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segunda-feira 23 dezembro 2024
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Coluna Espírita – Juventude e lazer

• Espírito Ivan de Albuquerque – Psicografia de Raul Teixeira – Niterói/Rio de Janeiro
E da Lei Divina que o repouso secunde o trabalho, a fim de que se refaçam os recursos fisiológicos e psicológicos do indivíduo, enquanto nas pelejas do mundo corporal.
O repouso, nas suas múltiplas faces, remessará o ser para a busca daquilo que melhor se ajuste à sua própria personalidade, à sua educação e sua maturidade espiritual.
Muitos há que, no seu repouso, nas asas do lazer, procuram leituras amenas, músicas sublimes, artes manuais enobrecidas, tanto quanto se envolvem com a Natureza exuberante, esportes salutares ou, simplesmente o sono reparador e descompromissado com a preguiça coarctante.
Outros vários, anseiam por espetáculos deprimentes e excitações grotescas, alcoolofilia obsidente e prazeres carnais desajustadores, em nome do lazer.
Os gostos e anseios são inúmeros nessa órbita.
É comum dizer-se que, enquanto se é moço, precisa-se aproveitar a vida, gozar as oportunidades, no que poderá ser achada larga quota de verdades quanto de inverdades, dependendo do ângulo em que seja vista a questão.
Se se deseja afirmar que o aproveitamento da vida estará no maior expediente para a loucura, para o desassisamento, para licença geradora de amargura e remorsos, demonstrada estará a grosseira inverdade. Nisto teremos o apressar da morte, ao revés de gozo de vida.
Entretanto, se gozar a vida, com aproveitamento das horas, estiver indicando a criação de hábitos felizes de estudar, de enriquecerem-se as capacidades artísticas, literárias, científicas, se há propósitos de desenvolver a personalidade nas reflexões maduras, retirando-se o jovem da tolice, impulsionando-o para Deus, nítida será a veracidade desse aproveitamento.
Jovem, meu amigo, cultiva, no teu lazer, ensejos formosos de refazimento, de arte e de cultura, ampliando-te sempre mais, na estrada remissora em que te encontras.
Sabes muito bem, por experiência própria, do quanto de tormentos do campo íntimo e de insinuações sombrias se levantam em redor de ti.
Agora, com o conhecimento espírita, podes identificar tais ocorrências como resíduos pestilenciais do teu passado espiritual, associados aos desequilíbrios que chegaste a alimentar nesta etapa reencarnatória em que te achas. Desse modo, irmão da Juventude, não te entregues, passivamente, a tais fomentações da treva.
Quando careças do lazer, utiliza-o para o teu soerguimento, sem te comprometeres mais, negativamente.
Visita algum museu, ou assiste a algum recital ou algo que, em te permitindo progressos, deleite a tua sensibilidade estética.
Evita, quanto possas, os ambientes de ruídos estridentes que te perturbam os sentidos e as emoções, transformando-as em sensações aviltantes, que, ao invés do descanso, provocam teu maior desgaste.
Esquiva-te de converter o diálogo suave, as amizades legítimas, em programas de loucura que terminam nas almofadas fofas e nauseantes dos motéis, verdadeiras celas exploradoras da invigilância que campeia.
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Em diversos momentos, Jesus convidou os Discípulos para as caminhadas à margem do lago, ou pelas montanhas ao vento, em cujos trajetos legou-lhes as mais belas e caras lições, após os árduos serviços que vinham de atender, devotados.
Vale teu trabalho no mundo, quando te não neurotizes, quando não adoeças desnecessariamente.
Por isso, vale-te dos ensejos felizes do repouso, do lazer, de tal modo que, quando retornes aos estudos e labores, leves a luz do Cristo em teu âmago, sem pieguices ou encenações de santice, pois o melhor aproveitamento da vida que o jovem pode usufruir, será aquele em que, enquanto vive, sabe que vai morrer, em termos carnais, e, para que a matéria não o cerceie depois, limitando-lhe o acesso aos sublimes páramos, logra viver com nobreza e alegria, enquanto se movimenta, hoje, nos tecidos corporais.
Aproveita, então, a tua temporada humana, certo de que ela não é estação final para ti, mas, meio para que alcances harmonia e progresso, ante o ensejo vibrante que o Criador te concede.
Secundar: Auxiliar, ajudar; Coarctante: Que restringe, diminui, limita; Obsidente: Obsessivo; Desassisamento: Desatino, loucura; Deleite: Gozo íntimo, satisfação; Aviltante: Desprezível; Pieguice: Qualidade de quem é piegas, que se embaraça com bagatelas; Cercear: Restringir; Sublimes páramos: Céu, Reino de Deus.