• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador/PR
De todos os milagres operados por Jesus, qual o mais importante?
Curiosamente, essa questão foi tratada por Allan Kardec no seu livro “A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo”, cap. XV, item 63.
Os prodígios operados por Jesus vão, como sabemos, desde as curas diversas obtidas pela simples imposição das mãos até à ressuscitação de pessoas como Lázaro, mas nesse rol se incluem também a multiplicação de pães e peixes, a caminhada sobre as águas, as curas feitas a distância, a libertação instantânea dos obsidiados e a recomposição orgânica de cegos, paralíticos e leprosos.
Kardec reporta-se, porém, a um outro tipo de milagre operado pelo Mestre e que atesta verdadeiramente a sua superioridade, a saber: a revolução que seus ensinos produziram no mundo, apesar da exiguidade dos seus meios de ação.
De fato, o filho de Maria de Nazaré, pobre, obscuro, nascido na mais humilde condição e no seio de um povo pequenino, quase ignorado e sem preponderância política, artística ou literária, contou somente com três anos para pregar sua doutrina.
Em todo esse curto espaço de tempo foi desatendido e perseguido por seus concidadãos; viu-se obrigado a fugir para não ser lapidado; foi traído por um de seus apóstolos, renegado por outro e abandonado por todos no momento em que caiu nas mãos de seus opositores.
Só fez o bem, mas isso não o pôs ao abrigo da malevolência, que dos próprios serviços que ele prestou tirou motivos para o acusar.
Condenado ao suplício que só aos criminosos era infligido, morreu ignorado do mundo, visto que a História daquela época, com exceção do historiador Josefo, nada diz a seu respeito.
Ele nada escreveu; contudo, ajudado por alguns homens tão obscuros quanto ele, sua palavra bastou para regenerar o mundo, matar o paganismo e tornar-se o facho da civilização terrena.
Ele tinha contra si tudo o que causa o malogro das obras dos homens, razão por que o sucesso alcançado por sua doutrina e o triunfo de suas ideias constituem, sem nenhuma dúvida, o maior dos seus milagres.
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Em que livros do Antigo Testamento há predições concernentes à vinda de Jesus?
As predições constam de vários livros que compõem as chamadas Escrituras e nelas a distinção entre Deus e seu enviado futuro está caracterizada de maneira formal: Deus o designa seu servidor, por consequência seu subordinado. Nas palavras que lhe são atribuídas, nada há que implique a ideia de igualdade de poder, nem de consubstancialidade entre as duas pessoas.
Eis os textos que, segundo pensamos, atendem à curiosidade do leitor:
“Eu o vejo, mas não agora; eu o vejo mas não de perto; uma estrela procede de Jacó, e um cetro se levanta de Israel e trespassa os chefes de Moab, e destruirá todos os filhos de Seth.” (Números, XXIV, v. 17.)
“Eu lhes suscitarei um profeta, como tu, de entre seus irmãos, e colocarei as minhas palavras em sua boca, e lhes dirá ele o que eu lhe tiver ordenado. E ocorrerá que, quem não escutar as palavras que dirá em meu nome, disso lhe pedirei conta.” (Deuteronômio. XVIII, v. 18, 19.)
“Ocorrerá, pois, quando os dias tiverem se cumprido para lá levar-te com teus pais que farei levantar a tua posteridade depois de ti, um dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino, e ele me construirá uma casa, e afirmarei seu trono para sempre. Eu lhe serei pai e ele me será filho; e não retirarei a minha misericórdia dele, como a retirei daquele que foi antes de ti, e o estabelecerei em minha casa e em meu reino para sempre, e seu trono será afirmado para sempre.” (I, Paralipômenos, XVII, v. de 11 a 14.)
“É porque o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis: uma virgem ficará grávida, e ela parirá um filho, e será chamado seu nome Emmanuel.” (Isaías, VII, v. 14.)
“Porque a criança nos nasceu, o Filho nos foi dado, e o poder foi posto sobre o seu ombro, e se chamará seu nome o Admirável, o Conselheiro, o Deus forte, o Poderoso, o Pai da eternidade, o Príncipe da paz.” (Isaías, IX, v. 5)
“Eis meu servidor, eu o sustentarei; é o meu eleito, minha alma nele colocou sua afeição; coloquei o meu Espírito sobre ele; ele exercerá a justiça entre as nações. Não se retirará nunca, nem se precipitará nunca, até que haja estabelecido a justiça sobre a Terra, e os seres se detiverem à sua lei.” (Isaias, XLII, v. 1 e 4.)
“Ele gozará do trabalho de sua alma, e nisso será saciado; e meu servidor justo nisso justificará vários, pelo conhecimento que terão dele e ele mesmo levará suas iniquidades.” (Isaías, LIII, v. 11.)
“Rejubila-te extremamente, filha de Sião; lance gritos de alegria, filha de Jerusalém! Eis: teu rei virá a ti, justo e salvador humilde, e montará sobre um asno, e sobre o potro de uma jumenta. E proibirei os carros de guerra de Efraim, e os cavalos de Jerusalém, e o arco do combate será também proibido e teu rei falará de paz às nações; e seu domínio se estenderá desde um mar ao outro mar, e desde o rio até os confins da Terra.” (Zacarias, IX, v. 9, 10.)
“E ele (o Cristo) se manterá, e governará pela força do Eterno, e com a magnificência do nome do Eterno, seu Deus. E eles farão as pazes, e agora será glorificado até os confins da Terra, e será ele que fará a paz. (Miqueias, V, v. 4.)
Coluna Espírita – O Cristo de Deus
jan 10, 2020RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – O Cristo de DeusLike
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