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sábado 23 novembro 2024
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Coluna Espírita – Mediunidade, obsessão e crianças

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador – Londrina/PR
Qual livro espírita trata do assunto mediunidade e crianças?
A principal obra espírita que trata do tema mediunidade em crianças é “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo. Allan Kardec formulou aos Espíritos que participaram da obra de codificação da Doutrina Espírita três questões relativamente à mediunidade em crianças, como o leitor pode conferir lendo o item 221, parágrafos 6 a 8, da obra citada.
Em resumo, ensinam os Espíritos Superiores:
1º – Não existe uma idade precisa para que uma pessoa passe a ocupar-se da mediunidade. Isso depende fundamentalmente do desenvolvimento físico e, mais ainda, do desenvolvimento moral. Há crianças de 12 anos que são menos afetadas que certos adultos;
2º – Quando a faculdade mediúnica é espontânea na criança, é sinal de que se acha em sua natureza e que sua constituição a isso se presta. Já o mesmo não se dá quando é provocada e superexcitada;
3º – É muito perigoso desenvolver a mediunidade nas crianças, porque sua organização franzina e delicada ficaria abalada e sua imaginação superexcitada com a prática mediúnica. Desse modo, os pais prudentes devem afastá-las dessas ideias ou, pelo menos, só tratar do assunto do ponto de vista de suas consequências morais.
Os autores espíritas, quando tratam do assunto, repetem essas observações de Kardec, às quais é bom adicionar uma explicação importante. Certas faculdades mediúnicas, como a vidência, são muito comuns durante a primeira infância.
O próprio Codificador escreveu que a mediunidade de vidência parece ser frequente, e mesmo geral, nas criancinhas. (Veja “Revista Espírita” de 1865, p. 262.)
O fato decorre de que não existe ainda, até os 7 anos de idade, uma total integração entre a alma e o corpo da criança, o que favorece o desprendimento parcial da alma e, por causa disso, a possibilidade de certas percepções, como a visão de pessoas falecidas ou Espíritos. Essa fase, no entanto, é passageira e pode ser que, ao tornar-se adulta, jamais a pessoa experimente situações semelhantes.
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Como se deve tratar a criança que esteja sob o império de uma obsessão?
Devemos tratá-la no Centro Espírita por meio do passe e da água fluidificada, dispensando-lhe muita atenção e muito amor, para que ela se sinta confiante e segura em nosso meio.
É preciso ainda, como parte fundamental da tarefa, prestar a devida orientação espírita aos pais, para que compreendam a dificuldade que experimentam e possam, assim, reunir mais condições de ajudar o filho e a si mesmos, uma vez que, como sabemos, os pais podem ter tido participação nos fatos que deram origem no passado ao processo obsessivo verificado na presente existência.
Não existe acaso na obra da Criação e ninguém passa, sem motivo algum, pelas provações que nos acometem a todo momento, nas quais vez por outra se inclui a obsessão de um ente querido.
A eles deve ser mostrada a importância do Culto do Evangelho no Lar, que favorece o ambiente familiar com os eflúvios que vêm do Plano superior, que nunca deixa de assistir os que recorrem à misericórdia do Pai.
Complementarmente, a criança deverá ser levada às aulas voltadas para a educação espírita das crianças, nas quais os ensinamentos recebidos dar-lhe-ão os esclarecimentos e o conforto de que carece.
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Como entender o período chamado infância e qual é, já que vivemos muitas vezes, o objetivo de um Espírito maduro, ao reencarnar, passar pelo estado de infância?
Em julho de 2003, esteve em Londrina a educadora Tânia Zagury, que aqui defendeu, em palestra, a tese de que os primeiros anos de vida são fundamentais para a criança aprender o que é o mundo, o que é a vida. Compete aos pais – disse a educadora – ensinar isso aos pequeninos, sabendo dizer “não” quando necessário e estabelecendo, dessa forma, limites, sem se esquecerem de ensinar noções de justiça e de igualdade à criança e dar visibilidade ao amor que sentem por ela.
Não é muito diferente disso a proposta espírita com relação à educação dos nossos filhos, cujo período mais propício é justamente a infância, quando se torna possível – segundo o Espiritismo – reprimir suas tendências negativas trazidas do passado e reformar seu caráter.
Emmanuel, valendo-se da mediunidade de Chico Xavier, escreveu que, se a juventude pode ser comparada a esperançosa saída de um barco para importante viagem e a velhice é a chegada ao porto, a infância “é a preparação”.
Santo Agostinho (Espírito), em importante lição que integra o cap. 14 d´O Evangelho segundo o Espiritismo, de Kardec, afirma que os pais deveriam, em relação à criança, agir como o bom jardineiro que não deixa jamais faltar água e carinho às plantas de que cuida e, no entanto, sabe arrancar os brotos daninhos à medida que os vê aparecerem na árvore.
O chamado período de infância existe justamente por isso. Trata-se de uma fase da existência comum a todos os planetas, com exceção de sua duração, que será maior quanto mais atrasados forem seus habitantes.