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domingo 22 dezembro 2024
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Coluna Espírita – O desenvolvimento mediúnico

• Espírito Camilo – Psicografia de Raul Teixeira – Niterói/Rio de Janeiro
Em que consiste o desenvolvimento mediúnico?
Consiste num processo no qual o candidato a médium busca trabalhar certas habilidades que facultem o bom exercício da tarefa mediúnica, quando for o caso, ou, simplesmente, aprende a dar um direcionamento determinado a sua faculdade, capacitando-se a bem administrar suas percepções, suas sensações, não se permitindo ser manobrado por quaisquer desencarnados, conseguindo o devido controle sobre si mesmo.
Durante o processo de desenvolvimento, que corresponde a uma fase de educação das diversas reações do médium submetido ao fenômeno, este aprende a registrar e identificar os tipos de fluidos com que lida; percebe se se sente tranquilo ou irritado, alegre ou deprimido, sonolento ou febricitado, ou se dá conta de outras sensações psicológicas e físicas quando se aproxima de determinadas pessoas ou quando dele se acercam certos desencarnados.
Esse conjunto de percepções vão dando ao médium começante a devida condição de absorver, assimilar ou rechaçar as influências que recebe de encarnados e de desencarnados, por meio do comando mental que aprende a desenvolver com o tempo.
Como o médium o é durante as vinte e quatro horas do dia, isso implica dizer que poderá fazer registros psíquicos a qualquer hora do dia ou da noite; em qualquer lugar onde esteja, fazendo seja o que for. Isso não quer dizer que, estará durante todo o tempo em trabalho mediúnico – o que configuraria desastroso desequilíbrio, mas quer dizer que, como uma antena perenemente acionada, o médium estará sempre fazendo seus registros.
Na fase de desenvolvimento, então, o médium aprenderá a identificar os tipos de fluidos e/ou de entidades espirituais à sua volta, sem exibicionismo, sem teatralidade, aprendendo a ser sempre discreto, firmando seu autocontrole, de modo a não afligir ninguém.
Nos episódios em que não se sente bem, nesse ou naquele contato, buscará na oração, na elevação de pensamentos, a mudança de sintonia, sempre de modo muito discreto.
Quando for possível, procurará um lugar para respirar ar puro e fresco, saindo de burburinhos, de tumultos mentais. Doutra feita, buscará um ambiente isolado para orar, modificando os painéis mentais. Quando houver ensejo, mudará o tom das conversas perturbadoras, proporá a audição de alguma boa música ou a leitura de um texto nobre – não obrigatoriamente religiosos – mas que permitam a mudança de sintonia psíquica.
O processo de desenvolvimento mediúnico, desse modo, não ocorre somente no dia da reunião específica, no Centro Espírita, mas, como qualquer processo educacional, há que se estar atento aos diversificados ensejos que a vida cotidiana oferece, para lograr o êxito almejado. Nessa fase, como adverte Allan Kardec, “a calma e o recolhimento, juntos ao desejo ardente e à firme vontade de conseguir-se o intuito” (O Livro dos Médiuns, cap. 17 item 204) são mais importantes do que a manifestação em si, pura e simples.
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Pode alguém desenvolver sozinho, em casa, a sua faculdade?
Nada obstante Kardec, na área da psicografia, chancele a prática individual para o desenvolvimento mediúnico, ele próprio reconhece que alguns “durante muito tempo, traçam riscos e fazem verdadeiros exercícios caligráficos. Em se prolongando, em demasia, tais exercícios, ou degenerando na grafia de sinais ridículos, não há porque duvidar de que se trata de um Espírito que se diverte…” (LM cap. 17, item 210). Demonstra ele, aí, que pode haver interferência perniciosa, perigosa mesmo.
Na esfera da mediunidade, em geral, o ideal é que os candidatos se ajustem a um grupo sério de trabalhos mediúnicos, para que possam contar não só com a proteção dos Benfeitores desencarnados, interessados nesse trabalho, mas também com o carinho, com o aconchego moral dos companheiros que se acham na mesma rota de autossuperação.
Torna-se assim, desaconselhável a prática dos exercícios de desenvolvimento mediúnico no ambiente doméstico, pelas aberturas psíquicas que criam para o lar, sem os elementos de filtragem capazes de selecionar os tipos de convivas espirituais que se agasalhará na casa.
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Existe limite de idade para o aparecimento da mediunidade em um indivíduo?
Não há qualquer limite de idade para o aparecimento da mediunidade numa pessoa. A palavra kardequiana é bastante clara a esse respeito quando afirma que: “Ela se manifesta nas crianças e nos velhos, em homens e mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde, o grau de desenvolvimento intelectual e moral.” (O Livro dos Médiuns, cap. 17, item 200).
Naturalmente, se é cabível pensar que para o aparecimento – ou manifestação – da mediunidade não existem entraves de nenhuma ordem, no que diz respeito a sua prática, aí sim, deve-se ter os necessários cuidados, para que não sejam conduzidas quaisquer pessoas à mesa de exercícios mediúnicos.
Crianças e doentes psiquiátricos – e portadores de outras enfermidades graves como várias cardiopatias e várias nevroses – devem ser mantidos fora dessas atividades que exigem intensa dinâmica psíquica, o que poderia acarretar desnecessários distúrbios para o indivíduo (O Livro dos Médiuns, cap. 18, itens 221 [6ª, 7ª e 8ª] e 222).
O bom senso ainda nos mostra que, não obstante a faculdade mediúnica possa eclodir nos anciães, deverão ser examinadas as condições gerais de sanidade desses anciães, antes que se decida por levá-los a qualquer esforço mental por um desenvolvimento que já não terão condições de implementar, em razão da fragilidade psicofisiológica que apresentam.