• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador – Londrina/PR
Os eleitos são aqueles que sempre seguiram o caminho do bem e por isso não precisaram reencarnar. Esta tese seria verdadeira?
A tese de que existem Espíritos que não precisam ou jamais precisaram reencarnar é estranha à doutrina espírita, visto que a necessidade e a finalidade da encarnação são assuntos definidos com clareza na obra kardequiana.
Kardec perguntou aos Espíritos (O Livro dos Espíritos, 132): – Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
Eles responderam: “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta”.
Imaginando, com inteira razão, que uma existência corporal pudesse ser insuficiente para se atingir o objetivo da encarnação, ele apresentou aos imortais uma nova questão (O Livro dos Espíritos, 166 e 167): – Como pode a alma acabar de se depurar?
Resposta: “Submetendo-se à prova de uma nova existência. A finalidade da reencarnação é: Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isso, onde estaria a justiça?”.
Algum tempo depois, em artigo publicado no ano de 1863 na Revista Espírita, Kardec analisou a tese de que os Espíritos não teriam sido criados para encarnar; a encarnação não seria senão o resultado de suas faltas, ou seja, se o Espírito jamais errasse, se seguisse sempre o caminho do bem, dela estaria dispensado.
No artigo, que pode ser visto na Revista Espírita de 1863, pp. 164 a 166, o Codificador do Espiritismo foi peremptório e reafirmou a lição constante d´O Livro dos Espíritos, esclarecendo que a encarnação é uma necessidade para o progresso do Espírito e do próprio planeta em que ele vive, e não uma forma de castigo.
Emmanuel, Joanna de Ângelis e André Luiz, assim como o fizeram Léon Denis e Gabriel Delanne, reafirmam em suas obras o mesmo pensamento acerca da necessidade do processo reencarnatório, que constitui um dos princípios fundamentais do Espiritismo.
Coluna Espírita – Necessidade da reencarnação
out 22, 2021RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – Necessidade da reencarnaçãoLike
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