• Márcio Costa – São José dos Campos/SP
– A biblioteca?! Hum…não sei, não. Aquela moça na entrada deve saber.
– Sei, sim, o senhor tem que ir até o final do corredor. É a última porta à esquerda.
– Fica bem aqui atrás do senhor, nesta portinha.
– Eu frequento há pouco tempo a casa, moço. O pessoal da secretaria é que sabe.
E assim vamos nós pelos corredores, subindo escadas, buscando placas indicativas nas portas para descobrir onde fica a biblioteca do Centro. Em algumas instituições o local encontra-se logo na entrada. Os livros estão à mostra, há placas sinalizadoras, tudo muito bem-organizado. Chega a ser um convite para entrar. Em algumas outras, contudo, parece que foram alocadas no lugar que sobrou no Centro. Um ambiente pequeno, às vezes fechado, de difícil acesso, sem espaço para tornar a visita uma oportunidade muito agradável.
É claro que “cada caso é um caso”. Alguns Centros fazem o que podem para tentar abrir um espaço para leitura. E outros, com dificuldade, levam até algum tempo para lotar as prateleiras com as obras Espíritas. Neste caso é mais do que justificável a estrutura física disponível. Já outras casas têm um espaço suficiente para dispor seus livros em prateleiras, estantes, videoteca, dentre outros, e acabam conseguindo angariar mais visitantes. Nestes casos, o resultado é ótimo. Pessoas entrando e saindo em um vai-e-vem continuado, empunhando livros de diversos autores.
De todos os lugares que compõem um Centro Espírita, talvez a biblioteca seja um dos mais importantes e um dos menos valorizados por boa parte de nós. Entramos no Centro para assistir a uma reunião pública, vamos ao atendimento fraterno, falamos com o pessoal da secretaria, dirigimo-nos para as atividades de evangelização e até mesmo paramos na copa para tomar um cafezinho, mas não entramos na biblioteca.
Embora nem sempre o aspecto seja dos melhores pelas impossibilidades, a biblioteca é uma das maiores fontes de luz que existe em uma casa Espírita. Lá está todo o conhecimento das obras básicas e de tantos outros trabalhos que fazem parte da maravilhosa seara que compõe o Consolador prometido. Se a leitura de romances comuns faz nossa imaginação viajar em situações fictícias, que dirá viajar em ondas mentais que nos levem à realidade dignificante dos sublimes ensinamentos fraternos do Cristo.
“Livro lido, ideia renovada”, como pauta o Espírito André Luiz, no livro Conduta Espírita, psicografado por Waldo Vieira. Por meio de uma leitura esclarecedora e valorosa envolvemos nossos pensamentos em uma psicosfera que irá refletir o conteúdo das palavras lidas.
Logo, por que perder tempo com palavras que podem levar ao desequilíbrio de nossa alma quando há tantas oportunidades de relevante aprendizado?
Talvez alguns não encontrem, por hora, tempo ou oportunidade de ler todo um livro. Mas cada minuto é uma chance que nos é dada para ascendermos intelectualmente. As obras de André Luiz, por exemplo, possuem um conteúdo tão rico que a leitura de um único parágrafo pode nos trazer notáveis esclarecimentos. Pequenas mensagens podem conduzir a grandes ensinamentos intelecto-morais.
Lendo as obras ou conhecendo uma parte delas podemos um dia ajudar aqueles que precisam de tais conhecimentos. Só o fato de entrar na biblioteca e correr os olhos nos trabalhos publicados já nos leva a aprender um pouco mais: quem são os autores que tratam de determinado assunto, quais são os livros da codificação, quais são as obras que trazem as mensagens de Emmanuel, dentre outros. O caminho é simples: descobrir, ler ou folhear, buscando fixar o aprendizado, e oferecer a quem desejar ler. A caridade também poderá estar em palavras certas entregues a pessoas necessitadas.
A biblioteca do Centro não precisa ser uma “megastore” ou dispor de altos recursos tecnológicos. Não necessita ser imponente, nem trazer no ar o perfume de livros novos. Não precisa de excessos. Ela somente precisa ser simples, agradável e ostentar nas suas prateleiras livros e materiais alinhados com o Evangelho do Divino Mestre. Por fim, a biblioteca precisa ser notada pelos trabalhadores, pelos visitantes, pelos jovens e, principalmente, pela infância. Além disso, deve fazer parte, efetivamente, de todas as atividades da casa Espírita.
“A biblioteca Espírita é viveiro de luz”.
* * *
– Olá, sabe onde fica a biblioteca do Centro?
– Ah, sei, sim, moço, fica logo ali na entrada. Dá uma passadinha lá. Vale à pena. Eu sempre vou lá toda vez que venho ao Centro. Nem que seja só para abrir um livro e ler uma mensagem. Eu saio renovada e motivada a ler mais. O senhor vai gostar. Passa lá.
REFERÊNCIA:
Vieira, Waldo. Conduta Espírita (pelo Espírito de André Luiz).
Coluna Espírita – Olá, sabe onde fica a biblioteca do Centro?
jan 25, 2024RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – Olá, sabe onde fica a biblioteca do Centro?Like
Previous PostGPS - D’Artagnan
Next Post“Crônicas e Contos do Escritor” - O dragão vermelho e o príncipe das águas