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quarta-feira 25 dezembro 2024
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Coluna Espírita – O Espiritismo tem dogmas?

• Gerson Sestini – Rio de Janeiro/RJ
A palavra dogma tem várias acepções. Ao relacioná-la às seitas cristãs, vem-nos logo à mente os artigos de fé da teologia medieval, que eram impostos aos crentes conduzidos pela fé cega. Atualmente, tal atitude ocasiona enorme perda de fiéis nas religiões que insistem em mantê-los em suas doutrinas, principalmente aqueles que são fantasiosos, vetando análises à luz da lógica e da razão.
No entanto, temos outras acepções à palavra dogma. Em filosofia seu significado vem de opinião, postulado, algo que se refira a princípios como: verdade explícita, fundamento ou ponto capital de qualquer sistema ou doutrina, conquanto inquestionável na maioria das religiões. Mas tal não acontece no Espiritismo.
Na questão 222 de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec se utiliza do termo dogma referindo-se à reencarnação, crença milenar presente em religiões orientais, tendo-a como postulado da Doutrina Espírita. De acordo com a revelação dos espíritos, as vidas sucessivas constituem o mecanismo através do qual os espíritos evoluem. A reencarnação, analisada em seus aspectos científico, filosófico e religioso é, portanto, fato comprovável, evidenciada em milhares de experiências realizadas por gabaritados pesquisadores.
Herculano Pires chamava atenção sobre o fato de alguns espíritas desavisados considerarem a palavra dogma inaceitável na Doutrina Espírita por desconhecerem suas outras acepções.
O Espiritismo não tem dogmas de fé indiscutíveis, e sim, princípios calcados na lógica e na razão, como a existência de espíritos, crença comum a todos os povos, mas, para os espíritas, realidade demonstrável e comprovável.