• Eder Andrade – Rio de Janeiro/RJ
No imaginário dos homens, no mês de dezembro, o Cristo estaria mais próximo da humanidade, a fim de ouvir as súplicas e orações, como se no restante do tempo, o “Governador do nosso Orbe”, não estivesse ligado aos corações que sofrem, às mães que, em prece, rogam pelos filhos, pelos doentes em hospitais. Uma sociedade injusta, porém, uma grande Escola de Almas em redenção, que por aqui passam na esperança de alavancarem sua renovação.
O Natal não é apenas uma data para se celebrar a vinda do Cristo à Terra, trazendo a Boa Nova de uma revelação que mudaria o curso da história, é acima de tudo um momento de confraternização sincera entre os homens, de perdão das ofensas e superação de diferenças entre os interesses materiais. Deixar de lado as questões mesquinhas e se lembrar que todos somos espíritos imortais, que ocupamos temporariamente um corpo de carne, num grande estágio reencarnatório de aprendizagem, reparação e libertação. E, num átimo, tudo pode se modificar, deixarmos essa vida física, retornando para o plano vibratório da espiritualidade, que, de fato, nos afinamos, abandonando a ilusão da reencarnação.
Não basta apenas conhecer a verdade, se faz necessário colocar essa verdade em prática, para que ela nos permita modificar nossa conduta para com o semelhante. Sendo possível, seguir exemplos como de Maria Dolores que nos ofereceu no livro Momentos de Ouro2, onde Maria de Nazaré procura socorrer Judas nas regiões do Umbral, para que ele possa reencarnar e retomar sua existência evolutiva, um exemplo de abnegação e renúncia, que representam o verdadeiro espírito de Natal, não a convenção de troca de presentes, mas de exemplos, onde abrimos não do nosso sentimento e ponto de vista pessoal, para acolher aquele que sofre muito mais do que nós naquele dado momento.
Seria da mesma forma prudente lembrar de que todos estagiamos na matéria, tanto o rico quanto o pobre e, as experiências individuais, às vezes nos marcam profundamente, quando alguns tem comida de sobra e outros, nem sabem se vão ter algo para comer. A imprudência do homem enxerga o Natal como uma confraternização material, onde alguns pedem mais um dia de vida, uma cama limpa para dormir e um remédio para abreviar a dor da doença física, quando as vezes a dor da alma corrói mais que a dor de um estomago vazio, principalmente em uma cidade grande, onde os bolsões de miséria material e moral passam desapercebidos ao olhar dos mais atentos, sob diversas alegações. Coletivamente nos comprometemos, e segundos os Espíritos coletivamente teremos de sentir a dor da omissão diante dos necessitados, até o dia que estivermos em paz com nossa consciência. Quitando para com nós mesmos as faltas amealhadas em outras encarnações.
Vamos na noite de Natal honrar o Cristo através de exemplos simples, sendo solidários com aqueles que nos cercam, oferecendo um prato da nossa Ceia de Natal a alguém na esquina da rua onde moramos e aí sim, entenderemos o verdadeiro sentido do espírito do Natal.
Referências:
1 Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo – FEB
2 Francisco Cândido Xavier. Momentos de Ouro. Retrato de Mãe (Maria Dolores). Ed. Limiar Espírita
Coluna Espírita – O Natal e a confraternização com o próximo
dez 24, 2022RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – O Natal e a confraternização com o próximoLike
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