• Rogério Miguez – São José dos Campos/SP
A humanidade vem se aprimorando continuamente em vários setores, mormente, em relação aos relacionados à tecnologia e a ciência.
O homem cada vez dá um passo adiante no conhecimento do Universo, isso em relação ao macrocosmo, e na direção inversa, do microcosmo, o conhecimento do mundo das partículas e das subpartículas também avança significativamente e todo este esforço e dispêndio de recursos materiais se faz em nome da busca pela verdade das leis físicas que regem o nosso planeta.
A Medicina vem desbravando as entranhas do corpo humano, de igual modo a mente também está sendo estudada, analisada, esmiuçada, e, como resultado, sempre descortinando aspectos de nossas personalidades e caráter, nos ajudando no tão importante conhecimento de nós mesmos, em busca de nossa própria verdade.
Entretanto, estas conquistas não têm influenciado o mundo íntimo dos Espíritos, que ainda se deixam levar por suas tendências egoístas, valorizando seus interesses imediatos e, por qual razão não dizer, mesquinhos.
Em paralelo a tantas conquistas maravilhosas, vimos surgir uma nova modalidade de conduta que sempre existiu, é fato, mas nestes tempos modernos assumiu um caráter epidêmico, qual seja o de criar e disseminar mentiras, calúnias, notícias falsas, as conhecidas fake news.
Um novo e infeliz hábito que não tinha paralelo, pois a intensidade com que foi e é utilizado, atingiu as raias do absurdo, com troca ininterrupta de mensagens entre os internautas, basicamente tendo como foco as questões político-partidárias, uma exemplar vergonha.
A mentira sempre enlameou o caráter do homem e, para os que desconhecem, é um poderoso entrave no desenvolvimento moral.
Visa, basicamente, em detrimento dos interesses alheios, ao proveito pessoal, a prevalência de opiniões, ideias e ideais do mentiroso, que deseja convencer a qualquer custo o receptor do dardo envenenado, que o emissor, e somente ele, possui a verdade sobre o tema em debate, mas sem qualquer elemento lógico lastreando a sua proposta, exceto a mais deslavada mentira.
A verdade, em sua feição legítima e sagrada, não possui qualquer valor para os levianos disseminadores das fake news, criando uma inversão absurda da realidade, sem qualquer arrependimento, desde que atinjam o objetivo de persuadir o leitor de que suas imaculadas inverdades são verdades.
É uma atitude mental doentia e os responsáveis pela geração deste verdadeiro tsunami de mentiras, certamente, se arrependerão com amargor em futuro próximo, quando atônitos, reconhecerem: o tempo perdido na elaboração dos textos e imagens poluindo as mentes do próximo e saturando os canais de comunicação que deveriam ser preenchidos com mensagens de amor, esperança e fé; os prejuízos causados à sociedade perturbando a paz tão escassa existente nestes tempos estranhos e enigmáticos; a desatenção às oportunidades perdidas oferecidas generosa e abundantemente pela misericórdia divina…
Certamente, haverá choro e ranger de dentes para estes vilipendiadores do precioso tempo, pois terão retardado, por todos os modos, o processo de evolução pessoal. E mais, pelo fato de terem usado suas mentes e recursos intelectivos na produção de material deteriorado, muitos poderão amargar deficiências mentais que dificultarão sobremaneira as suas futuras jornadas e, talvez alguns, tenham que encarnar em mundos mais atrasados onde, através de duras experiências de vida, aprendam a não desperdiçar os recursos que estiveram em suas mãos e sem o menor respeito, desperdiçaram sistematicamente.
Tudo o que foi alinhado neste ligeiro texto se reveste de especial significado quando a mentira é criada, dita e espalhada, aos quatro ventos, por um espírita.
Quando o corpo, inerte, expira,
Notamos, amargamente,
Quanta gente na mentira,
Quanta mentira na gente.1
REFERÊNCIA:
1Antologia dos Imortais — Autores diversos — 1ª Parte – 25 – Américo Falcão.