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quinta-feira 21 novembro 2024
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Coluna Espírita – O valor da oração

• Roni Ricardo Osorio Maia – Volta Redonda/RJ
A oração como recurso poderá ser exercitada, pelos encarnados e desencarnados, aliada ao devotamento e à abnegação revigorará todo aquele acometido de algum pesar. Apresentamos uma breve síntese sobre o personagem Jerônimo de Araújo Silva, citado no livro Memórias de um suicida, pelo espírito Camilo Cândido Botelho, psicografado por Yvonne A. Pereira e revisado por Léon Denis. Jerônimo era possuidor de controvertida personalidade. Dois capítulos foram dedicados pelo autor espiritual ao personagem suprarreferido. Na Primeira Parte – Jerônimo de Araújo Silveira e família, e, na Segunda Parte – Outra vez Jerônimo e família. Num dos dormitórios do Hospital, encontravam-se cinco amigos resgatados do Vale dos Suicidas. Eles não recebiam informações de familiares da Terra, a saudade e a lembrança dominavam-lhes os pensamentos, todavia compreenderam que ainda não estavam equilibrados para receberem as irradiações da parentela corporal; somente com tempo poderiam captar os eflúvios benéficos dos afins ou outros que deles se recordassem. O aparelho transmissor instalado no aposento de recuperação, de forma comparativa ao televisor de nossa época, permitia-lhes visualizar as imagens daqueles que emitissem a eles, pelas ondas mentais, orações e boas emanações, no entanto, essa ocorrência era rara para os internos… Apenas orações de caravanas de benfeitores espirituais atingiam os carentes de visitas no ambiente reparador onde seus Espíritos achavam-se internados. Jerônimo requereu uma reunião particular e elucidativa a respeito de suas indagações, uma vez necessitado de orientações sobre os familiares deixados no mundo físico. No gabinete do diretor-geral, Irmão Teócrito, relatou-lhe seu anseio e fez a petição para visitar a família, devido às saudades que o dominavam e se lembrava, angustiosamente, dos filhos: Arinda, Marieta, a caçula Margarida, com sete anos, Albino e da esposa Zulmira. O diretor com mais vivência e aprendizado, demonstrou compreensão com o assistido, porém esclareceu-lhe que ainda não era o momento para rever a prole. Diante da prerrogativa de pai insistente e inconsolável, finalmente, Irmão Teócrito assinalou que concordaria com a visita de Jerônimo à sua família que vivia nas terras lusitanas, solicitou uma escolta para acompanhá-lo, com a ressalva de que seriam de inteira responsabilidade do interno as possíveis consequências que poderiam advir. A comitiva chegou a Portugal. Jerônimo revisitava com o olhar antigas paragens, casarões, ruas, os lugares conhecidos, até que estacionaram diante de sua residência anterior. Não encontrou a família no seu antigo lar, que fora desfeito. Espíritos desencarnados que povoam o Plano Invisível revelaram-lhe o drama de seus afetos e os destinos de cada um, após sua saída do mundo decorrente do suicídio. Os credores tomaram-lhes as posses físicas, como aquele lar: o filho Albino fora preso, Margaridinha era explorada pela mãe Zulmira no Cais vendendo peixes e envolvida com a prostituição; as outras duas filhas, Marieta e Arinda, também tinham seus percalços: a primeira era maltratada pelo marido; a segunda, empregada de um hotel. Insistiu para rever os filhos ao deparar-se com Albino degredado na África e Margaridinha explorada pelo meretrício, transtornou-se. Foi socorrido. O capítulo Outra vez Jerônimo e família; inicia o respectivo tratado com o convite de Dr. Carlos de Canallejas aos amigos da Enfermaria que iriam visitar Jerônimo instalado na ala do Isolamento, encontravam-se, nesse departamento hospitalar, aqueles que precisavam se reendireitar em relação a alguns aspectos como a rebeldia espiritual. Jerônimo demonstrava-se bem mais acessível e terno na sua expressão; o antigo comerciante português apresentou-lhes suas versões, que resvalavam para o equilíbrio psíquico. Também lhes falou da dedicação de Irmão Santarém, responsável pelo ambiente, e, das benesses alcançadas, em seu Espírito, bem como, o entendimento de sua infração diante do Criador e das consequências experimentadas. Relembrou-lhes o efeito da prece, principalmente, por ter aprendido a raciocinar noutra conexão – o Bem, concernente as suas indagações infelizes, desse modo, estreitaram a fé e passou a orar ao Espírito Maria de Nazaré, para encontrar, na Piedosa Mãe da Humanidade, um refrigério. Expressou o valor da oração, narrou a rogativa tomada por hábito, uma vez habitante do Hospital governado pela Mãe de Jesus. Destacou que a Hora do Ângelus é respeitada pela Legião de Servidores de Maria e todos veneram, no momento do som das seis badaladas que repercute da Terra no referido horário, em respeito e consideração por todos daquele ambiente espiritual. Ressaltou o alento de uma prece fervorosa e os lenitivos buscados e recebidos com a intenção de angariar energias aos seus filhos comprometidos em mazelas e em processos de dores e aprendizados. Com o decorrer de dias, após as solicitações, Jerônimo soube que os seus pedidos foram consentidos. A Guardiã Maior atendeu-lhe e foi programado um auxílio junto aos filhos Albino e Margarida. Quando um ateu se rende à prece é mais uma “luz” que se acende na psicosfera mental em torno da Terra! Era a misericórdia tão almejada por Jerônimo! Então, preparava-se para a sua futura reencarnação, com possibilidade de portar a surdez e uma lesão visual em função do trauma causado no perispírito; ao suicidar-se, demarcou a região auricular proveniente do tiro pela arma de fogo que eliminou sua existência no corpo físico.
Os amigos despediram-se comovidos. Ele ainda revisitaria os filhos em Portugal, antes da futura vida na Terra; e os internos eram sabedores da luta que o esperava ao retornar à carne, bem como, a eles próprios, por serem autores de seus destinos e demarcados pelos atos nefastos dos respectivos suicídios. Jerônimo através da força interior praticou o autoconhecimento e se rendeu ao valor da oração como fator essencial para um futuro reabilitador.