• Márcio Costa – São José dos Campos/SP
Na convivência do lar podes vir a experimentar momentos conturbados. Entrarás em atrito com teu filho, e este irá depositar no seio materno a sua lamúria; sua mãe, por sua vez, poderá se voltar em defesa do pequeno e devolver para ti a matéria mental de tua própria ofensa.
O que te faltas?
Nos infortúnios do trabalho podes ser acusado de algum erro indevidamente, tornando-te o foco de comentários inoportunos. Até que se esclareçam as circunstâncias, terás que aguentar as consequências do que foi atribuído a ti.
O que te faltas?
Administrando as finanças pessoais, sofres com os pesares resultantes do supérfluo. Desejarás solucionar de pronto as tensões que te afligem, mas terás que suportar o passar dos dias até que os braços do trabalho digno possam recompor o equilíbrio desprezado pela sua mente.
O que te faltas?
Nas lutas do saber podem haver situações em que o esforço envidado no estudo dedicado não seja recompensado pelas conquistas desejadas.
O que te faltas?
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O que te faltas, muitas vezes, é a paciência necessária para suplantar o fardo que muitas vezes se instalam no teu caminho decorrente de tua incúria pretérita.
Neste contexto, o desentendimento familiar pode ser, em verdade, a oportunidade de ajuste que tens com o teu irmão ou a tua irmã com quem contraístes débitos em outras vidas.
As supostas injustiças que tens que suportar em teu trabalho ou em tua vida pessoal também podem ter a gênese nas ações que conduzistes contra o próximo, voltando para ti como expiação de teus próprios atos.
Se não alcanças patamares de conhecimento e riqueza a par de teus variados esforços, reflita na possibilidade de tê-los empregado em mau uso em outras encarnações, o que agora, pela Justiça Divina, deveis aprender a valorizar pela carência deles.
A paciência também é uma forma de caridade para com o teu próximo e para com ti mesmo.
Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos [1].
Referências:
[1] A. Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, 131a. Brasília (DF): Federação Espírita Brasileira, 2013.