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quinta-feira 19 setembro 2024
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Coluna Espírita – Olhos ainda cegos

Coluna Espírita – Olhos ainda cegos

• Maria Lúcia Garbini Gonçalves – Porto Alegre/RS
Estamos na era tecnológica, mandando sondas ao espaço para a exploração de outros mundos, ao mesmo tempo em que o mundo microscópico também está sendo cada vez mais desvendado com instrumentos cada vez mais potentes. Mas a ciência ainda se limita aos aspectos exteriores do mundo, cega ainda à melhor parte, à que revela toda uma nova perspectiva.
Em “Os Mensageiros” (1), Aniceto, instrutor do Ministério da Comunicação de Nosso Lar, fala a André Luiz: “Há, porém, André, outros mundos sutis, dentro dos mundos grosseiros, maravilhosas esferas que se interpenetram. O olho humano sofre variadas limitações e todas as lentes físicas reunidas não conseguiriam surpreender o campo da alma, que exige o desenvolvimento das faculdades espirituais para tornar-se perceptível.”
Eles encontravam-se junto a um grupo de aprendizado e cooperação aos semelhantes, próximo à crosta, onde havia vibrações mais densas da mente humana. André impressionou-se com aquele mundo novo que surgia, com um clima estranho, frio e ausência de luz solar, somando-se a aves horripilantes. Ao que Aniceto explica: “Todo este mundo que vemos é continuação da nossa Terra. Os olhos humanos veem apenas algumas expressões do vale em que se exercitam para a verdadeira visão espiritual, como nós outros que observamos agora alguma coisa, não estamos igualmente vendo tudo.”
Jesus nos ensinou: “Na casa de meu pai há muitas moradas” usando poucas e simples palavras, mas com um significado tão profundo, tão abrangente, que os primeiros que as escutaram compreenderam dentro de seus próprios limites da época. E hoje, igualmente, na era espacial, ainda é atual, mas como sabemos mais, as perspectivas ampliam-se. Os cientistas pensam em galáxias, universos, mundos paralelos, enquanto alguns espiritualistas já entendem que falamos também das dimensões espirituais. Quando lermos essa mesma informação de Jesus no futuro, a compreensão será tal que hoje ainda não alcançamos e ainda será atual.
Os mundos paralelos se cruzam e interagem. Até a ciência admite que nossos olhos não enxergam tudo que existe no mundo material. Mas a Doutrina Espírita nos foi enviada para também informar que estamos cercados de espíritos em mundos de outras dimensões, que a maioria de nós não enxerga. A ciência ainda não reconhece esse mundo e está às cegas procurando por uma via inacessível, que é a do materialismo.
Mas “O essencial é invisível para os olhos; só se vê bem com o coração” (Exupéry), então, uma ciência que não consegue sentir Deus no próprio cosmo, precisa antes construir pontes imponderáveis que só a fé em Deus pode fazer.
E Aniceto continua: “Somente ao homem de sentidos espirituais desenvolvidos é possível revelar alguns pormenores das paisagens sob nossos olhos.
A maioria das criaturas ligadas à crosta não entende estas verdades senão após perderem os laços físicos mais grosseiros. É da lei que não devemos ver senão o que possamos observar com proveito.” (grifo nosso)
Ou seja, precisamos estar preparados para ver o que vemos para que seja útil em nossa vida. Aquele que nunca viu um espírito, se esse surgisse de repente, a pessoa poderia ter um enfarte ou pensaria ser uma alucinação. Temos protetores muito sábios e pacienciosos, que sutilmente nos intuem o cadinho que estamos prontos para receber, na medida certa de nossa maturidade. A humanidade não está madura para digerir toda a verdade, estamos na infância espiritual.
Mas os tempos são chegados, estamos entrando na nova era do espírito, em que a ciência está sendo obrigada a amadurecer, obrigada a olhar para a alma, para a metafísica, pois não encontra mais soluções para suas perguntas. E nada acontece de repente, tudo vai se encadeando e desenrolando naturalmente como acontece na natureza.
Somos muito felizardos em testemunhar esta transição planetária, em que, apesar dos pesares, tudo está certo como deve ser. Deus trabalha com prudência e constância e nos ama.
E a solução está no coração, como Jesus enfatizava, em enxergar com o coração e não só com o cérebro. Estamos a caminho da luz, confiemos, pois Jesus está no leme.
Referências:
(1) XAVIER, Francisco Cândido. Pelo espírito André Luiz. Os Mensageiros. Feb. Cap.15