• Altamirando Carneiro – São Paulo/SP
“Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.” (João, 13:16)
Dizia Jesus estas palavras enquanto lavava os pés de seus discípulos, que naquele momento não puderam compreendê-lo. Na verdade, traduzia ali, naquele instante, a mais bela lição de humildade. Com esse gesto, reconhecia a infinita grandeza de Deus, ao mesmo tempo que servia a todos, sem deixar que a sua elevação espiritual ferisse a pequenez de quem quer que fosse.
Iniciantes que somos, na grande jornada da nossa própria evolução espiritual, muitas vezes nos colocamos na posição central de nossos interesses e irradiamos a nossa vontade em torno de nós, como se todos tivessem que nos servir. Gostamos de analisar as pessoas e os acontecimentos que nos cercam com o que temos dentro de nós mesmos e que podemos chamar de: a nossa maneira particular de ver as coisas. É como se tudo tivesse que estar limitado à nossa maneira de ver e entender.
O risco que este comportamento encerra é o de nos levar a criar caprichos e exigências que fazem com que passemos a querer ser servidos em vez de servir, alimentando assim o egoísmo, chaga que devemos eliminar e, não, cultivar. Por ele, ao analisarmos a personalidade desta ou daquela pessoa, se o que analisarmos não confere com o que entendemos serem bons padrões, muitas vezes deixamos de amar e até de fazermos uso da maledicência.
A evolução não se faz com comparações com os padrões que achamos serem os certos, mas através da anulação de nosso personalismo e das nossas exigências para que possamos manter limpo o nosso íntimo, onde Deus possa se espelhar sem distorções. Nenhuma circunstância nos coloca na posição de superioridade, nem ninguém é tão inferior que não seja digno de nossa atenção.
Para que a nossa luz brilhe mais ainda, devemos colaborar para aumentar a luz do próximo. Só na doação crescemos e só conseguimos nos doar quando eliminamos o nosso eu pequeno, para podermos sentir aquele que dirige os destinos. Sabemos não ser tarefa fácil de realizar, mas nosso egoísmo só piora as coisas.
Se já temos condições de analisar, já temos condição de entender que ainda não somos tão perfeitos a ponto de nos acharmos superiores. Temos, isto sim, condições de trabalhar mais o nosso querer para nos irmanarmos mais e mais.
Espelhemo-nos no exemplo do Mestre. Esquecendo-se de si mesmo, refletiu o querer do Pai, que, por ser Amor, se manifesta somente na forma de doação.
Coluna Espírita – O maior e o menor
jun 11, 2024RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – O maior e o menorLike