocorrer: 1) Pela previsão de acontecimentos através da análise do rumo em que as coisas caminham; 2) Por intervenção dos Espíritos, que inspiram, ou plasmam quadros, ou falam à pessoa que faz a revelação; 3) Pela emancipação da alma: desdobramento, ou projeção da consciência.

Importante ressaltar que o Mundo Espiritual só permite as previsões, se elas resultarem em benefício do homem. Não é possível que o Espírito esteja num local mais alto. O exemplo do observador serve para ajudar-nos na compreensão do assunto. Para os Espíritos, a visão não se dá da mesma maneira que se dá para os homens.

Se verdadeiramente sábios, os Espíritos não fazem previsões com datas fixas, pois os pormenores de cada acontecimento estão relacionados com o livre-arbítrio do homem. Por isso, a data exata não existe senão quando o acontecimento já está realizado.