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quinta-feira 21 novembro 2024
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Coluna Espírita – O joio e o trigo

• Altamirando Carneiro – São Paulo/SP
O monge dominicano, filósofo, astrônomo e matemático italiano Giordano Bruno (1548-1600) foi acusado pelo Tribunal da Inquisição de ter sustentado a afirmação da existência de inúmeros mundos e de que a Terra gira em torno do sol.
Acusaram-no ainda de acreditar na reencarnação e não no inferno; de ter afirmado que até os demônios seriam salvos, um dia, conforme a lei de evolução do Espírito; de que a magia (entenda-se mediunidade) é lícita e de que os profetas e apóstolos eram magos (entenda-se médiuns).
Giordano Bruno, uma das figuras mais representativas da Renascença, preferiu ser queimado na fogueira, em 8 de fevereiro de 1600, do que abjurar as suas ideias que, hoje, vemos, não eram fantasias, mas verdades insofismáveis.
Sobre a sua atitude, afirmou: “Por enquanto ficariam felizes com a minha abjuração. Mas viver também significa percorrer um longo caminho que nos afasta de Deus!” Em Roma, no local de seu martírio, há uma estátua que eterniza o seu amor à verdade.
O amor à verdade é uma das características do homem de bem. De tal maneira que, como se lê em O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, capítulo XVII – Sede Perfeitos, item 3 – O Homem de Bem: “Se interroga a sua consciência sobre os próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez todo o bem que podia, se não deixou escapar voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem de se queixar dele, enfim, se fez aos outros tudo aquilo que queria que os outros fizessem a ele”.
Espíritos assim já vêm preparados. Não é fácil caminhar-se para o cadafalso tendo-se a certeza de que poderia escapar-se dele. Mentir, abjurar, que importa, quando está em jogo a vida? – diria um Espírito fraco.
Os bons espíritas são amantes da verdade, acima de tudo. Neste mesmo capítulo, diz o Evangelho que: “O Espiritismo não cria uma nova moral, mas facilita aos homens a compreensão e a prática da moral do Cristo, ao dar uma fé sólida e esclarecida aos que duvidam ou vacilam”.
A verdade de cada um está de acordo com a sua evolução espiritual. A verdade dos fracos é frágil; a verdade dos fortes é firme. Assim deve ser a verdade do espírita, uma verdade calcada nos ensinamentos de Jesus, à luz da Doutrina Espírita.
Muito embora não se diga dono da verdade, o Espiritismo, sem dúvida, tem a chave que abre as portas do conhecimento, pois os seus ensinamentos não se baseiam no pensamento ou interpretação pessoal deste ou daquele homem, deste ou daquele fundador, mas na interpretação clara dos Espíritos.
Allan Kardec codificou as Verdades do Evangelho e da Doutrina Espírita, trazidas pelos Espíritos Tutelares, em cinco importantes livros: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, A Gênese.
Estudemos Kardec, para que possamos distinguir a Verdade da mentira, diante da enxurrada de informações falsas que nos são impostas diariamente por uma verdadeira plêiade de falsos cristos e falsos profetas, ao nosso redor.
Para eles, a ocasião é propícia. O rádio, a televisão, os jornais nunca estiveram de portas abertas para eles, como agora. Mas se estudarmos Allan Kardec e nos esclarecermos devidamente, saberemos separar o joio do trigo.
Amemo-nos e instruamo-nos, como nos pede o Espiritismo.