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domingo 22 dezembro 2024
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Coluna Espírita – O Capítulo 6 de Mateus

• Antônio Carlos Navarro – São José do Rio Preto/SP
Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Jesus (Mt 6:33)
O Capítulo 6 do Evangelho de Mateus é muito rico em orientações ditadas pelo Senhor Jesus.
Logo no primeiro versículo Ele nos discorre sobre a discrição necessária quando da prática do bem e, em sequência, fala da esmola que deve ser intencionalmente anônima. Ensina-nos a orar sem intenções secundárias, e nos garante que o Pai sabe tudo o que necessitamos mesmo antes de pedirmos. Nesse ponto nos apresenta a oração do Pai Nosso, que se transformou em oração universal.
Sobre a prática religiosa do jejum também indica a mesma discrição da esmola.
Orienta sobre o tesouro pelo qual devemos buscar, os dos Céu, porque nosso coração sempre estará junto ao que escolhermos, e fala que a bondade ilumina o Espírito de quem a pratica.
Aconselha-nos a nos resguardar da ansiedade causada pela vida material, e nos aponta as aves do céu e as flores do campo com sendo objetos dos cuidados de Deus, que muito mais faz por seus filhos humanos, pois Ele sabe do que precisam.
Chegamos, então, ao penúltimo versículo do capítulo, que colocamos no início deste ensaio, e sobre o qual pretendemos reflexionar.
Nele o Senhor nos orienta a buscarmos, em primeiro lugar, o Reino dos Céus e a sua justiça, para que todas as coisas nos sejam acrescentadas.
Quê coisas?
Por Reino dos Céus entendamos Mundo Espiritual, ambos invisíveis, e a eles destinam-se as Almas dos viventes na carne depois da romagem terrena.
Nesse Reino há uma justiça, portanto, um conjunto de Leis que a rege, e a qual tudo e todos estamos sujeitos.
Por simples dedução, o Reino de Deus é tudo o que existe, visível e invisível, conhecido e o ainda desconhecido, portanto, sua lei também abrange os encarnados, e é por isso, podemos concluir, que Jesus disse que o Amor resume “toda a Lei e os Profetas”, referindo-se à Lei de Moisés e ao que preconizavam os Profetas, que eram, como os médiuns em geral, “as vozes dos céus”.
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Ensinam os Benfeitores Espirituais, que o Mundo Material se subordina ao Mundo Espiritual, e que o primeiro serve de estágio para o Espírito imortal desenvolver-se moralmente tendo como objetivo último a perfeição relativa a que está destinado, e a Doutrina Espírita, na terceira parte de O livro dos Espíritos, descreve todas as Leis que regem o Mundo Moral, suficientes para o nosso atual estágio evolutivo permitindo, inclusive, conhecer as razões de nossa infelicidade sobre a Terra.
Dessa forma, enquanto insistirmos na busca por satisfações pessoais no campo da posse e da vaidade, do orgulho e do egoísmo, mais nos tornaremos ansiosos por aquilo que não sacia pondo a perder a oportunidade do desenvolvimento espiritual, há tempos inadiável.
Quando almejamos somente o sucesso terreno, em detrimento do espiritual, mais nos expomos ao desajuste da consciência, por contrariar a Lei de Amor que nela reside.
Quis dizer Jesus, nesse versículo, que é necessário nos ajustarmos a Lei de Deus, que é de Amor, ou seja, de desprendimento e justo valor espiritual do que é material, para que todas as coisas que são necessárias ao desenvolvimento do Espírito, e não ao homem corporal, sejam supridas pela Providência Divina.
Portanto, é bom que nós vivamos, conscientemente, o momento presente tirando dele o proveito espiritual necessário, eliminando as inquietações decorrentes da vida material pelo amanhã, porque, pela Lei Natural, “o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal”, encerra o evangelista, com dizeres de Jesus, o último versículo do capítulo em estudo neste pequeno ensaio literário.
Pensemos nisso.