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segunda-feira 23 dezembro 2024
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Coluna Espírita – Não existe morte na Obra Divina

• Altamirando Carneiro – São Paulo/SP
“Na verdade, na verdade, vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto.” (João, 12: 24)
Possibilita-nos Jesus com esta passagem, falar sobre um dos fenômenos que, embora natural, é um dos maiores enigmas para a Humanidade: a morte.
Se não morrer continuará inalterado, mas se morrer dará muito trigo, afinal, como pode algo que morreu transformar-se em muito? Para compreender, temos que rever nossos conceitos sobre a morte. Para muitos, este fenômeno já está inteiramente resolvido com a aceitação da lei da reencarnação, mas, para outros, a morte é a ausência da vida, do movimento e da ação, uma dimensão em que, quando nela se entra, não mais se retorna. Para outros ainda, é enigma amedrontador. Só em pensar na morte, perdem a alegria de viver. Para Jesus, a morte é antes e acima de tudo um fenômeno que permite que se produza muito através da transformação.
Pensemos então um pouco sobre todos estes conceitos. Olhemos o corpo físico. Nem mesmo ele morre verdadeiramente, pois os átomos que o compõem voltam em toda a sua plenitude para a Natureza, não se perdendo um átomo sequer. Também disse Jesus que o grão perderá a sua condição de ser vivente, pois se multiplicará em muitos. O que na verdade ele quis dizer é que quando alguém aproveita bem a vida, deixando de viver para si somente e passando a viver sob os preceitos cristãos, fazendo bem a sua parte, seus frutos serão multiplicados por muitos, e será agradecido com os dons da vida abundante. É como se tivesse morrido um pouco para si, vivendo muito mais para os outros.
Somente o entendimento da lei da reencarnação nos permite desvendar os segredos da vida.
Morremos e nascemos no corpo físico tantas vezes quantas se fizerem necessárias para que a renovação se faça em nós. Não basta vivermos. É preciso que a cada nova oportunidade façamos nascer novos e melhores dons. E que a renovação se faça a cada instante, para que a única morte, verdadeiramente necessária, seja a do homem velho que ainda existe no nosso íntimo.
Caminhamos rumo à luz, galgando degrau a degrau, num esforço contínuo. Qualquer desvio deste rumo acarretará experiências duras, mas necessárias. Se tínhamos dificuldade em perdoar, hoje devemos fazê-lo, ainda que com algum esforço, pois só assim estaremos mais perto de ser agentes da paz. Se somos ainda indiferentes à indigência devemos compreender que a dor de um é dever para o outro, e que a indiferença nos torna responsáveis pelo bem que deixamos de fazer.
Não existe morte na Obra Divina. Os seres que pensamos mortos, apenas vivem em dimensão diferente. Tudo o que Deus fez, o fez pleno de vida e de ação. Como Espíritos, os seres inteligentes da criação, nossa marcha para Deus, como observa André Luiz em Ação e Reação – livro psicografado por Francisco Cândido Xavier (FEB), capítulo 19 -, pode ser comparada a uma marcha divina, onde o bem constitui sinal de passagem livre à vida superior e o mal significa sentença de interdição, obrigando-nos a paradas mais ou menos difíceis de reajuste.
Transformemo-nos pelo amor.