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domingo 22 dezembro 2024
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Coluna Espírita – Os desdobramentos da Terceira Revelação

• Eder Andrade – Rio de Janeiro/RJ
Ao longo da história da humanidade muitos missionários encarnaram, enviados pelo mundo maior, com o propósito de orientar e na medida do possível esclarecer a humanidade, do verdadeiro sentido da vida no mundo material, no planeta Terra.
O Espírito Emmanuel na obra psicografada por Chico Xavier, A Caminho da Luz1, procura esclarecer que o planeta Terra é um mundo de provas e expiações, dessa forma todos os espíritos que encarnam nesse mundo, com raríssimas exceções, são indivíduos comprometidos com sua consciência, devido a erros ocorridos em vidas passadas.
Os equívocos cometidos pelo desconhecimento da verdade espiritual que envolve a todos nós, atrasam o processo coletivo da nossa sociedade, assim como do planeta Terra como um todo. Segundo o Espiritismo, ocorreram três grandes revelações ao longo da história da humanidade, que foram enviadas pelo mundo espiritual para promover o esclarecimento dos homens.
A Primeira Revelação foi Moisés que nos deixou os dez mandamentos. A Segunda Revelação foi Jesus Cristo, que procurou deixar esclarecimentos e novas ideias, as parábolas, assim como o Sermão da Montanha. Jesus sabendo que não teria como explicar tudo que a humanidade precisava e poderia conhecer, promete que em momento futuro, Deus nosso pai, enviaria um Consolador, que seria a Terceira Revelação, de acordo com o espiritismo.
Essas revelações, eram um aceno do plano espiritual tentando chamar atenção dos homens encarnados, de que a vida não se limitava ao mundo físico. Todos nós somos espíritos imortais de posse de um corpo físico, estagiando na matéria, em uma experiência reencarnatória, entre as várias que já tivemos a oportunidade de vivenciar no mundo material.
Algumas obras psicografadas por Chico Xavier, nas décadas de 1930 até 1940, como Emmanuel2 e também Boa Nova3, onde procuraram exortar os homens a uma mudança de conduta, procurando oferecer pensamentos e ideias para ajudá-los a colocar os valores espirituais acima dos valores materiais.
Foram necessários vários séculos até que a humanidade amadurecesse intelectualmente e culturalmente, para receber revelações espirituais de maior monta. Esse fato só vai ocorrer no século XVIII após o advento do movimento Iluminista, do Enciclopedismo e da Revolução Francesa. Porém apenas na metade do século XIX, a sociedade europeia vai apresentar as condições culturais propícias e favoráveis para o advento da Terceira Revelação, por intermédio do Espírito da Verdade.
O professor e pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail foi o grande organizador da Terceira Revelação. Como ele não criou a Codificação Espírita, adotou o pseudônimo de Allan Kardec, que segundo ele, foi uma das suas encarnações como um druida. Os druidas na antiga Gália, eram preceptores de conhecimento.
O conhecimento que a Terceira Revelação nos apresentou, vai além da nossa capacidade de compreensão e entendimento momentâneo, pois por ser um conhecimento visionário, à frente do seu próprio tempo, tem a função de revelar, esclarecer e consolar os homens, diante de um sofrimento moral, produzido pela ignorância de uma crença ultrapassada, mas principalmente pelo desconhecimento das verdades espirituais que foram ocultas pelos iniciados desde a antiguidade até o mundo moderno em que vivemos.
Hoje já é de fácil acesso esse conhecimento, por meios de várias ferramentas de pesquisa da internet, favorecendo aqueles que assim desejarem entender, que somos espíritos imortais, de posse de um corpo físico transitório. Já existíamos antes da criação do atual corpo que ocupamos e vamos continuar vivendo após a morte do mesmo. Existíamos antes do berço e vamos continuar vivendo após o túmulo, pois todos somos seres espirituais imortais! Dessa forma torna-se possível ressignificar nosso sofrimento, pois as perdas são inevitáveis, mas o arrasto do sofrimento pode ser remediado através do estudo da Doutrina Espírita.
O grande benefício que todos nós somos herdeiros é a revelação da sobrevivência do princípio inteligente à morte do corpo físico. Conhecimento esse que desde o Antigo Egito, Índia e Antiga Grécia já se sabia e por isso desenvolveram o ritual de veneração aos ancestrais e evocação dos mortos.
A crença da sobrevivência da alma, assim como a transmigração do espírito ou metempsicose, expressões antigas usadas para reencarnação, não são termos recentes, vem desde a Antiguidade Oriental.
“Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo”. (Espírito de Verdade. Paris,1860.)
Referências:
1) Xavier, Francisco Cândido. A Caminho da Luz: FEB.
2) _____. _______. Emmanuel: FEB.
3) _____. _______. Boa Nova: FEB.